O desfalque do goleiro artilheiro Rogério, que pode ser de até seis meses, já foi acusado pelo técnico do São Paulo, Muricy Ramalho.

Cabe agora ao reserva Bosco segurar a responsabilidade de substituir o maior ídolo do clube nos últimos tempos. Nas vezes anteriores em que substituiu Rogério e foi questionado sobre a saída com os pés, o goleiro foi direto na questão.

"O segredo é fazer o simples para não complicar a jogada", comentou Bosco. No entanto a troca do titular por seu imediato na posição implica mudanças na forma de o time são-paulino atuar, mesmo quando a posição é o gol.

Exímio com os pés, Rogério fez dessa habilidade um diferencial também para o seu time. De acordo com números do Datafolha, no Campeonato Paulista, o camisa 1 são-paulino foi o arqueiro mais requisitado por seus defensores, com média de 10,6 bolas recuadas.

Acostumados a ter o recurso de poder contar com Rogério quando pressionados pelos atacantes adversários, os zagueiros são-paulinos nunca esconderam a facilidade de ter o camisa 1 na retaguarda.

"O Rogério sempre trabalhou muito bem a bola e é uma vantagem que nós sempre utilizamos aqui no São Paulo", falou o zagueiro André Dias.

Bom para desafogar a defesa ao receber bolas recuadas, Rogério também lidera o quesito quando o assunto é o acerto na reposição de jogo.

Nas 14 partidas que disputou neste Campeonato Paulista, Rogério teve 81,1 acertos neste fundamento. Quem chegou mais perto foi Fabiano, do Mirassol, com a marca de 71,3 bolas repostas com sucesso.

Com Bosco em campo, o São Paulo perde precisão para recolocar a bola em ação. O agora titular são-paulino aparece em 17º lugar entre os 20 goleiros do Paulista com 53,6 acertos nas reposições por partida.

Mas os jogadores, em especial os zagueiros, dizem ter em Bosco confiança no caso de precisar fazer recuos.

"O Bosco é um goleiro muito experiente, está no clube já há algum tempo e tem a total confiança de todos. Trata-se também de um grande goleiro", falou o zagueiro Rodrigo.

Pouco afeito a utilizar os pés, Bosco até que foi chamado a trabalhar nas seis partidas que disputou neste ano pelo Paulista. Mas sua média neste fundamento, porém, --seis por jogo-- é pouco mais da metade do número de Rogério.