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Entenda os sete grandes erros de Jardine e diretoria que deixaram o São Paulo em crise

Foto: Marcello Zambrana/AGIF

O mau começo de ano do São Paulo não é ocasional. Uma série de decisões equivocadas e questionáveis deixaram o caminho do clube mais tortuoso em apenas 45 dias, incluindo queda na Copa Libertadores da América para o modesto Talleres (ARG) e iminência de André Jardine não ser mais o técnico da equipe. O favorito para substitui-lo é Cuca.



O UOL Esporte, então, lista os sete principais erros do Tricolor para esta temporada, da comissão técnica à diretoria presidida por Carlos Augusto de Barros e Silva:

JARDINE APRESENTA IDEAIS, MAS A PRÁTICA FRACASSA

O técnico de 39 anos prometia um São Paulo protagonista dos jogos, dominando posse de bola, triangulando e agredindo os adversários o tempo todo. Algo que só foi visto com exatidão contra o Mirassol, na estreia do Campeonato Paulista. Depois, o que se viu foi um time ainda preso a vícios da era Diego Aguirre, como uma dupla de volantes pouco construtiva e jogadores pesados no ataque. Após a queda para o Talleres, Jardine admitiu que não conseguiu fazer com que o time absorvesse e praticasse seus ideais no empate por 0 a 0.

TITULARES DESCANSAM POUCO E HERNANES NÃO RETORNA 100%

A comissão técnica do São Paulo poupou os titulares em apenas uma partida - entre as oito oficiais, sem contar a Florida Cup. O descanso foi dado na quinta rodada do Campeonato Paulista, contra o São Bento. A ideia era usar os jogos para aprimorar as ideias de Jardine, em vez dos treinos. Os principais questionamentos sobre não ter poupado os principais atletas mais vezes estão nas partidas contra Novorizontino (apenas três foram preservados) e Ponte Preta. Eram duelos fora de casa e antes de partidas importantes.

Hernanes foi o único dos titulares a ganhar programação especial. Depois de jogar as duas partidas da Florida Cup - um tempo em cada -, o Profeta acusou desgaste e a preparação física realizou trabalho de reequilíbrio muscular. Assim, o ídolo demorou para voltar ao time e logo enfrentou as partidas da Libertadores, mesmo sem estar com a melhor forma e, principalmente, o melhor ritmo. Pouco fez nos jogos contra o Talleres.

APOSTA EM NENÊ COMO PONTA NÃO FUNCIONA

Nenê começou o ano bem na ausência de Hernanes. Jardine, então, tentou arrumar um lugar para o camisa 10 no time titular. A solução foi usá-lo como ponta direita. A ideia era que o veterano funcionasse como um armador, abrindo corredor para as passagens de Bruno Peres. A única boa atuação de Nenê na função foi contra o Novorizontino.

Nos demais jogos, ficou muito limitado à beirada do campo, tirou a profundidade do time, que ficou mais lento, e ainda apresentou problemas na hora de recompor a marcação. O jogo de ida contra o Talleres é o grande exemplo. Na volta, Helinho retomou a posição, foi bem, mas mesmo assim foi sacado para o meia entrar. Nenê acertou um cruzamento perigoso e marcou um gol em impedimento, mas o São Paulo novamente perdeu em velocidade.

DIRETORIA INSISTE NO ERRO E NÃO CONTRATA "SEGUNDO VOLANTE"

Desde que Thiago Mendes foi vendido ao Lille, da França, em junho de 2017, o São Paulo não encontrou nenhum jogador para ser o segundo volante, o meio-campista de saída, que jogue de área a área. Os técnicos que sucederam Rogério Ceni foram reféns de duplas de volantes mais pesadas e de pouco acréscimo ofensivo. Isso sobrecarrega quem joga na armação ou obriga os pontas e laterais e caírem demais pelo meio.

Liziero é o único do elenco com características próximas às de Thiago Mendes, ainda que lhe falte vigor físico. Ainda assim, a diretoria não contratou ninguém para a função. Willian Arão foi sonho, mas teve a transferência barrada pelo Flamengo. Júnior Urso, que acabou no Corinthians, também chegou a ser cogitado, mas essa busca nunca foi tratada como prioridade.

REUNIÃO COM ORGANIZADAS NO CT

Há menos de três anos, o São Paulo passou por apuros ao ter o CT da Barra Funda invadido durante protestos de torcedores uniformizados e comuns. Alguns integrantes das torcidas chegaram a ser julgados pelo episódio, que envolveu furtos, ameaças e agressão a jogadores em 2016. Aceitar uma reunião com membros das organizadas e envolver atletas, como aconteceu na semana passada, soou inadequado. Os torcedores estão no direito de solicitar o encontro. O clube é que falha ao expor seu elenco dessa forma.

"AEROLECO" E APROXIMAÇÃO COM ANTIGOS RIVAIS POLÍTICOS

O São Paulo fretou um voo para Córdoba, na Argentina, para o jogo de ida contra o Talleres. Além de elenco, comissão técnica e diretoria de futebol, 25 conselheiros foram convidados para a viagem. Incluindo antigos rivais políticos do presidente Leco, como Douglas Schwartzmann, que também vinha sendo chamado para ver jogos na tribuna da presidência no Morumbi. Outro velho inimigo político que ganhou espaço foi Antônio Donizeti Gonçalves, que agora até ocupa cargo na diretoria do Tricolor.

Esses movimentos mexeram com a política do clube, gerando insatisfação na base aliada de Leco e deixando ainda mais incomodada a oposição mais radical. Faltam quase dois anos para as próximas eleições presidenciais, mas a corrida para suceder Leco já ganhou seus primeiros episódios nos bastidores.



CRISE É MARCADA POR AUSÊNCIA DE LECO

É cada vez mais raro ver uma declaração pública, uma entrevista de Leco. Já era assim no ano passado, com algumas exceções durante a fase boa no Campeonato Brasileiro. Ainda assim, o presidente fez provocações a rivais. A ideia era deixar o futebol totalmente nas mãos do diretor-executivo Raí, o que foi considerada uma atitude positiva. Mas esperava-se uma presença maior de Leco no momento de crise.

O próprio Raí deu as caras na reta final do Brasileirão e depois do jogo de ida contra o Talleres. Após a eliminação no Morumbi, nenhum dirigente ou atleta concedeu entrevista. Apenas Jardine, que está ameaçado no cargo.

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