Pintado foi demitido do São Paulo em julho do ano passado

Diante dos microfones, o discurso é padrão: Pintado afirma que não guarda mágoas de ninguém por sua demissão no São Paulo, em julho do ano passado. Mas o técnico do São Caetano, adversário do Tricolor neste sábado, está na bronca especialmente com o presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco.

É o que garantem os amigos de Pintado ouvidos pelo SPFC.Net. E motivos para a chateação com o presidente não faltam. A começar por sua dispensa. O comandante do Azulão tem certeza de que Leco se aproveitou do desentendimento que ele teve com Cueva para tirá-lo do Morumbi.

O problema é que Pintado só rompeu com Cueva porque nem o presidente, tampouco o então diretor de futebol, Vinícius Pinotti, se posicionaram diante de mais um dos muitos atos de indisciplina do peruano. Para lembrar: Cueva tinha uma proposta da Turquia e queria ser negociado. A diretoria recusou a venda e o meia avisou, em represália, que não queria jogar.

Cueva estava acima do peso e vivia péssima fase. Então, Pintado decidiu que iria relacioná-lo para o banco de reservas no clássico contra o Santos, na Vila Belmiro. O peruano respondeu que, se não fosse titular, nem viajaria. Como técnico interino, depois da demissão de Rogério Ceni, Pintado passou o caso para Leco.

O presidente desapareceu do mapa e não respondeu às ligações de Pintado. Consequência: Cueva não foi mesmo para o jogo e o interino ficou enfraquecido com todo o episódio. Dias mais tarde, com a contratação de Dorival Júnior, Pintado acabou demitido sob a justificativa de que o novo treinador não gostaria de trabalhar com auxiliares do clube - ele já havia se desentendido com Elano e Marcelo Fernandes no Santos.

Pintado também lamenta o fato de não ter sido ouvido em várias das contratações feitas pelo Tricolor na temporada passada. Um dos exemplos: Maicosuel. O meia chegou ao Morumbi machucado e Pintado sabia da lesão, mas só descobriu sobre o acordo quando o jogador já estava contratado.

Depois de ficar sete meses desempregado, Pintado voltou ao mercado de trabalho no São Caetano, durante a sexta rodada do Paulistão. O time era o lanterna do campeonato, com uma vitória e quatro derrotas, sob o comando de Luís Carlos Martins.

Desde então, o Azulão conseguiu três vitórias, três empates e só perdeu para o Santos. A consequência: escapou da zona de rebaixamento, passou para a fase de mata-mata e ainda garantiu vaga na Série D do Brasileiro de 2019. Os dois confrontos com o São Paulo estão marcados para sábado, no Anacleto Campanella, e terça-feira, no Morumbi.