Ex-presidente da Portuguesa, Manuel da Lupa, foi citado por Roberto Senise. (Foto: Marcos de Paula / Agência Estado)
O promotor do Ministério Público, Roberto Senise, que está investigando o caso Héverton, sobre a escalação irregular do atleta que rebaixou a Portuguesa no Campeonato Brasileiro de 2013, afirmou em entrevista à TV Globo que o presidente do clube, o advogado da equipe e o vice-presidente de futebol da Lusa à época sabiam da punição do jogador e ainda assim o colocaram para entrar em campo.
“Bom ficar claro que não é uma falha apenas do Manuel da Lupa, há outros que podem estar implicados. O Manuel da Lupa, o doutor Valdir (Rocha), advogado e diretor jurídico, Roberto dos Santos, vice de futebol, e dois funcionários do departamento de futebol. Por enquanto, a investigação gira em torno desses nomes”, disse.
Senise afirmou que, por existir conhecimento prévio do caso, a possibilidade mais aceita é de que a escalação irregular tenha sido premeditada. O promotor, entretanto, ainda não pode precisar o motivo da ação. A hipótese de suborno não é descartada, mas o promotor ainda não tem provas que corroborem a suspeita.
“Ao que tudo indica, a omissão teria sido premeditada. Causa estranheza que tenha ocorrido uma omissão coletiva desse tamanho e dimensão na época em que ocorreu, já que nunca tinha ocorrido na história do clube”, disse. “Não há como afirmar que houve recebimento de dinheiro. Há muitos boatos, até depoimentos que supõem valores, nada demonstrado. Os valores dos boatos variam de R$ 4 milhões a R$ 25 milhões. Não há prova nesse sentido”.