Foto: Arquivo Histórico do São Paulo FC
A Copa do Mundo de 1978 foi realizada na Argentina, que naquele momento passava por um grave contexto político sob regime de ditadura militar, com decorrentes protestos, conflitos e mortes. Antes mesmo da Copa começar, algumas seleções, como a França, ameaçavam boicotar o torneio. Mas a situação ficou por isso mesmo e todas os times compareceram.
Em meio a esse cenário, e com estádios sendo finalizados momentos antes da abertura da competição, muitas falhas e "situações estranhas" ocorreram, levando a suspeitas de interferência políticas em jogos e na organização do evento.
Alguns dos fatos que causaram estranheza nessa copa: a seleção do país sede realizou todos os jogos em somente uma cidade, a capital Buenos Aires, enquanto que as outras equipes tiveram que se desgastar em viagens pelo interior da Argentina. Houve também suspeitas quanto a lisura dos exames anti-doping em atletas argentinos, de acordo com denúncias do jornal inglês The Sunday Times.
O caso mais famoso, todavia, foi o da rodada decisiva da segunda fase, que daria vaga à final da Copa. Brasil e Argentina disputavam entre si quem chegaria à decisão, mas em jogos diferentes: a seleção brasileira enfrentaria a Polônia, e a da Argentina a equipe do Peru. O horário do jogo do Brasil foi alterado para que a partida acabasse antes do confronto do time local. A seleção da casa entraria em campo já sabendo de quantos gols precisaria marcar para se classificar.
O Brasil venceu a Polônia por 3 a 1 e, assim, a Argentina precisaria fazer, no mínimo, saldo de 4 gols frente aos peruanos. O jogo acabou 6 a 0, com fortes suspeitas de que o goleiro do time derrotado, Quiroga, teria entregado a partida. O goleiro era naturalizado peruano, tendo nascido, justamente, na Argentina. Mais tarde, em 2007, o filho de um traficante colombiano afirmou que o cartel de Cali havia comprado aquele jogo, para que a Argentina chegasse à final.
A seleção brasileira acabou eliminada da Copa do Mundo, mesmo invicta. A imprensa logo batizou aquela equipe de "Campeã Moral".
OS SÃO-PAULINOS
Zé Sérgio: um dos são-paulinos convocados para a Copa de 1978
Foram três os jogadores tricolores a acompanhar a Seleção Brasileira à Argentina para a disputa da Copa do Mundo: o goleiro Waldir Peres, pela segunda vez participando de um mundial, o ponta Zé Sérgio, e o volante Chicão.
Waldir Peres, número 22 da seleção e então reserva de Leão, novamente não entrou em campo em jogo algum. O mesmo aconteceu com o camisa 7, Zé Sérgio. O único são-paulino a apresentar futebol naquela Copa foi o aguerrido Chicão, com a camisa número 21. O volante participou de 3 partidas (1 a 0 na Áustria, 3 a 0 no Peru, e 0 a 0 contra a Argentina).
A disputa mais importante, a última, foi chamada de Batalha de Rosário, em que Chicão foi ao campo justamente para conter e se impor frente aos adversários. Perguntado se a pressão e hostilidade argentina, como também o comportamento da torcida, tinham sido intimidadoras, Chicão, humilde, desconversou: - "Para quem já levou bloco de caboclo na cabeça, em Piracicaba, copinhos de xixi não são nada".
Além desses três jogadores citados, o São Paulo poderia ter contado, também, com Serginho Chulapa entre os nomes da Seleção Brasileira. Mas o centroavante tricolor, momentos depois da divulgação da relação de 40 nomes enviada à FIFA, foi suspenso por 14 meses por chutar um bandeirinha em uma partida do campeonato brasileiro (No lugar dele, Enéas, da Portuguesa, foi relacionado). Tal punição o impediu também de disputar a final do Brasileirão de 1977, contra o Atlético Mineiro.
A Copa do Mundo de 1978 foi realizada na Argentina, que naquele momento passava por um grave contexto político sob regime de ditadura militar, com decorrentes protestos, conflitos e mortes. Antes mesmo da Copa começar, algumas seleções, como a França, ameaçavam boicotar o torneio. Mas a situação ficou por isso mesmo e todas os times compareceram.
Em meio a esse cenário, e com estádios sendo finalizados momentos antes da abertura da competição, muitas falhas e "situações estranhas" ocorreram, levando a suspeitas de interferência políticas em jogos e na organização do evento.
Alguns dos fatos que causaram estranheza nessa copa: a seleção do país sede realizou todos os jogos em somente uma cidade, a capital Buenos Aires, enquanto que as outras equipes tiveram que se desgastar em viagens pelo interior da Argentina. Houve também suspeitas quanto a lisura dos exames anti-doping em atletas argentinos, de acordo com denúncias do jornal inglês The Sunday Times.
O caso mais famoso, todavia, foi o da rodada decisiva da segunda fase, que daria vaga à final da Copa. Brasil e Argentina disputavam entre si quem chegaria à decisão, mas em jogos diferentes: a seleção brasileira enfrentaria a Polônia, e a da Argentina a equipe do Peru. O horário do jogo do Brasil foi alterado para que a partida acabasse antes do confronto do time local. A seleção da casa entraria em campo já sabendo de quantos gols precisaria marcar para se classificar.
O Brasil venceu a Polônia por 3 a 1 e, assim, a Argentina precisaria fazer, no mínimo, saldo de 4 gols frente aos peruanos. O jogo acabou 6 a 0, com fortes suspeitas de que o goleiro do time derrotado, Quiroga, teria entregado a partida. O goleiro era naturalizado peruano, tendo nascido, justamente, na Argentina. Mais tarde, em 2007, o filho de um traficante colombiano afirmou que o cartel de Cali havia comprado aquele jogo, para que a Argentina chegasse à final.
A seleção brasileira acabou eliminada da Copa do Mundo, mesmo invicta. A imprensa logo batizou aquela equipe de "Campeã Moral".
OS SÃO-PAULINOS
Zé Sérgio: um dos são-paulinos convocados para a Copa de 1978
Foram três os jogadores tricolores a acompanhar a Seleção Brasileira à Argentina para a disputa da Copa do Mundo: o goleiro Waldir Peres, pela segunda vez participando de um mundial, o ponta Zé Sérgio, e o volante Chicão.
Waldir Peres, número 22 da seleção e então reserva de Leão, novamente não entrou em campo em jogo algum. O mesmo aconteceu com o camisa 7, Zé Sérgio. O único são-paulino a apresentar futebol naquela Copa foi o aguerrido Chicão, com a camisa número 21. O volante participou de 3 partidas (1 a 0 na Áustria, 3 a 0 no Peru, e 0 a 0 contra a Argentina).
A disputa mais importante, a última, foi chamada de Batalha de Rosário, em que Chicão foi ao campo justamente para conter e se impor frente aos adversários. Perguntado se a pressão e hostilidade argentina, como também o comportamento da torcida, tinham sido intimidadoras, Chicão, humilde, desconversou: - "Para quem já levou bloco de caboclo na cabeça, em Piracicaba, copinhos de xixi não são nada".
Além desses três jogadores citados, o São Paulo poderia ter contado, também, com Serginho Chulapa entre os nomes da Seleção Brasileira. Mas o centroavante tricolor, momentos depois da divulgação da relação de 40 nomes enviada à FIFA, foi suspenso por 14 meses por chutar um bandeirinha em uma partida do campeonato brasileiro (No lugar dele, Enéas, da Portuguesa, foi relacionado). Tal punição o impediu também de disputar a final do Brasileirão de 1977, contra o Atlético Mineiro.
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