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Logo no início da temporada, Ney Franco já teve um grande desafio à frente do São Paulo e, nesse caso, o problema ia além dos resultados conquistados dentro de campo. Com um elenco ‘estrelado’, o treinador teve que administrar os ‘egos’ de alguns jogadores para acabar com qualquer ‘picuinha’ interna e fazer o time andar junto em todas as competições. E as principais polêmicas que o técnico precisou resolver envolveram duas das maiores contratações do clube no ano passado: Paulo Henrique Ganso e Lúcio.

E o motivo da insatisfação era o mesmo. Nenhum dos dois gostou da ideia de ser substituído em partidas importantes e demonstraram essa chateação publicamente – Ganso saiu do clássico contra o Palmeiras dizendo palavrões, enquanto Lúcio deixou o confronto contra o Arsenal-ARG e sequer ficou no banco para acompanhar o resto da partida.

Com tudo isso, criou-se a ‘crise’ no São Paulo e Ney Franco precisou administrar as más atuações dentro de campo e também os problemas internos com os jogadores. O que hoje ele acredita ter feito muito bem e garante: agora, está todo mundo ‘remando junto’.

“Além de ótimo profissional, o Ganso é uma pessoa muito íntegra e resolvemos de uma forma que o grupo não ficou sabendo”, explicou o treinador em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, indicando que teve uma conversa com o meia para sanar de vez a insatisfação dele.

“Aí tivemos o caso do Lúcio, que foi o segundo seguido. Como comandante da equipe, precisei fazer uma reunião com o elenco e houve aquela lavagem de roupa, mas foi uma reunião muito boa, em que coloquei algumas coisas que não aceitaria. O grupo entendeu e, a partir daquele momento, passamos a remar juntos”, assegurou.

Ney Franco, inclusive, chegou a dizer em entrevista coletiva que não aceitaria mais nenhum tipo de insatisfação pública demonstrada por qualquer jogador por conta de uma substituição e, daí em diante, tanto Ganso, quanto Lúcio se comportaram de outra forma. O meia logo acabou ganhando o posto de titular ao lado de Jadson, mas o zagueiro amargou o banco de reservas por um tempo por conta das boas atuações de Edson Silva. Recentemente, o pentacampeão retomou o posto e agora terá que mostrar dentro de campo que merece permanecer com a vaga.

“Ele é um exemplo, recuperou a posição dentro de campo. Se tivesse acomodado, não jogaria”, elogiou o comandante tricolor.

No caso de Ganso, havia também o problema do ritmo de jogo. O meia ficou muito tempo parado por conta de lesão no ano passado e, no início da temporada, ainda estava devendo com relação aos outros jogadores. Por conta disso, Ney Franco explica que conversou com o ex-santista e preferiu deixá-lo no banco em alguns jogos importantes até que ele chegasse ao mesmo nível dos outros titulares.

“O planejamento que a gente fez para o Ganso foi a coisa certa. O Ganso não estava acompanhando os outros fisicamente, e a gente tinha o risco de ele não acompanhar o ritmo dos outros jogadores e o risco da lesão, porque ele não estava totalmente recuperado. Então eu cpnversei com ele para fazer trabalho de intensificação dos trabalhos durante a semana”, contou Ney, que hoje é só elogios para o meia.

“A gente tinha que continuar na paciência de recuperar o atleta. Então ele foi adquirindo ritmo e pegando confiança dele e do elenco também. Acho que hoje ele esta mais confiante, fiquei feliz com a participação dele no jogo contra o Atlético-MG e acho que a tendência é melhorar e se manter titular”, garantiu.

O próximo desafio de Ney Franco no comando do São Paulo será neste domingo, contra o Penapolense, pelas quartas de final do Paulista e já na quinta-feira, a equipe voltará a campo para enfrentar o Atlético-MG no primeiro jogo das oitavas de final da Libertadores também em São Paulo.