Abel Braga pensou que teria sossego neste início de ano, mas ao se tornar um dos alvos do São Paulo para o lugar de Muricy Ramalho, sua ideia se transformou em ilusão.

– P...., cara, não aguento mais esse telefone - disse o treinador ao atender a ligação do GloboEsporte.com.

Quando deixou o Internacional classificado para a Libertadores, no início do ano, Abel definiu que passaria uma temporada fora do país. Iniciaram-se então, conversas com três clubes da região árabe, onde o técnico já conquistou títulos e é tido em alta estima.

Ele entrou em acordo para assumir um deles – não revela o nome – no fim da temporada. Acertou salário e começou a escolher se moraria em Dubai ou Abu Dhabi. Abel não esperava, porém, que nesse período se abrisse a possibilidade de ele realizar um sonho de carreira: trabalhar num grande clube paulista.

Quando Muricy Ramalho deixou o São Paulo, na última segunda-feira, indicou o nome de Abel à diretoria. Em outras duas oportunidades, o técnico já substituiu o amigo, no Internacional e no Fluminense, e foi campeão em ambas. A diretoria entrou em contato com ele, mas o retorno dado, segundo Abel, é de que o acordo verbal será cumprido.

– Eu queria muito dizer sim ao São Paulo, mas é complicado voltar atrás no acordo com os árabes. Eu havia estipulado essa meta no início do ano e essa possibilidade apareceu agora - afirmou o treinador, que também não vê o desejo de sua esposa de permanecer no Brasil como um empecilho para concretizar a transferência para o exterior.

– Claro que ela gostaria de ficar perto da família, mas ela sempre foi parceira, sempre se adaptou muito bem aos lugares em que trabalhei.

Abel Braga é o preferido de parte da diretoria do São Paulo caso não haja acerto com o argentino Alejandro Sabella. O clube já fez uma proposta ao atual vice-campeão mundial, mas o interesse dele em trabalhar na Europa e uma possível ida para o Manchester City travam o acerto. Sabella pediu 10 dias ao Tricolor, que tenta encurtar esse prazo. Se não der certo, o nome de Abel ficará mais forte ainda, mas com a concorrência de Vanderlei Luxemburgo, favorito da maioria da diretoria, porém vinculado ao Flamengo. Leia mais aqui.