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Milton Neves: Alerta antes do hepta

O mérito da conquista do São Paulo é inegável. Mas o time do Morumbi também deve agradecer os adversários pelo título.

A arrancada rumo ao hexa só foi possível por causa dos tropeços dos rivais.

O Grêmio, com investimentos modestos, perdeu a chance de fazer história ao permitir a reação paulista na reta final.

O Palmeiras, com investimentos milionários, teve a oportunidade de “matar” o arqui-rival no Palestra Itália, mas tremeu, melindrado.

O Flamengo, apesar de um elenco forte, não teve técnica e técnico para sustentar a liderança.

O Cruzeiro, que promete para o futuro, ficou devendo no presente por causa da campanha pífia longe de Minas Gerais.

O Campeonato Brasileiro “sorriu” para os concorrentes do Tricolor.

Mas a incompetência alheia provou mais uma vez que o São Paulo gargalha à frente dos adversários.

Mesmo em uma temporada em que a diretoria errou por atacado, a equipe de Muricy Ramalho correspondeu em campo.

A torcida lamentou contratações como Eder, Eder Luiz, André Lima, Fábio Santos, Carlos Alberto, Juninho, Joilson e Jancarlos.

Mas vibrou com o espírito de superação de Rodrigo, André Dias, Hugo, Zé Luís, Dagoberto, Borges e Jean.

Jogadores comuns atuaram acima da expectativa e compensaram os equívocos de Juvenal Juvêncio e companhia.

Tudo sob a batuta de Muricy Ramalho.

Trabalhador, honesto, ranzinza e turrão, o treinador provou que é possível liderar atletas mimados e ricos.

Mostrou ao mundo do futebol que, no dia-a-dia, soluções podem ser encontradas sem a necessidade de arrombar o cofre.

E deixou claro, definitivamente, que o lugar dele é na seleção brasileira.

Bicampeão em 2006 e 2007, Muricy sabia que o Tricolor assustaria os concorrentes se aparecesse no retrovisor.

Por isso, depois de um empate insosso contra o Atlético-MG em Belo Horizonte, partiu para o tudo ou nada.

Ele reuniu o elenco, que amargava uma posição intermediária na tabela, e falou o que pensava; espinafrou quem deveria e “alertou” para o “risco” de ser campeão.

No CT da Barra Funda, à época, a vaga na Copa Libertadores já era considerada uma missão difícil de ser alcançada.

Mas os atletas acreditaram em Muricy e, graças ao retrospecto recente de glórias, iniciaram uma reação memorável.

Nenhuma outra equipe do Brasil conseguiria atingir a marca de 18 partidas seguidas sem perder de ninguém.

Parafraseando o hino, a confiança veio do passado.

O São Paulo fez o improvável – só ele seria capaz – e levantou a taça.

Para 2009, com a manutenção da comissão técnica, o Tricolor terá que correr em dobro para garantir o hepta.

Mas, inegavelmente, irá usufruir da vantagem psicológica de ter provado que, com o time do Morumbi, não se brinca.

Aos rivais do Tricolor, fica o alerta.

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