No último mês de junho, o presidente do Cuiabá, Cristiano Dresch, revelou que os débitos de outros clubes em relação ao time mato-grossense totalizam cerca de R$ 40 milhões. A situação mais recente envolve uma dívida específica do São Paulo, que foi acionado na Câmara Nacional de Resolução de Disputas (CNRD) da CBF, em razão de um valor de R$ 1 milhão, referente ao atacante Gustavo Santana. O atleta, que pertence ao Cuiabá e está emprestado ao Tricolor paulista para a categoria Sub-20, descumpriu uma cláusula contratual ao atuar contra o Cuiabá durante o Campeonato Brasileiro Sub-20.
De acordo com o Cuiabá, a presença de Gustavo em campo por apenas seis minutos contra o Dourado configura o desrespeito ao acordo, que previa uma multa caso o jogador jogasse contra a equipe mato-grossense, mesmo em competições de base. Apesar da cláusula evidente, o São Paulo argumentou que, por se tratar de uma competição de base, não haveria problemas na participação do jogador. O Cuiabá, no entanto, contesta essa justificativa, lembrando que o Campeonato Brasileiro Sub-20 tem grande relevância e já serviu de vitrine para transferências de jogadores por valores expressivos.
A dívida do São Paulo gerou um movimento do Cuiabá em busca de um cumprimento contratual. Dresch lamentou a morosidade dos processos na CNRD, cobrando mais celeridade nas resoluções. Ele ainda ressaltou que o contrato com o São Paulo foi claro ao proibir a participação do jogador contra seu clube, e a lentidão do sistema prejudica as finanças de clubes menores.
O presidente do Cuiabá revelou que o clube tem em sua lista de credores não apenas o São Paulo, mas também outros grandes times como Corinthians e Santos, totalizando R$ 36,5 milhões em processos na CNRD. O Atlético-MG ainda é mencionado, sendo condenado a pagar R$ 5 milhões ao Dourado por pendências relacionadas à transferência do atacante Deyverson. No total, a situação financeira dos clubes devedores em relação ao Cuiabá supera R$ 40 milhões.
Dresch levantou a questão da necessidade de a CBF reforçar a aplicação das regras existentes na CNRD, visando equilibrar as condições entre clubes grandes e pequenos. Ele destacou que a principal receita do Cuiabá provém de direitos de transmissão, patrocínios e publicidade, e que a venda de atletas é crucial para a sustentabilidade financeira do clube. O presidente ressaltou a importância de investir na formação de jogadores, afirmando que o lucro obtido é reinvestido na melhoria estrutural do clube.
Quanto à situação com o São Paulo, o clube paulista afirmou que a questão está sendo tratada na Justiça e que aguardará a definição do processo antes de se manifestar publicamente. Essa situação exemplifica as complexidades e desafios enfrentados no cenário do futebol brasileiro, especialmente para equipes em busca de justiça e equilíbrio financeiro.
É sério isso? Se está no contrato não tem choro... Tem que pagar e pronto, mas é um amadorismo e tanto pagar multa por causa de jogador sub20 e que atuou por 6 minutos. Fecha as portas de uma vez. ***