O descumprimento a um dos itens do protocolo sanitário atualizado do Campeonato Paulista gerou cobrança da Federação Paulista de Futebol (FPF) sobre o São Paulo.
O atacante Pablo concedeu entrevista presencial à Rádio Jovem Pan, na última terça-feira, e quebrou a “bolha” proposta para essa fase da competição estadual. Por tirar a máscara, o jogador foi advertido pela diretoria.
Porém, não apenas Pablo tem "furado a bolha" exigida pela FPF para a retomada do Paulistão. O São Paulo ainda não havia aderido a esse procedimento e tem liberado os jogadores para retornarem às suas casas após os treinamentos no CT da Barra Funda.
Procurado pela reportagem, o São Paulo decidiu não se pronunciar sobre o assunto. O clube testa atletas, comissão e colaboradores diariamente no CT e seguirá com esse processo até sexta-feira, dia do jogo contra o Palmeiras, pelo Paulistão.
Após o jogo no Allianz Parque, o São Paulo entra na "jurisdição" da Conmebol. Afinal, na terça-feira, a equipe estreia na Libertadores contra o Sporting Cristal, no Peru.
O protocolo atual do Estadual, revisado por conta do agravamento da pandemia de Covid-19, prevê que os clubes mantenham seus atletas e membros da comissão técnica em concentração, no que a FPF chama de “ambiente controlado”, em que deve ser evitado contatos externos.
O documento foi longamente debatido entre os clubes e o Ministério Público estadual, que só na semana passada passou a apoiar a retomada dos jogos em São Paulo. A “bolha” é considerada essencial para esse novo posicionamento do MP, que antes havia recomendado a paralisação de eventos esportivos.
O comportamento do São Paulo gerou reação da Federação Paulista de Futebol. Nesta quarta-feira, o presidente do Comitê Médico da entidade, Moisés Cohen, reforçou a necessidade de adesão à bolha em contato com os médicos de cada clube.
– O combinado, e deixei isso claro através de uma mensagem que enviei para todos os colegas, é que eles fiquem em ambiente controlado, “bolha like”, evitando-se contato com meio externo – disse Cohen ao ge.
O presidente do comitê minimizou o caso específico de Pablo, que concedeu a entrevista para um sócio do seu convívio, segundo relatos de pessoas ligadas ao clube.
De acordo com o São Paulo, o atacante fez testes na terça-feira pela manhã, com resultado negativo. Ele concedeu a entrevista no mesmo dia, à tarde, num estúdio. O atleta fez novo teste na manhã de quarta, novamente com resultado negativo.
Cohen, que creditou a atitude do São Paulo a uma má compreensão do protocolo, elogiou os controles feitos pelo clube, citado por ele como um dos que mais fazem testes. Mas explicou que a escolha pelo sistema de bolha se dá pelo fato de nem todas as equipes terem condições de realizar tantos exames.
– Para não abrir exceção, a gente generalizou. Do ponto de vista de saúde, não tenho nem argumento contra. Mas tem que seguir o que foi combinado de maneira geral, que é justamente segurar os atletas.
Antes do caso do São Paulo, a federação já tinha cobrado o São Bento, que no final de semana também liberou parte dos atletas após o jogo contra o Bragantino, no último sábado.
O Palmeiras é a única equipe ainda fora do controle da Federação Paulista de Futebol, já que esteve em Brasília nos últimos dias para as disputas da Supercopa e da Recopa Sul-Americana. A equipe retorna nesta quinta a São Paulo.
Não são só os clubes que estão confinados. A federação isolou 38 árbitros e dois membros da comissão de arbitragem em um hotel na zona oeste de São Paulo.
São Paulo FC, Tricolor, SPFC, Pablo
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