Recentemente, Julio Casares, presidente do São Paulo, participou de uma entrevista que acendeu o debate sobre a possível transformação do clube em uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF). A pauta ganhou destaque após comentários de Augusto Melo, presidente afastado do Corinthians, um dos principais rivais do São Paulo. Em sua participação no programa Arena SBT, Melo expressou sua preocupação com a ideia, levando em consideração a grandeza e a tradição do clube do Morumbi.
Augusto Melo ressaltou que, devido ao tamanho e à história do São Paulo, a adoção do modelo SAF poderia ser inadequada. Ele mencionou, ainda, que o Corinthians possui um "poder de reação" significativo, e argumentou que a dívida do clube não é tão elevada em comparação com suas receitas, reforçando sua posição contrária à implementação da SAF no Tricolor. Segundo Melo, é impensável um clube de tamanha relevância como o São Paulo considerar essa mudança estrutural.
Por outro lado, Julio Casares defendeu a SAF como uma alternativa que prioriza a gestão do futebol, embora não a veja como uma solução mágica. Ele acredita que um modelo que valorize a administração eficaz será vital para a competitividade do São Paulo. "A SAF não é um milagre, mas acredito que o melhor modelo é algo que priorize a gestão do futebol", destacou Casares, que também mencionou a resistência do clube em adotar esse formato.
Casares está atualmente negociando um acordo com o empresário grego Marinakis, que tem interesse em investir nas categorias de base do São Paulo, especificamente em Cotia. O presidente, com essa negociação, espera não apenas atrair investimentos, mas também assegurar um retorno sobre os jovens talentos formados, que são considerados ativos preciosos por investidores. No entanto, ele enfatizou que a proposta não envolve a "compra da base", mas sim uma colaboração que beneficie o clube.
Para Casares, a chave para o sucesso dos clubes é a formação de parcerias empresariais e a adaptação ao novo mercado. Os investimentos se concentram, sobretudo, em jogadores jovens, entre 17 e 22 anos, que se tornaram prioridade no cenário do futebol atual. Assim, ele conclui que o São Paulo, assim como outras equipes, terá que reconsiderar suas estratégias para não ficar para trás.