Ninguém, na atualidade, pode analisar o jogo entre Brasil e Uruguai com tanta propriedade quanto Lugano.
Por isso, mesmo fora da partida do próximo sábado, suspenso pelo segundo cartão amarelo, o capitão da Celeste será fundamental para o técnico Oscar Tabárez.
Lugano conhece muito bem a Seleção Brasileira. No São Paulo, onde até hoje é ídolo, atuou ao lado de alguns jogadores que, hoje, brilham com a camisa amarela: casos de Kaká e Luís Fabiano.
Também travou batalhas com Robinho, Elano e companhia. Com tanto conhecimento de causa, em entrevista ao LANCE!, o zagueiro deu uma declaração, no mínimo, ousada sobre o atual momento do futebol brasileiro.
Para Lugano, nenhum jogador do país figura, hoje, entre os melhores do mundo. Mas o capitão também vê erros do lado uruguaio, sobretudo na estrutura.
Num papo franco, como de costume, Lugano, que neste domingo estará livre no mercado, falou sobre a força de sua seleção contra os principais rivais, o sonho de disputar a Copa-2014, o amadorismo dos dirigentes do Fenerbahçe (TUR), entre outros assuntos.
O Brasil não vence o Uruguai no Centenário desde 1976. Por que é tão difícil vencer em Montevidéu?
A história diz que o Uruguai é a terceira força da América: Brasil, Argentina e Uruguai. Nunca perdemos para Brasil ou Argentina em Montevidéu. Este jogo que você fala deve ter sido amistoso. Em partidas oficiais, não. Por outro lado, o Uruguai já deu volta olímpica no Brasil e na Argentina, e mais de uma vez.
Nota da Redação: A última vitória brasileira no Estádio Centenário, por 2 a 1, valeu pela Taça do Atlântico. Nelinho e Zico marcaram para o Brasil, Ocampo descontou para os anfitriões.
Se o Uruguai atuasse em todos os jogos como enfrenta Brasil e Argentina, estaria entre os melhores do mundo?
É verdade, não temos mantido a regularidade. Nos clássicos, a gente se motiva mais. Felizmente, temos jogadores que crescem nessas partidas, mas é essencial manter a regularidade contra rivais menores.
Quais os pontos fortes da seleção uruguaia que vai enfrentar o Brasil? Com que jogadores podemos nos preocupar?
Todos sabem a fase que o Forlán atravessa, é o principal goleador da Europa. O Suarez foi vice-artilheiro do Campeonato Holandês. Defensivamente, temos atletas jovens, mas de muito potencial, como o Cáceres, do Barcelona (ESP). Ele não atua regularmente no clube, mas tem velocidade, vocês vão ver. E o Godín, zagueiro jovem, mas experiente.
No Uruguai, dizem que o Coates, zagueiro do Nacional, será o novo Lugano. Comparação justa?
Tomara que seja melhor, né?! Na próxima janela de transferências, ele deve ir para a Europa. Esse passo, às vezes, prejudica os uruguaios. Se o moleque vai para um time grande, mas não joga, perde tempo. Agora, se for conduzido de um jeito inteligente, ele tem muito futuro.
Por que o Uruguai está há tantos anos sem obter resultados expressivos numa Copa do Mundo?
Pela falta de planejamento. Ainda acreditam que com raça, força e camisa a gente vai se impor. Hoje, tem de haver planejamento, jogadores de alto nível técnico, físico e intelectual para suportar a pressão. Nos últimos três anos, o Uruguai vem tomando outro rumo. Está nos Mundiais Sub-20 e Sub-17, esteve perto de ser campeão sul-americano. Notaram que o único jeito de competir em alto nível é com planejamento e trabalho a longo prazo.
Você conhece bem a Seleção Brasileira. O que vai passar ao técnico e aos companheiros, quais os maiores perigos dessa equipe?
O Brasil é a seleção que menos sofreu gols, e menos perdeu na Eliminatória. A equipe se baseia no grande goleiro que tem, o Júlio César, nos zagueiros sempre fortes, Lúcio e Juan, e nos de meio-de-campo: Josué, que conheço bem, e Gilberto Silva, que o acompanha. Lógico que se deixarmos a bola chegar ao Kaká, ao Robinho, fazem a diferença. E se o Luís Fabiano receber dentro da área, toca na bola uma vez e faz o gol. É um time muito forte, mas, talvez, sem o brilho de antigamente.
Os brasileiros não estão mais entre os melhores do mundo?
Hoje, o Brasil não tem ninguém entre os melhores, o que é estranho na história do futebol. Não tem o brilho de um Ronaldo, um Ronaldinho em seus melhores momentos, mas creio que seja temporário. Com o potencial, a quantidade de habitantes do país, logo surgirá outro craque em nível mundial. O perfil dos jogadores é cada dia mais profissional. Não adianta ter técnica e qualidade, o futebol tem aspectos que exigem outras coisas. Uruguaios, brasileiros e argentinos desperdiçam talento e categoria.
Em 2014, a Copa será no Brasil, assim como em 1950. Você já imaginou disputar esse Mundial, fazer a final contra o Brasil, no Maracanã, ser campeão...?
Ninguém fala porque estamos correndo atrás da África do Sul. Mas não há quem não sonhe com isso. Se disser que nunca sonhei, é mentira. Temos de ir à África, fazer uma bela Copa e, se isso acontecer, terei 33 anos, por que não brigar por uma vaga nesse Mundial do Brasil, que será magnífico, fantástico? O Uruguai vem fazendo um trabalho sério na base, acho que o fruto vai aparecer em 2014. Teremos uma equipe mais forte e competitiva.
Lugano analisa Brasil e Uruguai pelas Eliminatórias
Zagueiro afirma que não há brasileiros entre os dez melhores do mundo. Contrato com Fenerbahçe (TUR) vence neste domingo
Fonte LANCE!
31 de Maio de 2009
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