Está em curso desde o segundo semestre de 2019, um processo que vai mudar para sempre o futebol brasileiro. Governo federal, Senado, Câmara dos Deputados, CBF, federações estaduais, clubes, todos os atores poderosos trabalham para, de alguma maneira, permitir que os clubes de futebol se transformem em empresas. No lugar da associação sem fins lucrativos, modelo adotado por quase todos no país hoje, entrariam as sociedades anônimas ou limitadas. Então perguntamos, o que pode mudar se o São Paulo virar um clube-empresa?
Tudo se deu início na apresentação de Daniel Alves no Morumbi. Efeitos luminosos e fogos de artifício, tapete vermelho e 45 mil pessoas. A apresentação oficial de Daniel Alves fez o torcedor sonhar alto com o São Paulo, e sugeriu que ali começava uma nova era. Naquela noite, diante de cerca de 150 jornalistas de todo o mundo, a diretoria aproveitou a ocasião e anunciou a retomada de um projeto ambicioso: a transformação do clube em uma Sociedade Anônima (S.A.).
A inspiração está no Bayern de Munique, que tem Adidas, Allianz e Audi como sócios minoritários, mas os exemplos de clubes-empresas bem-sucedidos estão por toda a Europa - incluindo os finalistas da última Liga dos Campeões, Liverpool e Tottenham. No Brasil, o modelo ainda é raro, limitado a times de abrangência estadual ou regional, mas o Tricolor está disposto a ser pioneiro entre os grandes.
Esta intenção ficou clara nas palavras do presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, o primeiro a discursar na apresentação de Daniel Alves. Com intenção de ficar marcado na história( deixe aqui sua risada) do São Paulo, ele foi aconselhado por uma pessoa muito próxima a fazer uma mudança significativa na reta final de seu mandato. A ideia é que este marco seja a transição para S.A., mas a política interna do clube ainda é obstáculo. A semente de um clube-empresa no Morumbi foi plantada durante uma viagem do executivo de futebol do clube, Raí. Ele foi à Europa em busca de reforços no primeiro semestre e não apenas viabilizou a contratação de Daniel Alves, mas também foi abordado por pessoas interessadas a investir no Tricolor. Estas conversas conquistaram a atenção de Leco, e a roda da São Paulo S.A. começou a girar.
Hoje, o Tricolor é governado pelo sistema presidencialista. De acordo com o estatuto, aprovado em assembleia geral em dezembro de 2016, o mandatário montou uma equipe de diretores executivos - assalariados, como numa S.A. - formada por profissionais que, em teoria, apresentem experiência no mercado. Há ainda os conselhos Deliberativo, de Administração, Consultivo e Fiscal.
Com o sistema de clube-empresa, o São Paulo permaneceria sendo sócio majoritário. Em um primeiro momento terá 100% das ações. Mesmo com a entrada de investidores, o Tricolor paulista, segundo o seu estatuto, será majoritário com pelo menos 51% das ações.
O clube, assim como acontece atualmente, ainda seria gerido por um presidente. No planejamento, haveria o Conselho de Administração da S.A., com pessoas indicadas pela empresa e pelo clube. Abaixo, estaria o CEO, como um responsável por gerir o futebol que teria em seu quadro os executivos de diversas áreas. Todos seriam remunerados. Os investidores seriam responsáveis pela receita do futebol, pelas dívidas e também pelo estádio. Já o social seria de responsabilidade do clube, que teria um diretor para a função.
COMO É HOJE: Administração:
-Regime presidencialista
- Executivo de futebol
- Diretores executivos( administrativo, finaceiro, infraestrutura, estádio, jurídico, comuncação e marketing).
- Conselhos (deliberativos, adminstração, consultivo e fiscal)
- Diretoria social
Finanças:
-Clube é responsável por todos os investimentos, receitas e gastos
Sócio do Clube:
-Livre acesso ao clube social
Morumbi:
Gestão do clube
COMO FICA COM A SÃO PAULO S.A
Administração:
- Presidente do clube
- Conselho de administração S.A
-CEO
- Diretores executivos (Financeiro, jurídico, marketing e futebol)
- Enfraquecimento do poder do conselho
- Possibilidade de investimento estrangeiro e de venda de ações no mercado financeiro
Finanças:
-Dívidas, estádio e futebol ficam sob responsabilidade de investidores
Sócio do Clube:
-Livre acesso ao clube social
Morumbi:
Gestão da S.A
Mas como de costume, com uma diretoria totalmente confusa e desunida, o presidente Leco e seu vice Roberto Natel, divergem opiniões sobre o assunto. Leco disse que "é um tema que o São Paulo trata desde a reforma do estatuto, há mais de dois anos. O estudo está praticamente concluído para funcionar dentro dos órgãos do São Paulo''.
Já Natel foi pelo pensamento oposto do presidente. "Qual a necessidade de fazer com urgência uma mudança tão grande. Por que colocar esse assunto na apresentação do Daniel Alves? Não sou contra a S.A., desde que possa sentar, discutir e entender por que vai ser melhor. Hoje, não sou favorável. Não é o momento de o São Paulo ser pioneiro neste assunto''. Disse o vice-presidente do São Paulo.
Já nas palavras do Presidente da Câmara, Rodrigo Maia disse que "temos ambiente positivo para a reforma. Hoje o futebol representa 1,7% do PIB. Se caminhar para 2% ou 3% do PIB, vamos gerar impostos para o Brasil e empregos para a sociedade."
Em um breve resumo. Se o São Paulo virasse S.A, a empresa cuidaria apenas do futebol tricolor, o social e outras modalidades seriam de responsabilidade do clube. Assim, o time do Morumbi não iria se preocupar tanto com as finanças do futebol, com impostos e poderia fazer diferentes investimentos. O problema é que se a empresa quebrar, o São Paulo vai junto. A verdade é que os clubes-empresas devem ser o futuro dos clubes brasileiros daqui alguns anos. A dúvida é: O São Paulo deveria ser o pioneiro dos times grandes a virar uma sociedade anônima?
Tudo se deu início na apresentação de Daniel Alves no Morumbi. Efeitos luminosos e fogos de artifício, tapete vermelho e 45 mil pessoas. A apresentação oficial de Daniel Alves fez o torcedor sonhar alto com o São Paulo, e sugeriu que ali começava uma nova era. Naquela noite, diante de cerca de 150 jornalistas de todo o mundo, a diretoria aproveitou a ocasião e anunciou a retomada de um projeto ambicioso: a transformação do clube em uma Sociedade Anônima (S.A.).
A inspiração está no Bayern de Munique, que tem Adidas, Allianz e Audi como sócios minoritários, mas os exemplos de clubes-empresas bem-sucedidos estão por toda a Europa - incluindo os finalistas da última Liga dos Campeões, Liverpool e Tottenham. No Brasil, o modelo ainda é raro, limitado a times de abrangência estadual ou regional, mas o Tricolor está disposto a ser pioneiro entre os grandes.
Esta intenção ficou clara nas palavras do presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, o primeiro a discursar na apresentação de Daniel Alves. Com intenção de ficar marcado na história( deixe aqui sua risada) do São Paulo, ele foi aconselhado por uma pessoa muito próxima a fazer uma mudança significativa na reta final de seu mandato. A ideia é que este marco seja a transição para S.A., mas a política interna do clube ainda é obstáculo. A semente de um clube-empresa no Morumbi foi plantada durante uma viagem do executivo de futebol do clube, Raí. Ele foi à Europa em busca de reforços no primeiro semestre e não apenas viabilizou a contratação de Daniel Alves, mas também foi abordado por pessoas interessadas a investir no Tricolor. Estas conversas conquistaram a atenção de Leco, e a roda da São Paulo S.A. começou a girar.
Hoje, o Tricolor é governado pelo sistema presidencialista. De acordo com o estatuto, aprovado em assembleia geral em dezembro de 2016, o mandatário montou uma equipe de diretores executivos - assalariados, como numa S.A. - formada por profissionais que, em teoria, apresentem experiência no mercado. Há ainda os conselhos Deliberativo, de Administração, Consultivo e Fiscal.
Com o sistema de clube-empresa, o São Paulo permaneceria sendo sócio majoritário. Em um primeiro momento terá 100% das ações. Mesmo com a entrada de investidores, o Tricolor paulista, segundo o seu estatuto, será majoritário com pelo menos 51% das ações.
O clube, assim como acontece atualmente, ainda seria gerido por um presidente. No planejamento, haveria o Conselho de Administração da S.A., com pessoas indicadas pela empresa e pelo clube. Abaixo, estaria o CEO, como um responsável por gerir o futebol que teria em seu quadro os executivos de diversas áreas. Todos seriam remunerados. Os investidores seriam responsáveis pela receita do futebol, pelas dívidas e também pelo estádio. Já o social seria de responsabilidade do clube, que teria um diretor para a função.
COMO É HOJE: Administração:
-Regime presidencialista
- Executivo de futebol
- Diretores executivos( administrativo, finaceiro, infraestrutura, estádio, jurídico, comuncação e marketing).
- Conselhos (deliberativos, adminstração, consultivo e fiscal)
- Diretoria social
Finanças:
-Clube é responsável por todos os investimentos, receitas e gastos
Sócio do Clube:
-Livre acesso ao clube social
Morumbi:
Gestão do clube
COMO FICA COM A SÃO PAULO S.A
Administração:
- Presidente do clube
- Conselho de administração S.A
-CEO
- Diretores executivos (Financeiro, jurídico, marketing e futebol)
- Enfraquecimento do poder do conselho
- Possibilidade de investimento estrangeiro e de venda de ações no mercado financeiro
Finanças:
-Dívidas, estádio e futebol ficam sob responsabilidade de investidores
Sócio do Clube:
-Livre acesso ao clube social
Morumbi:
Gestão da S.A
Mas como de costume, com uma diretoria totalmente confusa e desunida, o presidente Leco e seu vice Roberto Natel, divergem opiniões sobre o assunto. Leco disse que "é um tema que o São Paulo trata desde a reforma do estatuto, há mais de dois anos. O estudo está praticamente concluído para funcionar dentro dos órgãos do São Paulo''.
Já Natel foi pelo pensamento oposto do presidente. "Qual a necessidade de fazer com urgência uma mudança tão grande. Por que colocar esse assunto na apresentação do Daniel Alves? Não sou contra a S.A., desde que possa sentar, discutir e entender por que vai ser melhor. Hoje, não sou favorável. Não é o momento de o São Paulo ser pioneiro neste assunto''. Disse o vice-presidente do São Paulo.
Já nas palavras do Presidente da Câmara, Rodrigo Maia disse que "temos ambiente positivo para a reforma. Hoje o futebol representa 1,7% do PIB. Se caminhar para 2% ou 3% do PIB, vamos gerar impostos para o Brasil e empregos para a sociedade."
Em um breve resumo. Se o São Paulo virasse S.A, a empresa cuidaria apenas do futebol tricolor, o social e outras modalidades seriam de responsabilidade do clube. Assim, o time do Morumbi não iria se preocupar tanto com as finanças do futebol, com impostos e poderia fazer diferentes investimentos. O problema é que se a empresa quebrar, o São Paulo vai junto. A verdade é que os clubes-empresas devem ser o futuro dos clubes brasileiros daqui alguns anos. A dúvida é: O São Paulo deveria ser o pioneiro dos times grandes a virar uma sociedade anônima?
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