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Após 'pendurar as chuteiras', Marcelo, ex-corinthians, dá a volta por cima com Penapolense

Goleiro admite carreira conturbada, assume culpa por mau comportamento e insucesso em clubes grandes e sonha com novato brilhando no Paulistão

Dinheiro, fama, mulheres, bebidas, noite… São algumas das razões pelas quais muitos jogadores já se perderam no futebol. O goleiro Marcelo, ex-Corinthians e Atlético-MG e que hoje atua pelo Penapolense, teve de passar por quase todas elas para encerrar a carreira de forma precoce em 2011 e agora dar valor ao duelo contra o São Paulo, neste domingo, válido pelas oitavas-de-final do Campeonato Paulista, oportunidade de ouro para sacramentar de vez a volta por cima.

Revelado no clube do Parque São Jorge, Marcelo teve a sua primeira oportunidade entre os profissionais quando ainda tinha 21 anos. Promissor, o jogador chegou a agradar no início, colocando, inclusive, o ex-titular Fábio Costa no banco por diversas vezes. Após altos e baixos, saiu do clube no fim de 2007, data do rebaixamento à Série B. Mas foi no Atlético-MG, em 2010, que Marcelo viveu seu pior momento. Após ser afastado, o jogador resolveu encerrar a carreira. Por esse motivo, a boa campanha do Penapolense é tudo que ele precisava para reconstruir a carreira.

- É o meu recomeço. Vim do zero. Não foi que eu pensei em parar, eu parei mesmo. Tive várias propostas quando saí do Atlético, mas recusei, parei, pendurei as chuteiras… Com o tempo, o pessoal foi esquecendo de mim. A memória do brasileiro é curta, né? Depois foi batendo a saudade, via gente que jogou comigo bem… Achei que não era o que eu queria. Achei que dava para gastar mais um pouquinho - diz ele ao LANCE!Net, que completa:
- Era tudo minha culpa. Eu só fazia mal a mim mesmo. Hoje caiu a ficha. Sorte que não demorou muito. Ainda sou novo, tenho alguns anos de carreira.

Confira a entrevista completa com Marcelo:

LANCE!Net: Como você vê este momento do Penapolense?

Marcelo: O momento é único, vai entrar para a história. Nenhum clube subiu para a Série A1 e, no mesmo ano, se classficou. A cidade esta em êxtase. Aqui todo mundo torce para o CAP (Clube Atlético Penapolense). Geralmente torcem para o São Paulo, Corinthians, Palmeiras, mas aqui não. E isso nos ajuda muito. Dentro de casa só perdemos para o São Paulo. Agora vamos tentar descontar essa derrota.

LNet!: É o típico caso da cidade abraçando o time?

M: Sim, abraça até demais. O pessoal é muito acolhedor. Você anda na rua e ouve elogios, apoio, incentivo, isso é muito bacana. Nós sabemos da dificuldade que é pra ir pra São Paulo jogar, e eles vão para assistir. Esse comprometimento do torcedor com a gente ajuda demais.

LNet: Pode-se dizer que o Penapolense é a sua reconstrução da carreira?

M: Estou recomeçando. Desde o inicio eu falei que seria assim. A minha carreira foi muito turbulenta. Saí de grandes clubes, e graças a Deus não foi por falta de qualidade, foi sim por comportamento. Hoje estou mais maduro, tenho outra postura, outro comportamento. O pessoal aqui pode falar melhor do que eu o quanto evolui.

LNet!: A culpa foi sempre sua?

M: Exatamente. Culpa minha. Não tenho o que falar dos outros. Um grande amigo meu falava que eu só fazia mal a mim mesmo. Tenho um coração bom, não faço mal a ninguém, mas faço mal a mim mesmo. Hoje caiu a ficha. Sorte que não demorou muito, ainda sou novo, tenho alguns anos de carreira.

LNet!: Guarda mágoa de algum clube que passou?

M: Não, como eu falei foi mais eu mesmo que me prejudiquei. Não guardo mágoa nenhuma de Atlético, Corinthians, Bahia… Eu que tinha a cabeça complicada. Hoje estou feliz aqui. Pretendo ir a um clube de expressão, mas estou feliz.

LNet!: A classificação no Campeonato Paulista marca a volta por cima?

M: No início da competição chegou aos nossos ouvidos que seriamos o primeiro time a cair. O motivo é que tinham jogadores que não deram certo, como eu, que diziam que estava parado há dois anos, o Fernando, falavam que era louco, Sérgio Mota, a eterna promessa, enfim… Vários jogadores que todos acharam que não daria certo. Nos juntamos, abraçamos a causa. Nunca trabalhei num grupo como este, a união, a amizade, o comprometimento. Eu, sinceramente, não acreditava em união, hoje eu passei a acreditar.
LNet!: Pensou em encerrar a carreira?

M: Eu parei. Eu não pensei em parar, eu parei mesmo. Tive várias propostas quando saí do Atlético, mas recusei, pendurei as chuteiras… Com o tempo, o pessoal foi esquecendo de mim. A memória do brasileiro é curta. Depois foi batendo a saudade, achei que não era o que eu queria. Achei que dava mais um pouquinho.

LNet!: Você teve confrontos difíceis contra o São Paulo na época de Corinthians. Passar por eles teria um gostinho especial?

M: Sem dúvidas… Não pela história que tive com o Corinthians. Pela história do Penapolense mesmo. Um time pequeno, novato na elite, vencendo um São Paulo, com a grandeza que tem, dentro do Morumbi, seria maravilhoso.



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