Titular em todas as partidas da temporada até aqui, Pablo tem atuado pelos lados - Pato tem sido o centroavante - e briga para se manter na equipe mesmo com Antony de volta da Seleção Brasileira sub-23. Para o clássico contra o Corinthians, às 19h deste sábado, no Morumbi, o camisa 9 é favorito a começar jogando, com o garoto possivelmente no banco.
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A gente tem que fazer gols, é isso que esperam da gente. Conversamos muito entre nós, sabemos que estamos criando muitas ocasiões e temos que caprichar no detalhe final, na finalização. Óbvio que em algumas jogadas os goleiros fazem milagres e acho que as pessoas têm que ter essa noção. Contra Novorizontino, Ferroviária e Santo André os goleiros defenderam bolas incríveis. Minhas, do Pato, do Vitor, do Hernanes, do Dani... Acho que temos que finalizar com um pouco mais de carinho para a bola entrar e a gente sair comemorando - disse o jogador, que acrescentou:
- E a questão não é só o gol, a questão é vitória. O que adianta fazer um grande jogo e perder? Você tem que vencer a partida. Óbvio que é muito mais bonito você vencer fazendo um grande jogo, dando espetáculo para o torcedor, para eles verem que a equipe joga de maneira muito sincronizada, muito compacta, com trocas de passes... Mas bonito mesmo é vencer a partida. Para demonstrar o que a gente vem fazendo nos treinos, o trabalho do Fernando, a gente precisa vencer. Esse é o grande lance: fazer os gols para vencer a partida.
Pablo foi o artilheiro do São Paulo em 2019, mas não ficou satisfeito com a quantidade de gols (foram sete). Em 2020, embora já tenha dito que a meta principal é não se machucar, ele tem trabalho para aumentar o número: é o atleta que mais finaliza no Paulistão, com 20 tentativas, sendo oito na direção certa. O vice-líder, de acordo com o Footstats, é Dani Alves: 17 finalizações, sendo sete certas.
Veja outras respostas de Pablo na entrevista exclusiva:
LANCE!: Como você está se sentindo fisicamente? Após um ano com três lesões sérias, você tem conseguido treinar e jogar.
Pablo: Eu estou muito feliz por conseguir jogar essas partidas consecutivas, ter essa sequência. Ano passado foi muito difícil, eu não conseguia voltar a estar 100%. Quando consegui, tive uma outra lesão em seguida, que foi naquele jogo contra o Palmeiras. Graças a Deus passou. Estou muito bem, 100% recuperado. Acho que o nível técnico tem que melhorar a cada treino, a cada jogo. Tenho que render mais, tenho que ajudar mais meus companheiros, e é isso que eu espero para o ano. Ajudar, contribuir para o São Paulo voltar para o lugar de onde nunca deveria ter saído.
Você encontrou respostas para tantos problemas físicos em 2019?
Eu tive duas lesões de fatalidade (na coluna e no tornozelo) e uma por não estar nas minhas condições físicas ideais (no adutor), então não tem muito o que ficar relembrando, buscando memórias que não são boas, que são tristes. Na verdade, temos que procurar as coisas legais que a vida dá, não as coisas que ela tira. Foram fatalidades que passaram. E estou muito feliz que passaram.
No São Paulo, é uma novidade ver você jogando fora da área e não como centroavante. Mas não é uma novidade na sua carreira. Você prefere atuar assim ou como 9?
O Fernando sabe onde eu posso ajudar, onde posso contribuir com o time, sabe que tenho essa característica tática de ajudar muito na marcação. Jogar do lado, como já joguei em anos anteriores, não é novidade. Quando você está jogando centralizado, você fica com aquele negócio: tenho que fazer gol. Quando você está jogando pelo lado, você não tem só que fazer o gol, tem que ajudar, tem que fazer várias outras funções, dar assistência. Ali de "9" é a posição em que fico mais à vontade, mas o Fernando sabe como posso ajudar, e eu estou tentando ajudar da melhor maneira possível quando jogo de extremo.
Jogar ao lado do Pato, que não é um centroavante pesado, facilita para você nessa "nova" função?
Ele é um craque, um cara que tem um potencial incrível, é muito fácil jogar junto com ele. Quando nós dois jogamos, a gente se reveza. Eu estou ficando mais de extremo, mas a gente troca durante o jogo. Espero que os gols possam sair e ser válidos das próximas vezes, que possamos fazer cada vez mais gols, porque somos cobrados para fazer gols e é o que a gente mais quer.
Será o seu primeiro jogo contra o Corinthians no Morumbi. Dá uma sensação diferente?
É clássico, o Corinthians vem de uma desclassificação e provavelmente vai entrar com a faca entre os dentes. A gente também tem que entrar assim. A gente sabe que o Corinthians está jogando de uma maneira totalmente diferente do que jogava, propõe mais o jogo, quer ficar mais com a bola. Só que a gente vai estar jogando em casa, diante do nosso torcedor, em um campo que a gente gosta muito de jogar, que é o do nosso estádio, então a gente tem que se impor, ter o controle do jogo, fazer gols e vencer. É isso que todos querem, os jogadores, a comissão técnica, a diretoria e a torcida. Todos querem essa vitória nesse clássico. A gente sabe que pode melhorar a cada jogo, a cada treino, e é isso que temos que fazer.
O Corinthians vem em situação muito semelhante à do São Paulo em 2019: eliminado da Libertadores com um Majestoso como visitante logo na sequência. No ano passado, você fez gol em Itaquera, mas o São Paulo perdeu. Quais são as lembranças daquele dia?
A lembrança que eu tenho é triste. Fazer gol em uma derrota não vale de nada. Espero que nesse jogo a lembrança seja feliz. Que a gente possa sair com a vitória, com gol meu ou não.
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