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O início de Bruno Alves, do São Paulo

Zagueiro é formado nas categorias de base do clube do pentacampeão mundial em 2002

Bruno Alves atuou pelas categorias de base do clube de Roque Júnior, ex-zagueiro campeão da Copa do Mundo de 2002 (Foto: Érico Leonan / site oficial do SPFC)

Assistir Bruno Alves como titular do São Paulo nos últimos jogos aumentou o sentimento de orgulho em quem acompanhou o início da carreira do jogador. O ex-zagueiro e atual técnico Roque Júnior é um deles.



Dono do Futebol Clube Primeira Camisa, equipe que criou em São José dos Campos-SP para formar jogadores, o pentacampeão mundial viu Bruno Alves crescer nas categorias de base.

O jogador chegou no início do projeto de Roque, em 2006, para atuar na categoria sub-15. Ficou até 2009, quando se transferiu para o Figueirense. Roque Júnior recorda dele com o uniforme do time joseense e destaca qualidades do defensor.

– Para mim, é gratificante vê-lo assim. Até porque isso mostra o que era a ideia do trabalho. Com o tempo, as coisas aconteceriam. Fico feliz em vê-lo lá (no São Paulo). Não só pelo Primeira Camisa, mas por ele. Ele se esforçou para estar onde está. Ninguém consegue nada sem esforço. Desde quando ele chegou, em 2006, era dedicado. Um menino que se esforçou, tinha como objetivo crescer. Sabia o que queria, se dedicava nos treinos, tinha cabeça boa. Hoje está colhendo – disse o ex-zagueiro.


Roque Júnior com garotos do Primeira Camisa, em 2012 (Foto: Divulgação)

A chegada de Bruno Alves ao São Paulo foi em agosto de 2017. A vaga de titular neste ano veio por causa da lesão de Arboleda e de um incômodo na coxa esquerda de Anderson Martins. O atleta ainda não é titular absoluto da zaga Tricolor. Mas, no último dia 15, o GloboEsporte.com mostrou que não foram apenas os problemas dos companheiros que fizeram ele ganhar espaço no time de Dorival Júnior.

O zagueiro já fez cinco jogos com titular do São Paulo neste ano. O último foi no domingo passado, no clássico contra o Santos. Roque Júnior, que conhece bem a posição, cita os pontos fortes de Bruno Alves.

– Pela altura, ele é bom na bola aérea. Marcando, é muito bom. Esses são os dois pontos principais – afirmou.

Teste como meia e apelido de Buchecha

Bruno Alves nasceu em Jacareí, interior de São Paulo, em 1991. Jogou nas escolinhas da cidade e também da ADC Embraer, em São José dos Campos. O técnico da Embraer, Marco Antonio de Paula, mais conhecido como Marcão, foi quem levou Bruno Alves para fazer teste no projeto de Roque Júnior, em 2006.

Na época, o ex-jogador tinha parceria com o São José Esporte Clube, tradicional clube do interior paulista onde Roque Júnior atuou no início da carreira.


Carteirinhas de Bruno Alves pelo Primeira Camisa e pelo São José Esporte Clube, que era parceiro do time de Roque (Foto: Francisco Cesar Ferreira/Arquivo Pessoal)

De acordo com o ex-presidente do Primeira Camisa, Francisco César Ferreira, Bruno Alves foi apresentado para o teste como meio-campista.

– Ele participou da nossa primeira avaliação, em abril de 2006. Ele veio para ser avaliado como meia. Acabou não rendendo muito e não foi aprovado num primeiro momento. Mas daí o Adalberto Corrá, que era o técnico, puxou ele para a zaga e gostou dele. Ele sempre foi um cara tranquilo, de toque refinado na bola e com muito talento – disse Ferreira.


Bruno Alves comemora o título do Paulista Sub-20 da Segunda Divisão com o Primeira Camisa, em 2008 (Foto: Francisco Cesar Ferreira/Arquivo Pessoal)

Bruno chegou ao Primeira Camisa para jogar na categoria sub-15. Porém, lá ele não era conhecido como Bruno Alves. Aliás, até hoje não se referem a ele pelo nome do registro de identidade.

– Ninguém conhece ele lá como Bruno Alves (risos). Chamam de Buchecha ou Bruno Buchecha. Deram esse apelido por causa do cantor Buchecha. O irmão do Bruno, Gabriel, hoje joga no time sub-20 do Atleta Cidadão (de São José dos Campos), que tem parceria com o Atlético Joseense. Ele é zagueiro e todo mundo chama ele de Gabriel Buchecha – contou.

Com a equipe do zagueiro Roque Júnior, Bruno Alves foi campeão paulista sub-20 da segunda divisão, em 2008. No ano seguinte, transferiu-se para o Figueirense.

– Fui junto para Santa Catarina quando foi assinar com o Figueirense. Acompanhamos ele sempre. Lembro do pai dele, um flamenguista, que também sempre ia aos jogos enquanto estava vivo. Para nós, que acompanhamos, é uma felicidade vê-lo crescendo, chegando ao São Paulo. Ele soube ter paciência, esperar o momento dele. Ficamos orgulhosos dele, assim como de outros que passaram pela equipe e estão correndo por aí – destacou Francisco César Ferreira.

FC Primeira Camisa
Roque Júnior criou o Futebol Clube Primeira Camisa com o objetivo de formar jogadores. Ele escolheu a cidade de São José dos Campos foi a escolhida porque no começo da carreira como passou pelo São José Esporte Clube. No início, aliás, o projeto de Roque tinha parceria com a Águia do Vale.

Na Copa São Paulo de Futebol Júnior de 2007, o São José disputou a competição com os jogadores e a comissão técnica do time do pentacampeão. A equipe chegou até as quartas de final, quando foi eliminada pelo Cruzeiro, que acabou campeão da Copinha naquele ano. (Relembre o jogo das quartas de final, que levou mais de 20 mil pessoas ao estádio Martins Pereira)

Por divergências entre as diretorias, a parceria entre São José e Primeira Camisa chegou ao fim. Assim, o time de Roque Júnior, que tinha o apelido de Formiga do Vale, passou a usar o próprio nome nas competições. Disputou a Copinha de 2010 a 2012. Em todas, passou à segunda fase. A melhor campanha foi em 2012, quando chegou à terceira fase e foi eliminado pelo Corinthians.

O time também disputou o Campeonato Paulista da Segunda Divisão (equivalente à quarta divisão do estado) de 2008 a 2011.

– O projeto foi muito bem pensado e executado durante os anos. Conseguimos revelar não só ele (Bruno Alves), como outros. Outros que estão fora do país fizeram a base no Primeira Camisa. Disputamos a Copa São Paulo, disputamos o paulista sub-20. No último da Segunda Divisão, quase 90% era formado em casa. Esse era o objetivo. Quando você vê isso acontecer, chegar um jogador no São Paulo, mostra o que fizemos. Não só eu, mas o Francisco (César Ferreira), todos os treinadores, Marião, todos que passaram – comentou Roque Júnior.


Francisco César Ferreira (à esquerda) e Roque Júnior (Foto: Divulgação)

– Dentro daquilo que foi feito, o que tivemos no Primeira Camisa, o trabalho foi excelente. Representava a cidade. Uma pena que não deu para continuar. Às vezes, é preciso deixar as pessoas que entendem de futebol fazer futebol. Isso foi um problema em São José. Por esse problema e outros, nos licenciamos – acrescentou.

O Primeira Camisa está licenciado das competições da Federação Paulista de Futebol, mas ainda continua regular na entidade. O futuro do clube ainda é incerto. Roque Junior diz que, no momento, está focado na carreira como treinador. O último clube que dirigiu foi o Ituano, até junho de 2017. Sem time desde então, espera por oportunidades para voltar a comandar uma equipe, seja do Brasil ou exterior.



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