A onda do momento entre os aficionados por futebol é o álbum de figurinhas da Copa do Mundo da África do Sul. Mas, bem antes das trocas de figurinhas que costumam ocorrer nessa época, São Paulo e Santos fizeram um câmbio que, até agora, vem dando certo.

Em janeiro deste ano, o Tricolor mandou Arouca, que não vinha tendo espaço na equipe titular, e recebeu Rodrigo Souto, já sem muito clima no Peixe. Com contrato firmado com duração de um ano e meio, Souto se firmou como titular após lesão muscular que tirou Richarlyson de sete partidas. Com boa chegada na área, já marcou três gols em 14 jogos pelo novo clube.

- Estou muito feliz aqui no São Paulo. Agora tem esta oportunidade de reencontrar o Santos, que é um clube que eu respeito muito. Sabemos que um terá de ficar pelo caminho. Mas vamos em busca deste título - disse Souto, a figurinha de número 18 do Sampa, na última semana.

Do outro lado, Arouca também se encaixou com muita facilidade na equipe de Dorival Júnior. Volante de marcação, mas com ótima capacidade ofensiva, se tornou titular absoluto, fez 16 partidas pelo clube da Baixada Santista e recuperou a boa fase vivida em 2008, quando atuava pelo Fluminense.

– Ele sobra em campo e tem tudo para se tornar um grande volante. Hoje ele é importante, até pela presença do Marquinhos e do Ganso. É notório que tem tido um crescimento – afirmou o técnico do Santos.

Essa, porém, não foi a primeira vez que os clubes se arriscaram em trocas de jogadores. Em 1984, após seis anos de Santos, o meia Pita trocou a praia pela capital. No negócio, o Tricolor enviou o ponta Zé Sérgio e volante Humberto.

- Foi bom para todo mundo. Fui fazer parte dos Menudos do Morumbi e lá conquistamos três títulos. Dessa vez, Souto e Arouca também se deram bem - analisou Pita.

Dez anos depois, em 1994, o Sampa cedeu três atletas para contar com o volante Axel: o goleiro Gilberto, o volante Dinho e o atacante Macedo.

- Foi uma troca excelente pra mim. O Santos não tinha essa estrutura de hoje, enquanto o São Paulo já estava muito à frente dos outros - recordou Axel.

Neste domingo, Rodrigo Souto e Arouca terão novamente um encontro com o antigo clube. Figurinhas carimbadas nas equipes de Ricardo Gomes e Dorival Júnior, os volantes semifinalistas buscam agora completar o álbum com a figurinha premiada do título paulista.


Primeira troca: AXEL por Gilberto, Dinho e Macedo

Axel: "Fui em troca dos três e mais R$ 500 mil. Para mim foi muito boa a troca. O Santos ainda não tinha essa estrutura de hoje, esse CT. Se fosse hoje talvez eu não saísse. Mas, naquela época, o São paulo já estava muito à frente dos outros."

Gilberto: "Estava na reserva do Zetti, mas para mim foi ruim demais. Eu preferia ter continuado no banco do que ter ido para o Santos. O São Paulo já era grande na época, enquanto o Santos não tinha dinheiro. Não nos sentimos desprestigiados por essa troca de três por um porque o Axel estava no auge de sua carreira. Mas preferia não ter ido."

Segunda troca: Pita por Humberto e Zé Sérgio

Pita: "Foi uma troca boa. Eu já tinha feito tudo o que podia pelo Santos e dois grandes jogadores foram para lá, então foi bom para todo mundo. No São Paulo peguei um grupo maravilhoso, éramos os Menudos. Hoje sou ídolo dos dois clubes. A troca de Arouca por Souto foi boa também. Ele voltou a jogar o que jogava no Fluminense, enquanto o Souto se manteve bem."

Zé Sérgio: "Para mim, o São Paulo já tinha dado muitas alegrias. Depois das contusões que tive, não conseguia mais ter as atuações de antes. Se não fosse isso não teria ido. Para mim foi interessante, já que o próprio clube estava se renovando com a chegada do Cilinho. Foi bom para os três jogadores e para os clubes: o Santos montou um bom time a curto prazo e o São Paulo investiu bem a longo prazo."