A campanha do São Paulo mantém o time em posições próximas da zona de rebaixamento. Não foi por falta de dinheiro. O clube estourou o orçamento e aumentou o gasto com o futebol em 2021 em relação à temporada passada. Como consequência, provocou um novo rombo nas contas.
O presidente do São Paulo, Julio Casares, repetiu seguidas vezes que sua gestão seria marcada pela austeridade. Seria um contraponto à administração de Carlos Augusto de Barros e Silva, que acumulou buracos por investimentos excessivos no futebol.
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Não é a direção mostrada pelo balancete financeiro até setembro de 2021, publicado dentro do relatório da diretoria. Pelo documento, a despesa com futebol foi de R$ 302,3 milhões. Houve um estouro de R$ 65,7 milhões em relação ao que tinha sido previsto no orçamento.
Esse valor certamente vai superar a despesa do ano passado. Em 2020, em todo o ano, foram R$ 332 milhões em gastos com o futebol. Se for mantida a proporção atual de despesas, o São Paulo fechará o ano com R$ 403 milhões investidos no departamento mais importante do clube.
O montante gasto com pessoal e direitos de imagens, então, é bem superior ao do ano passado. Já houve despesas de R$ 183 milhões nesses dois itens, que configuram a folha salarial de um time. Pois, em 2021, foi usado um valor similar no ano inteiro.
No relatório, a diretoria explica o estouro do orçamento. Entre os itens citados, estão a troca de comissão técnica —saiu Fernando Diniz por Crespo no início do ano. Não está claro se está incluída a chegada de Rogério Ceni, que ocorreu em outubro, após o relatório.
Além disso, são citadas as contratações de nove jogadores, profissionalização de atletas da base, renovação de contratos e principalmente a incorporação de despesas referente a Daniel Alves, após sua rescisão. O texto fala em: "a antecipação do valor a ser apropriado na despesa em 2021 e 2022, referente aos contratos firmados com os Atletas Daniel Alves e Everton Felipe".
"Os investimentos realizados visam proporcionar condições de melhorar a performance esportiva da equipe de futebol, além de mitigar o problema de substituições futuras (contratações emergenciais para reposição do elenco, com possível queda de performance), decorrentes da cessão definitiva de atletas profissionais, previstas para acontecer até o final do exercício de 2021", explica a diretoria.
A performance esportiva, no entanto, não melhorou. Pelo contrário, o São Paulo faz um Brasileiro bem pior do que em 2021, quando terminou na quarta colocação.
Esse aumento de gastos não foi acompanhado por um crescimento das receitas. Pelo contrário, o valor arrecadado foi de R$ 302 milhões, o que significa R$ 27,6 milhões a menos do que previsto no orçamento. O São Paulo até obteve receitas superiores ao que era esperado em patrocínio e direitos de transmissões. O problema é que a receita com venda de jogador ficou R$ 69 milhões abaixo do esperado. Há necessidade urgente de venda até o final do ano.
Por enquanto, sem uma negociação, o São Paulo acumula um déficit de R$ 71 milhões. Não é uma novidade. O clube já tinha um rombo acumulado de R$ 263 milhões nos últimos cinco anos.
Diante desse quadro, a dívida líquida são-paulina aumentou: foi para R$ 630 milhões. Houve um crescimento de R$ 55 milhões neste período do ano.
Como conclusão, a gestão de Casares não tem nada de austeridade e repete a mesma gastança de seu antecessor.
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