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Após quase sair do clube, Diego Souza se consolida no São Paulo

Foto: GABRIELA BILO / ESTADÃO

Contratado para ser o centroavante do São Paulo em 2018, Diego Souza demorou a embalar na função, mas vem demonstrando na prática que a camisa 9 lhe caiu bem. Além de o jogador ser um dos artilheiros do time no ano ao lado de Nenê, todos os 12 gols que marcou até aqui foram de finalizações no interior da grande área adversária.



No último sábado, ele utilizou o pé direito para concluir cruzamento de Nenê e garantir o único gol da vitória por 1 a 0 sobre o Bahia, no Morumbi. Estava quase na pequena área baiana.

Fato é que Diego Souza gerou muita desconfiança sobre se teria ou não condição de ocupar a vaga de Lucas Pratto, este sim um autêntico centroavante, que foi para o River Plate, da Argentina, um dia após o clube anunciar a contratação do reforço do Sport, em janeiro.

Aliás, esta foi a principal estratégia utilizada para convencer o jogador a trocar a Ilha do Retiro, onde era ídolo, pelo Morumbi: a vitrine de jogar como centroavante do São Paulo. Diego Souza sonhava em ser convocado por Tite para a Copa do Mundo da Rússia e via mais possibilidade de estar na lista nessa função do que como meia-atacante, sua posição de origem.



“Não estou preocupado em jogar de 9, 10 ou pelo lado. Quero jogar e estar bem ajudando da melhor maneira”, declarou o atleta, no dia da sua apresentação.

O início no São Paulo, porém, foi desanimador. Dorival Júnior, então treinador do time, chegou a dizer, ainda em fevereiro: “Não quero ele como atacante. Vou até mudar o número para não acharem isso. Eu o quero buscando a bola. Ele não é centroavante de referência”.



Passados quatro meses, Diego Souza somava só três gols e, após ser afastado por Diego Aguirre, quase foi para o Vasco. Acabou convencido por Raí, diretor executivo de futebol, a ficar. Aparou as arestas com o treinador e, de volta à formação titular, em maio, engatou uma sequência de cinco partidas marcando gols. Não saiu mais do time e reconquistou a confiança do uruguaio.

“Tenho de falar de Diego Souza, porque escutei muitas opiniões de que ele não era um centroavante, e ele é um baita centroavante. Pode também jogar de meia, mas é um centroavante que faz gol em todo jogo”, opinou um eufórico Aguirre.



Apesar do entusiasmo do técnico, o maior artilheiro da história do clube discorda. Serginho Chulapa, autor de 242 gols pelo São Paulo, ainda enxerga Diego Souza como um meia. Mas tira o chapéu para a fase goleadora dele: “Ele nunca jogou ali. Adaptaram ele. Se estivesse na posição dele, estaria na Copa do Mundo. Ele é um meia esquerda que vem de trás e chega bem à área, sempre foi assim”, disse o ex-centroavante tricolor e da seleção brasileira.

Três perguntas para Serginho Chulapa, maior artilheiro da história do São Paulo



1. O Diego Souza é ou não é um centroavante?
Ele é hours-concours, um dos últimos dos moicanos pela sua personalidade, sabe jogar. Apesar de que foi isso que tirou ele da seleção. Pra mim, ele não é centroavante, é meia dos tempos antigos. E colocaram ele de centroavante. No começo, não deu certo, mas agora está dando. Porque ele é inteligente, algo que não tem mais no futebol. Está num grande momento, mesmo sem ser centroavante.

2. Você credita a ele boa parte da campanha do São Paulo no Brasileiro?
É uma preocupação a mais para os zagueiros. Mas ele e o Nenê é que estão desequilibrando. Se um dos dois não pode jogar, aí complica.

3. O Brasil forma poucos centroavantes hoje?
Sim. Se você não começar na base a formar centroavantes, complica. Hoje em dia, a molecada quer ser volante, lateral, meia esquerda. Na base, precisa ter ao menos um treinador que enxerga se aquele jogador se adapta bem.


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