Qual foi o sentimento quase que unânime da torcida tricolor quando o árbitro encerrou a partida de ontem contra o Atlético-MG? Raiva. Quem não ficou nervoso e cornetou em casa? Aos 30 do primeiro tempo já pedíamos substituições. Vieram tardias e quase conseguiram o empate. Alias, pedimos substituições antes de entrar em campo quando vimos a escalação dos titulares. Rogério Ceni deixou o campo mau-humorado e com razão, estamos no primeiro jogo da fase de grupos, a hora de acordar é agora.

Lucas. Esse é o nome do nosso problema atual. Antes de me xingarem, entendam o que quero dizer: A falta dele e da sua reposição é o nosso empecilho. A diretora tricolor vendeu o meia-atacante no meio do ano passado. A janela reabriu em dezembro, cerejas foram prometidas, cláusulas impostas e ninguém veio. Inevitavelmente, acabamos olhando para os outros clubes e comparando as contratações, afinal, estamos rumo ao Tetra da Libertadores e esse é um ano crucial. Se não tinha ninguém para trazer, por que vendemos o Lucas? O SPFC não está falindo e nem perto disso, deveria segurá-lo e vendê-lo mais valorizado no final desse ano. Cadê o planejamento?

Mas não adianta chorar o leite derramado. Vamos falar da zaga.
Lúcio chegou, bem-vindo, xerife! A zaga Rhodolfo e Tolói se manteve bem na Sul-Americana ano passado com poucas falhas e muito entrosamento, as características de marcação do lateral Cortês e de zagueiro do Paulo Miranda, tornavam um conjunto essencial para o time. Contratamos o pentacampeão Lúcio para aprimorar isso. Okay, na disputa de vaga, quem sai, Tolói ou Rhodolfo? Simples, o que melhor atinge às expectativas fica em campo e este zagueiro, atualmente, é o Tolói. Falha menos, marca mais. Eu passei o ano de 2012 como defensora do Rhodolfo por sua raça, mas o futebol e seus jogadores vivem de fases e oscilações, temos que enxergá-las e respeitá-las. Agora é a fase do Rafael Tolói jogar ao lado do xerife Lúcio. Sou a favor desse rodízio, Libertadores não é brincadeira, fica quem joga mais.

Enquanto avançamos na escalação, ficam alguns conselhos de antemão: Tolói e Aloísio devem ser titulares. Aloísio entrou e fez o que ninguém conseguia fazer. Luis Fabiano bem marcado desaparece no jogo, pois sua habilidade é chutar e fazer o gol, buscar a bola no meio-campo não é o seu forte. Ele não tem as características do drible e da arrancada, ele é matador(ótimo, por sinal, não estou falando mal dele). Aloísio tem que ser titular. Perdeu alguns gols contra a Ponte Preta pelo campeonato Paulista, lembram? Mas espera ele parar de perder gols, se adaptar de vez e se entrosar. Temos um goleador aí.

Ney, se você precisar de agilidade, o Cañete entra bem pra isso. Quer mostrar serviço, quer driblas e ir para cima. É um meia com arrancada. Utilize-o!

Vão xingar, vão reclamar e dizer que sou corneteira, mas lá vai. Onde estava o Jadson ontem? Ah, ele estava marcado? Concordo, mas vai lá rever o jogo. Errou passes curtos, lances próximos, não achou buraco na marcação. Os atacantes tentavam buscar a bola no meio do campo. Em lances com Cortes sozinho, tocamos para o Denilson na fogueira. Questão de leitura, raciocínio rápido. Precisamos de alguém que arme a jogada quando o circo está fechado. O Atlético estava em 2 fileiras com 4 jogadores, nosso meia precisava achar espaço e chegar com calma. No primeiro tempo sofremos 23 desarmes de bola e desarmamos apenas 6 vezes. Tem algo errado aí! Precisamos de alguém que na dificuldade cruze com precisão. Acho, só acho, que temos alguém com essas características sentado no banco assistindo tudo. Nosso camisa 10 tem ótimos números, indiscutíveis. Mas existem partidas e elencos, temos que nos adaptar, se o circo tá fechado, joga o Ganso lá! O cara tá pedindo responsabilidade.

Paulo Miranda passou o começo de 2012 muito ruim, com escandalos internos e afastamentos. No segundo semestre adaptou-se na lateral direita, calou seus críticos e deu a volta por cima. Esse ano oscila e disputa vaga com Douglas que é mais veloz. Aí vai do adversário, Paulo Miranda segura bem mas comete suas falhas e Douglas é mais agil. E já que estamos falando do Douglas, uma coisa é certa: Douglas não joga na posição do Lucas. Agora é a hora de entender que se não temos alguém com as características do Lucas que jogue tanto quanto ele, precisamos adaptar outras opções para a direita.

Por que estamos presos a um úncio esquema-tático? Qual é a definição, afinal, estamos atacando ou defendendo? O São Paulo mantém um futebol que se deixa dominar, ontem ficou claro que seguimos o jogo da menira que o Atlético-MG queria. Não conseguíamos avançar, levamos pressão quando queriam nos pressionar e nos poucos momentos em que fomos para cima, levamos um gol por falha da zaga(segunda falha).

Por que insistir com o Douglas? Sabemos que ele tem suas características de defesa, mas precisamos de alguém que parta para o ataque com explendor. Alguém que tente, que arrisque, que cruze e tenha a leitura certa da zaga adversária para fazer gol. Esse alguém, francamente Ney Franco, não é o Douglas.

Eu confio no trabalho do técnico Ney Franco. De maneira nenhuma pediria a cabeça dele ou o criticaria como treinador. Escrevo esse texto apenas por medo das mudanças virem tardias. Existem inúmeras possibilidades de alterações que podem ser feitas, e tenho certeza de que o farão. Mas a hora de começar a fazê-las é agora, não depois. Cada jogo, cada gol, cada falha é crucial para a vitória. A nossa luta é pelo Tetra, precisam sentir isso no peito para entrar com sangue nos olhos. Vamos honrar o último ano do MITO no SPFC.

Agora é a hora de se mexer e alterar.

Pessoal, esses foram meus pitacos, deem a opinião de vocês. Podem criticar a vontade, futebol é questão de visão, leitura e opinião.

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