Foto: Marcos Ribolli
Por Lucas Anuzi
Na noite da última quarta-feira, o São Paulo sofreu contra o Ituano, em Itu, sua quarta derrota no Campeonato Paulista 2018. No panorama geral, o tricolor é apenas 9º colocado em um campeonato de 16 times. Nem é preciso dizer que a campanha é ruim, mas quando se nota que São Bento, Novorizontino, Botafogo-SP e o novato Red Bull têm campanhas melhores que do time de Dorival Jr. é porque tem algo de muito errado acontecendo no CT da Barra Funda.
Nos momentos ruins, o que não falta são dedos apontando culpados e a maioria esmagadora cai em cima do técnico Dorival Jr, como é de praxe no Brasil pôr a culpa somente em cima do “professor’’. Mas a culpa pode ser atribuída ao treinador que chegou em julho de 2017? De certa forma sim. Apesar das saídas dos dois maiores expoentes técnicos do elenco, Hernanes e Lucas Pratto, a diretoria trouxe bons nomes. Pode-se questionar a utilidade dos reforços para o elenco no que se diz a plano de jogo do treinador, mas a qualidade de jogadores como Diego Souza, Nenê, Valdívia é inegável. Somados estes reforços ao elenco que tem peças de qualidade como Jucilei, Petros, Cueva, Marcos Guilherme e a volta de atletas que estavam emprestados, Hudson e Reinaldo, não se pode dizer que o time é ruim, muito pelo contrário. Mas infelizmente, nenhum time ganha nada se não sair do papel. A seleção brasileira de 2006 prova esta teoria, guardadas as devidas proporções. O time é lento na recomposição defensiva e na transição para o campo de ataque, tem problemas de criação com posse de bola improdutiva e chuta pouco ao gol adversário. São problemas que persistem por toda a temporada até aqui, exceto por um ou outro jogo, e o treinador deve ser cobrado por isso.
Cueva lamenta pênalti perdido. Foto: Marcos Ribolli
Pequena parte da culpa é jogado no velho clichê da “falta de raça” com aquele velho cântico “mas que saudade quando o são Paulo jogava com vontade’’ ecoando nas vazias arquibancadas do Morumbi. Não me parece ser o problema desse time, há algum tempo, inclusive. As “laranjas podres” foram embora, a nova diretoria de futebol parece fazer um bom trabalho, no sentido de administrar o plantel. Raí, Ricardo Rocha e Lugano sabem como lidar com a boleirada, e mostraram no caso Cueva que atitudes de estrelismo e falta de vontade não serão tolerados. Além disso, o São Paulo conta com líderes em seu elenco que contradizem as poucas partes da torcida que cobram gana. Empenho não falta, mas sem confiança as coisas não fluem.
E a torcida? Fator crucial na briga contra o rebaixamento nos últimos anos (com exceção de 2014, desde 2013 brigamos em algum momento contra a zona do descenso) mostrou que pode ser o décimo segundo jogador do time. Em jogos como o empate contra o Grêmio no Morumbi no primeiro turno e na vitória contra o Santos no Pacaembu, onde a torcida ESCOLTOU o time até o estádio, ficou provado que podemos sim mudar o rumo dos jogos. Ficou a impressão de que, após anos sendo chamada pelos rivais de “modinha”, a mentalidade do são paulino mudou e de que não seria preciso fases finais de campeonatos ou jogos de libertadores para comparecermos ao Morumbi. Mas em 2018, ainda falta nossa presença. A média de público só não é menor que 20 mil por jogo devido ao clássico do último domingo quando colocamos ao menos 30 mil pessoas que viram a derrota para o Santos por 1x0. A torcida está machucada pelos muitos vexames no passado recente e a cobrança para com o time deve existir sempre, assim como o apoio durante os 90 minutos.
As vezes, a torcida é capaz de mudar resultado nos jogos. Foto: Alan Morici/Estadão
Embora seja difícil aguentar resultados negativos seguidos, devemos ser conscientes. Nenhuma dessas derrotas nos privará de jogar as fases finais do estadual (assim espero) que é o que realmente importa neste massivo campeonato, além do jogo contra o Rosário Central pela Copa Sul-Americana. O rendimento preocupa muito e o futuro não é animador, mas deve-se haver uma harmonia entre os três possíveis problemas citados nos parágrafos anteriores para finalmente, quem sabe, sorrirmos novamente comemorando um título ou, ao menos, de orgulho do time.
Por Lucas Anuzi
Na noite da última quarta-feira, o São Paulo sofreu contra o Ituano, em Itu, sua quarta derrota no Campeonato Paulista 2018. No panorama geral, o tricolor é apenas 9º colocado em um campeonato de 16 times. Nem é preciso dizer que a campanha é ruim, mas quando se nota que São Bento, Novorizontino, Botafogo-SP e o novato Red Bull têm campanhas melhores que do time de Dorival Jr. é porque tem algo de muito errado acontecendo no CT da Barra Funda.
Nos momentos ruins, o que não falta são dedos apontando culpados e a maioria esmagadora cai em cima do técnico Dorival Jr, como é de praxe no Brasil pôr a culpa somente em cima do “professor’’. Mas a culpa pode ser atribuída ao treinador que chegou em julho de 2017? De certa forma sim. Apesar das saídas dos dois maiores expoentes técnicos do elenco, Hernanes e Lucas Pratto, a diretoria trouxe bons nomes. Pode-se questionar a utilidade dos reforços para o elenco no que se diz a plano de jogo do treinador, mas a qualidade de jogadores como Diego Souza, Nenê, Valdívia é inegável. Somados estes reforços ao elenco que tem peças de qualidade como Jucilei, Petros, Cueva, Marcos Guilherme e a volta de atletas que estavam emprestados, Hudson e Reinaldo, não se pode dizer que o time é ruim, muito pelo contrário. Mas infelizmente, nenhum time ganha nada se não sair do papel. A seleção brasileira de 2006 prova esta teoria, guardadas as devidas proporções. O time é lento na recomposição defensiva e na transição para o campo de ataque, tem problemas de criação com posse de bola improdutiva e chuta pouco ao gol adversário. São problemas que persistem por toda a temporada até aqui, exceto por um ou outro jogo, e o treinador deve ser cobrado por isso.
Cueva lamenta pênalti perdido. Foto: Marcos Ribolli
Pequena parte da culpa é jogado no velho clichê da “falta de raça” com aquele velho cântico “mas que saudade quando o são Paulo jogava com vontade’’ ecoando nas vazias arquibancadas do Morumbi. Não me parece ser o problema desse time, há algum tempo, inclusive. As “laranjas podres” foram embora, a nova diretoria de futebol parece fazer um bom trabalho, no sentido de administrar o plantel. Raí, Ricardo Rocha e Lugano sabem como lidar com a boleirada, e mostraram no caso Cueva que atitudes de estrelismo e falta de vontade não serão tolerados. Além disso, o São Paulo conta com líderes em seu elenco que contradizem as poucas partes da torcida que cobram gana. Empenho não falta, mas sem confiança as coisas não fluem.
E a torcida? Fator crucial na briga contra o rebaixamento nos últimos anos (com exceção de 2014, desde 2013 brigamos em algum momento contra a zona do descenso) mostrou que pode ser o décimo segundo jogador do time. Em jogos como o empate contra o Grêmio no Morumbi no primeiro turno e na vitória contra o Santos no Pacaembu, onde a torcida ESCOLTOU o time até o estádio, ficou provado que podemos sim mudar o rumo dos jogos. Ficou a impressão de que, após anos sendo chamada pelos rivais de “modinha”, a mentalidade do são paulino mudou e de que não seria preciso fases finais de campeonatos ou jogos de libertadores para comparecermos ao Morumbi. Mas em 2018, ainda falta nossa presença. A média de público só não é menor que 20 mil por jogo devido ao clássico do último domingo quando colocamos ao menos 30 mil pessoas que viram a derrota para o Santos por 1x0. A torcida está machucada pelos muitos vexames no passado recente e a cobrança para com o time deve existir sempre, assim como o apoio durante os 90 minutos.
As vezes, a torcida é capaz de mudar resultado nos jogos. Foto: Alan Morici/Estadão
Embora seja difícil aguentar resultados negativos seguidos, devemos ser conscientes. Nenhuma dessas derrotas nos privará de jogar as fases finais do estadual (assim espero) que é o que realmente importa neste massivo campeonato, além do jogo contra o Rosário Central pela Copa Sul-Americana. O rendimento preocupa muito e o futuro não é animador, mas deve-se haver uma harmonia entre os três possíveis problemas citados nos parágrafos anteriores para finalmente, quem sabe, sorrirmos novamente comemorando um título ou, ao menos, de orgulho do time.
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