Juan Pablo Vojvoda em São Paulo x Talleres, em 2019 — Foto: Alexandre Schneider/Getty Images

Os caminhos de São Paulo e Juan Pablo Vojvoda, treinador do Fortaleza, se cruzaram muito antes deste sábado, quando o Tricolor recebe a equipe cearense no Morumbi pela 12ª rodada do Campeonato Brasileiro. O argentino, há pouco mais de dois anos, protagonizou um revés ainda traumático para os são-paulinos.



Vojvoda era o técnico do Talleres quando o clube argentino eliminou o São Paulo na fase preliminar da Libertadores, no início de 2019. A equipe de Córdoba fez 2 a 0 na ida, em casa, e segurou o 0 a 0 na volta.


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A eliminatória vencida por Vojvoda, hoje uma sensação no Fortaleza, provocou mudanças no São Paulo. O empate no Morumbi ocorreu em 13 de fevereiro de 2019 e imediatamente envolveu o clube em crise. A consequência foi a saída do técnico André Jardine.

De trabalho elogiado na base, Jardine assumira o São Paulo no fim de 2018 e acabou efetivado para a temporada seguinte. Entretanto, a queda precoce mudou todo o panorama para o treinador, que voltou a trabalhar com a base.

Jardine aceitou convite da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) em abril de 2019 e assumiu a seleção sub-24. Hoje, o técnico está às vésperas de lutar pelo bicampeonato olímpico em Tóquio. A seleção estreia dia 22 contra a Alemanha, com transmissão da TV Globo.

Sem Jardine, o São Paulo contratou Cuca, que assumiu o comando do time após rápida passagem de Vagner Mancini, vice-campeão paulista de 2019. Posteriormente, o clube iniciou a era Fernando Diniz, antecessora à chegada de Hernán Crespo.

Duelo argentino

O atual treinador são-paulino teve um duelo contra Vojvoda em 2019. Foi em 1º de fevereiro, quando o Talleres venceu por 3 a 1 o Banfield de Crespo, comandante responsável por tirar o Tricolor paulista da fila de quase nove anos sem títulos, com o troféu do Paulistão de 2021.

Já Juan Pablo Vojvoda chegou ao Fortaleza no início de maio e ganhou a confiança da torcida rapidamente. Os resultados começaram a aparecer, e a boa fase se consolidou no início da Série A.

Hoje o Leão do Pici é o quarto colocado na tabela, com 21 pontos, e deixa o torcedor sonhando cada vez mais alto. Mesmo com o curto trabalho até aqui, o treinador argentino mostrou que tem um perfil com uma palavra-chave: intensidade.

Desde sua chegada, o Fortaleza passou a ser mais agressivo dentro de campo, tanto no ataque quanto na defesa. Com ele, construiu goleadas no Campeonato Cearense contra rivais mais frágeis e conquistou o título em cima do maior rival.

Na Copa do Brasil, avançou de fase despachando o rival Ceará com um 3 a 0 no jogo de volta. E na Primeira Divisão, a cada jogo o Tricolor surpreende. Não só pelos números acumulados, mas pelo desempenho dentro de campo.

Com o técnico, o Leão passou a atuar com três zagueiros, utilizando o 3-5-2, também usado por Vojvoda no Union La Calera. Logo que chegou, o técnico se adaptou às peças que tinha à disposição. Jogo a jogo, foi apostando em uma postura mais ofensiva.

O Fortaleza constrói as jogadas de pé em pé, com muita movimentação, começando com a saída de bola na defesa e evitando bolas longas ou ligação direta.



Vojvoda recusou um hotel com vista para o mar oferecido pela diretoria do clube quando chegou ao Brasil. Optou por morar no Centro de Treinamento para se ambientar mais rápido ao novo trabalho, com as pessoas do clube e com o idioma.

Nas coletivas, faz questão de responder o máximo possível em português. Com perfil estudioso e trabalhador, recebe elogios dos torcedores nas redes sociais e dos atletas nas coletivas.

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