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Galliani afirma que Milan desistiu de contratar Kaká por problemas fiscais

Em evento, vice-presidente do clube italiano anuncia que será impossível completar o negócio, apesar de ter 'acertado tudo' com o meia brasileiro

Ficou mais difícil o sonho de o Milan repatriar Kaká. Em declaração surpreendente na chegada a um evento em Milão, o vice-presidente Adriano Galliani anunciou na noite desta segunda-feira que o clube desistiu da contratação do meia do Real Madrid por problemas fiscais. O jogador brasileiro, inclusive, já havia até aceitado reduzir o seu salário, mas pelo visto terá de procurar um novo lugar se quiser deixar o time merengue.

- As negociações por Kaká falharam. Não seria possível completar a transferência por questões fiscais. Isso aconteceu há uma hora. Tínhamos chegado a um acordo em todo o resto. Kaká estava fazendo todos os esforços possíveis e imagináveis para vir, mas as questões legais e fiscais não eram fáceis. Quando um país paga 24 por cento e o outro paga 47 ou 48, devemos perguntar se é normal. Nesta altura penso que ficaremos assim. Além disso, nas últimas 13 rodadas somamos mais pontos que qualquer clube - disse Galliani, referindo-se à reação do Milan no Campeonato Italiano (é o sexto, com 34 pontos).

A reviravolta ocorreu depois de o Milan entrar em acordo com o próprio jogador sobre os seus vencimentos. De acordo com o jornal italiano "La Gazzetta dello Sport", o camisa 8 ganharia € 6 milhões anuais (R$ 16,26 milhões), bem menos do que os € 10 milhões (R$ 27,1 milhões) que ele recebe no Real Madrid. Apesar de o clube se propor a pagar no máximo € 5 milhões (R$ 13,55 milhões), o acordo teria sido selado em reunião entre o próprio Galliani e Gaetano Paolillo, agente do atleta, em reunião nesta tarde.



Para ter Kaká, o Milan ofereceu uma proposta por empréstimo até meados de 2015 (30 meses), quando se encerra o seu contrato, mas os merengues não estariam dispostos inicialmente a cedê-lo sem um montante significativo envolvido - a imprensa espanhola cogitou € 25 milhões (R$ 67,75 milhões) exigidos pelo Real Madrid.

Segundo a "Gazzetta", o intermediário Ernesto Bronzzetti esteve na capital espanhola para tratar do assunto diretamente com o presidente Florentino Pérez. As próximas 48 horas eram apontadas como decisivas, mas o negócio esfriou progressivamente - primeiro pela não ida de Galliani até Madri e depois pelas declarações do próprio dirigente.

Questões fiscais: entenda o caso

Quando Kaká chegou à Espanha ele assinou o seu contrato amparado pela Lei Beckham, que permitia aos jogadores estrangeiros pagarem à Fazenda Espanhola apenas 24% de impostos referentes de seu primeiro vínculo. Esta lei foi revogada em 2012 no país e os novos contratos já são taxados em 52%.

O Milan queria Kaká por empréstimo porque, desta forma, poderia disfarçar os vencimentos de Kaká conforme o seu acordo com o Real Madrid - ele seguiria como atleta do clube merengue e não faria um novo contrato, já que na Itália as exigências do governo são de 47% a 48% de tributos - citados por Galliani em sua entrevista. O Real, por sua vez, exigia uma cessão completa dos direitos de Kaká, o que ia diretamente contra as limitações financeiras do Milan. E os italianos, assim como Kaká, não aceitavam arcar com essa diferença.

- Provavelmente o Milan está calculando uma pedida livre de impostos e a incidência tributária. Se Kaká quer € 6 milhões livres, isso na verdade significa algo próximo a € 9 milhões brutos para o clube italiano, como os € 10 milhões são quase € 13 milhões para o Real Madrid. Quando os clubes fazem contratos federativos, o que vai registrado para a liga são os valores brutos. Não vai aparecer € 6 milhões, e sim € 9 milhões. É o valor que lança na contabilidade e é utilizado inclusive em questões de auditoria da Uefa - disse o advogado especializado em direito esportivo Marcos Motta ao GLOBOESPORTE.COM.

Um balde de água gelada no Milan



A notícia cai como um bomba no sonho da torcida rossonera, que naturalmente se empolgou com as declarações do dono do Milan, Silvio Berlusconi, e também do técnico Massimiliano Allegri sobre o atleta de 30 anos.

- Como torcedor, sonho com o seu retorno porque não somente é um grande jogador, mas também é uma grande pessoa e está no nosso coração - contou Berlusconi durante o período de negociações, enquanto o treinador mostrou bom humor.

- Se fosse automático que com Kaká alcançaríamos o terceiro lugar e chegaríamos à Liga dos Campeões já o teríamos contratado. Veremos o que pensa o clube sobre o mercado. Eu estou em plena sintonia com a sociedade e Kaká é um jogador importante, íntegro - afirmou.

Eleito o melhor do mundo em 2007, Kaká trocou o Milan pelo Real em 2009 por € 65 milhões (R$ 175 milhões na cotação atual), mas nunca conseguiu repetir na Espanha o sucesso que teve na Itália. Desde a chegada de José Mourinho em 2010, o brasileiro passou a perder espaço. Na atual temporada, o camisa 8 atuou em apenas sete partidas do Campeonato Espanhol e tem ficado constantemente no banco.

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