O tricolor ficou com uma média de três a quatro treinadores por temporada. Agora após tentar passar longo período com a filosofia - e enfrentar várias crises - de Fernando Diniz, a diretoria apostou seu trabalho e estudo minucioso na visão de jogo do argentino Hernán Crespo e a pergunta que não quer calar é: os torcedores estão preparados psicologicamente para todo este processo? Como vai o imediatismo?
No dicionário, a palavra imediatismo tem como parte sua descrição o termo "tendência a agir em função do que oferece vantagem imediata, sem considerar as consequências futuras.". O modo de agir com o avanço tecnológico e das redes sociais é hoje uma tendência entre as novas e mais antigas gerações: todo mundo quer tudo para agora, neste momento sem tempo para pensar. Este modo de agir demonstra a falta de preparo em lidar com períodos ou situações consideradas indesejadas em busca de um bem ou resultado maior e mais vantajoso. É o hábito de pular partes do processo e desistir dele no meio.
Os motivos para isso acontecem por diversas razões: acúmulo de decepções, tentativas ansiosas de não passar por frustrações causando atitudes de impulsos, amadorismo, falta de embasamento das opiniões, descrença em um determinado trabalho ou ponto dele, enfim.
No caso dos São Paulinos muitos agravantes lideram este ciclo como, por exemplo, os períodos de múltiplas conquistas, surgimento de ídolos e elencos extremamente vitoriosos, reconhecimento mundial, pioneirismo em profissionalização e gestão. Até que de repente, tudo isso simplesmente desmoronou. E essa realidade foi ficando cada vez mais para trás, mais distante, mais distinta, mais lembrança do que verdade.
Surgiu a tentativa de trazer tudo de volta, ao invés de análise de como se adaptar a um novo tempo do mundo: redes sociais, internet, torcedor ativo, opiniões exacerbadas, amadorismo disfarçado por de trás das gestões. O tricolor tinha que se reinventar e o torcedor apoiar. Os resultados não vieram e ambos se tornaram impossível. Faltou força de vontade, competência ou paciência?
Em outros times, as torcida organizadas já invadiram centros de treinamento, ameaçaram jogadores de morte, invadiram festas de aniversários de jogadores do elenco, apedrejaram ônibus, romperam com diretorias... em muitos momentos, atitudes assim eram apoiadas pelos torcedores comuns motivados pelo sentimento de frustração ao assistirem seus times rebaixados, perdendo jogos, se atolando em dívidas enquanto os jogadores desfrutavam de seus salários e os diretores mamavam o pouco que sobrava da alma do clube e o foco se perdia.
Agora o São Paulo está reiniciando todo o ciclo. O futebol paulista retornou com goleada, maratona de jogos e clássico à vista. Quando você começar a pensar na emoção da final dos estaduais, dos clássicos recorrentes e da falta de jogadores em campo ocasionados pelo calendário de 1 jogo a cada três dias, também estará se preparando para as fortes emoções do início da Copa Libertadores da América.
Hernán Crespo é o nome da vez, trouxe sua visão tática para implementar na herança tática deixada por Fernando Diniz - escolhido a dedo pela diretoria para tentar encurtar o tempo de adaptação e implementação. Já recebeu os reforços pedidos e avaliados especificamente para seu sistema de jogo. Alterou a rotina de treinamento e revolucionou com seu método o dia a dia do CT. Mesmo com tudo isso, não há certeza alguma de resultado. Podem vir bem demais, podem não vir nada. O famoso modo ilusão está prestes a ser ligado.
O SPFC.Net quer saber, diante de tudo, como vai seu imediatismo?
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