O São Paulo apresenta em campo um futebol feio de assistir: retrancado e com muitos erros de fundamentos primários. A defesa se perde facilmente e a frente demora para criar e acertar a pontaria. Há quase uma década estamos assim, com uma ou outra exceção de época. Hoje estamos em uma sequência de empates e o técnico Diego Aguirre diz que procurará respostas para embalar vitórias dentro de casa nos próximos jogos. Por outro lado, a cultura do imediatismo já pede a cabeça do treinador.
Nós do SPFC.Net achamos saudável discutir sempre as situações do São Paulo. Notamos que parte da torcida pede a cabeça do "retranquero" Aguirre. Propomos o debate abaixo.
Por que pedir a cabeça de Aguirre?
Gostaria de convidá-los para um raciocínio, começando: quais técnicos existem no mercado vagos e bons atualmente? Pensou em um nome? Certo, mantenha-o em sua cabeça. Agora responda: com o atual elenco que temos e, sabendo que em no máximo 2 meses devemos ter cerca de 4 baixas no elenco, o treinador que você pensou demoraria quanto tempo para se adaptar ao clube (diretoria e pressão), ao elenco (entender o melhor e o pior de cada jogador), à torcida (que apoia no estadio mas é intolerante pelos anos de derrotas) e à toda a crise atual?
Se você respondeu "mais de um ano, no mínimo", BINGO! Você acertou!
Nenhum técnico resolverá o São Paulo em menos tempo que isso. A última coletiva de Dorival Junior antes de ser demitido faz todo o sentido para a cultura do futebol brasileiro: "Devemos dar um basta com a cultura do imediatismo e das demissões de técnicos", dizia aos torcedores. E entendo perfeitamente o que ele quis dizer. Como querem que um elenco de 11 titulares, 15 reservas, um mundo enorme de integração de base, vários diretores, comissão técnica, fisiologistas, preparadores físicos, clube e torcida entrem em sintonia administrativa em apenas 6 a 12 meses? A média de vida ativa profissional dos treinadores no São Paulo é de 6 a 9 meses e logo são demitidos.
Cultura do imediatismo x resultados x pressão
O treinador Diego Aguirre assumiu o São Paulo nas quartas de final do Paulistão. No retorno do intervalo do jogo de volta, no Morumbi, o meia Valdívia pediu substituição por sentir dores. Os quase 30.000 presentes no Morumbi não tinham essa informação e vaiaram Aguirre na estreia em casa chamando-o de "BURRO!" por colocar Lucas Fernandes. O menino da base entrou pressionado com os gritos, matou no peito e fez uma excelente partida.
Digo isso lembrando que eu estava no estádio e também me irritei com Aguirre no dia. Logo entendo que minha raiva não é momentânea, mas sim, reflexo de quase uma década de derrotas, eliminações, frustrações e vexames. Nós não confiamos no São Paulo e pedimos mudança. Mas o São Paulo mudou demais por nós nos últimos anos, foram 12 técnicos em 8 anos, será que aguentamos mais mudanças? Mais um elenco novo por ano? Mais um técnico novo por semestre? Mais uma diretoria de futebol a cada 8 meses?
Da retranca à busca pela perfeição
Diego Aguirre tem fama de fechar a casinha e entrou em sequência de empates. Os melhores jogos do São Paulo em 2018 foram sob seu comando, nos clássicos contra o Corinthians na semifinal do Paulistão com uma infelicidade aos 47 do segundo tempo no jogo final. Por ser o quarto jogo de Aguirre, estava muito bom, merecia aplauso, grande evolução de um time que não se imaginava sequer que chegaria tão longe pela quantidade de crises que enfrentamos. A torcida vaiou.
Não peço que aplaudam derrotas e empates pífios, mas sim, que entendam o momento. Aguirre, o elenco, a diretoria de Raí precisam de tempo. Definitivamente precisamos parar de derrubar técnicos, de expulsar jogadores vaiando no estádio por consequência de nosso imediatismo, apoiar o time e deixar que trabalhem. Nós precisamos dar confiança no meio do turbilhão. É fácil? Lógico que não, é quase impossível. Mas existe outro caminho?
Dos erros de planejamentos, das negociações que não suportamos, dos problemas internos, estamos cansados de saber. Chegou a hora de discutir o que é viável para o futuro. Para 2019 ser melhor, 2018 precisa ser mais calmo.
Expulsar jogadores pela cultura do imediatismo
Caro leitor, convido-o para mais um raciocínio, será o último: Onde está Casemiro? E o Maicon? Paulo Miranda? Fernandinho? Onde estava Hudson ano passado? Jean? E tantos outros... são jogadores que contratamos de times menores para formarmos elenco, vaiamos no estádio por erros sequenciais de troca de técnicos, trocas de elenco, pedimos a troca de todos os jogadores, o elenco nunca conseguiu se encaixar, vendemos todos, foram para outros times que os treinaram, deram chance, os entrosaram e os tornaram campeões. Alguns campeões de Libertadores, disputando Mundial. Outros participando e vencendo a Champions. E aqui eram ruins?
Não eram ruins, só não tinham um comando contínuo, oportunidade de entrosamento e tempo.
A sequencia de empates é superior à sequência de derrotas. O São Paulo reage pra não perder 1 ponto. A busca pela perfeição é contínua e longa. Essa crise precisa de mais uns dois anos para passar se pararmos de derrubar todo mundo que passa por aqui.
Minha opinião não é absoluta, mas abro pra debate: trocar de técnico, seguir na sequência de empates, dar tempo ao treinador e ao elenco, pode ser solução?
Layla Reis
Nós do SPFC.Net achamos saudável discutir sempre as situações do São Paulo. Notamos que parte da torcida pede a cabeça do "retranquero" Aguirre. Propomos o debate abaixo.
Por que pedir a cabeça de Aguirre?
Gostaria de convidá-los para um raciocínio, começando: quais técnicos existem no mercado vagos e bons atualmente? Pensou em um nome? Certo, mantenha-o em sua cabeça. Agora responda: com o atual elenco que temos e, sabendo que em no máximo 2 meses devemos ter cerca de 4 baixas no elenco, o treinador que você pensou demoraria quanto tempo para se adaptar ao clube (diretoria e pressão), ao elenco (entender o melhor e o pior de cada jogador), à torcida (que apoia no estadio mas é intolerante pelos anos de derrotas) e à toda a crise atual?
Se você respondeu "mais de um ano, no mínimo", BINGO! Você acertou!
Nenhum técnico resolverá o São Paulo em menos tempo que isso. A última coletiva de Dorival Junior antes de ser demitido faz todo o sentido para a cultura do futebol brasileiro: "Devemos dar um basta com a cultura do imediatismo e das demissões de técnicos", dizia aos torcedores. E entendo perfeitamente o que ele quis dizer. Como querem que um elenco de 11 titulares, 15 reservas, um mundo enorme de integração de base, vários diretores, comissão técnica, fisiologistas, preparadores físicos, clube e torcida entrem em sintonia administrativa em apenas 6 a 12 meses? A média de vida ativa profissional dos treinadores no São Paulo é de 6 a 9 meses e logo são demitidos.
Cultura do imediatismo x resultados x pressão
O treinador Diego Aguirre assumiu o São Paulo nas quartas de final do Paulistão. No retorno do intervalo do jogo de volta, no Morumbi, o meia Valdívia pediu substituição por sentir dores. Os quase 30.000 presentes no Morumbi não tinham essa informação e vaiaram Aguirre na estreia em casa chamando-o de "BURRO!" por colocar Lucas Fernandes. O menino da base entrou pressionado com os gritos, matou no peito e fez uma excelente partida.
Digo isso lembrando que eu estava no estádio e também me irritei com Aguirre no dia. Logo entendo que minha raiva não é momentânea, mas sim, reflexo de quase uma década de derrotas, eliminações, frustrações e vexames. Nós não confiamos no São Paulo e pedimos mudança. Mas o São Paulo mudou demais por nós nos últimos anos, foram 12 técnicos em 8 anos, será que aguentamos mais mudanças? Mais um elenco novo por ano? Mais um técnico novo por semestre? Mais uma diretoria de futebol a cada 8 meses?
Da retranca à busca pela perfeição
Diego Aguirre tem fama de fechar a casinha e entrou em sequência de empates. Os melhores jogos do São Paulo em 2018 foram sob seu comando, nos clássicos contra o Corinthians na semifinal do Paulistão com uma infelicidade aos 47 do segundo tempo no jogo final. Por ser o quarto jogo de Aguirre, estava muito bom, merecia aplauso, grande evolução de um time que não se imaginava sequer que chegaria tão longe pela quantidade de crises que enfrentamos. A torcida vaiou.
Não peço que aplaudam derrotas e empates pífios, mas sim, que entendam o momento. Aguirre, o elenco, a diretoria de Raí precisam de tempo. Definitivamente precisamos parar de derrubar técnicos, de expulsar jogadores vaiando no estádio por consequência de nosso imediatismo, apoiar o time e deixar que trabalhem. Nós precisamos dar confiança no meio do turbilhão. É fácil? Lógico que não, é quase impossível. Mas existe outro caminho?
Dos erros de planejamentos, das negociações que não suportamos, dos problemas internos, estamos cansados de saber. Chegou a hora de discutir o que é viável para o futuro. Para 2019 ser melhor, 2018 precisa ser mais calmo.
Expulsar jogadores pela cultura do imediatismo
Caro leitor, convido-o para mais um raciocínio, será o último: Onde está Casemiro? E o Maicon? Paulo Miranda? Fernandinho? Onde estava Hudson ano passado? Jean? E tantos outros... são jogadores que contratamos de times menores para formarmos elenco, vaiamos no estádio por erros sequenciais de troca de técnicos, trocas de elenco, pedimos a troca de todos os jogadores, o elenco nunca conseguiu se encaixar, vendemos todos, foram para outros times que os treinaram, deram chance, os entrosaram e os tornaram campeões. Alguns campeões de Libertadores, disputando Mundial. Outros participando e vencendo a Champions. E aqui eram ruins?
Não eram ruins, só não tinham um comando contínuo, oportunidade de entrosamento e tempo.
A sequencia de empates é superior à sequência de derrotas. O São Paulo reage pra não perder 1 ponto. A busca pela perfeição é contínua e longa. Essa crise precisa de mais uns dois anos para passar se pararmos de derrubar todo mundo que passa por aqui.
Minha opinião não é absoluta, mas abro pra debate: trocar de técnico, seguir na sequência de empates, dar tempo ao treinador e ao elenco, pode ser solução?
Layla Reis
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