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Cuca e São Paulo: fatos e lendas da montagem do time campeão mundial

Com fama de ter montado equipe de 2005, técnico foi quem fortaleceu esquema tático no Tricolor, onde ganhou prestígio e desafetos

Cuca comanda treino durante passagem pelo São
Paulo, no início de 2004 (Foto: Diário de São Paulo)

A passagem do técnico Cuca pelo São Paulo, em 2004, até hoje rende polêmicas e a afirmação de que ele foi o responsável por montar a equipe que, no ano seguinte, conquistaria o Campeonato Paulista, a Libertadores e o Mundial. Uma história repleta de personagens, mas não tão bem contada.

O desempenho de Cuca frente ao Goiás no Campeonato Brasileiro de 2003 chamou a atenção do São Paulo. Novato, o treinador tirou a equipe da zona de rebaixamento e fez uma das melhores campanhas do segundo turno. O Tricolor, que passou toda aquela competição com os interinos Milton Cruz e Roberto Rojas, ficou seduzido pela ideia de um comandante com novas ideias e baixo salário. Junto com Cuca, mudaram-se do Serra Dourada para o Morumbi o zagueiro Fabão, o meia Danilo e o atacante Grafite.

São essas contratações que geram as principais divergências sobre a passagem de Cuca. Após os títulos de 2005, o técnico alimentou a ideia de que ele havia sido o artífice do time vencedor. A diretoria rechaça a versão. Alega que a grande maioria dos reforços já havia acertado sua ida para o São Paulo antes mesmo do treinador.

- Fizemos tudo antecipadamente com o dinheiro da venda do Kleber (hoje atacante do Grêmio) para a Ucrânia. Recebemos R$ 2,2 milhões, se não me engano, e montamos o elenco - lembra João Paulo de Jesus Lopes, hoje vice-presidente de futebol, e na época diretor de planejamento.

O meia Danilo, por exemplo, era um dos alvos de Milton Cruz desde 2003. Chegou até mesmo a ser examinado por Marco Aurélio Cunha, ainda no Goiás, quando tinha uma pubalgia. Grafite também se encaixava no perfil de atletas traçado pela diretoria para a temporada de 2004. Mas numa versão mais “conivente” com o técnico, Fabão teria sido procurado a pedido seu.

Na época, sua contratação quase causou um prejuízo grande ao Tricolor. O uruguaio Lugano cogitou sair do clube, mas foi convencido pelo presidente Marcelo Portugal Gouvêa e por Marco Aurélio Cunha, superintendente de futebol naquele ano, a permanecer. Além do trio do Goiás, foram contratados o lateral-direito Cicinho, o zagueiro Rodrigo, os meias Marquinhos e Vélber, e o atacante Jean. No ano seguinte a diretoria contratou o volante Josué, outro atleta de Cuca que só depois teve seu vínculo encerrado com o Goiás.


Danilo, Grafite e Fabão fizeram mesmo caminho de Cuca: do Goiás para o São Paulo (Foto: Editoria de Arte)

3-5-2: herança ou 'sorte' de Cuca?

Outro mérito atribuído ao ex-técnico é a montagem do famoso sistema tático de três zagueiros, que ficou famoso no São Paulo na década passada, e norteou as conquistas da Libertadores, do Mundial, e de pelo menos dois Brasileiros. Porém, Cuca, assim como seus sucessores, iniciou seu trabalho no 4-4-2. Fabão e Rodrigo eram os titulares, e Lugano só entrou durante a Libertadores. O São Paulo chegou até à semifinal, mas foi eliminado pelo Once Caldas com um gol nos últimos minutos. Emerson Leão, Paulo Autuori e Muricy Ramalho também armaram o time sem os três zagueiros, mas recuaram.

Antes de Cuca, sob o comando de Milton Cruz e Rojas, o São Paulo já atuava com três zagueiros. Responsável tático pela equipe que voltou à Libertadores depois de dez anos, Milton chegou a improvisar Gustavo Nery na posição.

Mas contestações à participação de Cuca na montagem da equipe à parte, seu trabalho tático é alvo de muitos elogios de quem esteve naquele trabalho. Dirigentes consideram que a estrutura criada no 3-5-2 era tão sólida que permitiu a Emerson Leão, hoje considerado por eles um técnico ruim, conquistar o título paulista.

A relação de Cuca com os dirigentes do São Paulo permaneceu boa, embora tenha havido um alívio na cúpula com seu pedido de demissão. Por muito tempo, Juvenal Juvêncio recorreu a ele para pedir indicação de reforços. Milton Cruz é outro que conversa frequentemente com o treinador do Atlético-MG. Mas todos se preocupavam com sua relação com os jogadores. Líderes daquele grupo, Rogério Ceni e Lugano, por exemplo, não se davam bem com o técnico.

Em entrevista recente, Cuca admitiu ter cometido um erro ao tomar partido do então preparador físico Omar Feitosa, que hoje ocupa o cargo de gerente de futebol no Palmeiras, numa discussão com o goleiro são-paulino. Essa acabou se tornando a faísca mais forte de sua passagem pelo Morumbi.

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