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Caçula dos titulares, Wellington tem status de veterano no São Paulo

Com a saída de Lucas, Wellington se tornou o mais jovem entre os titulares do São Paulo
Foto: Bruno Santos / Terra

A venda de Lucas tornou Wellington o mais jovem dos titulares do São Paulo. Um ano mais velho do que o amigo recém-saído, com quem mantém contato quase que diário, o volante nascido no fim de janeiro de 1991 é, no entanto, um dos jogadores que estão há mais tempo no clube. Um caçula com status de veterano dentro de uma equipe estrelada, a qual se autoapelidou de "Família Ney Franco" na temporada passada.

Wellington sempre foi caçula. Filho mais novo, ele enche o peito de orgulho para adjetivar o irmão, Wesley Martins, 29 anos, ex-meia e hoje treinador de base do Grêmio Esportivo e Recreativo Apucarana, do Paraná. "Ele também jogou bola e é meu ídolo, uma pessoa boa, de coração enorme, humilde, espetacular. Espero que eu possa ser como ele, que nada do que eu ganhe me suba à cabeça", disse.

No São Paulo, onde foi alçado ao profissional em 2008, alguns "irmãos" são bem mais velhos. Por ser de uma geração recente, apegada a videogames, ainda era criança quando os agora trintões Rogério Ceni, Luís Fabiano e Lúcio se consagraram. "É uma satisfação enorme estar neste grupo. São excelentes pessoas, pais de família, em quem procuro me espelhar", admira-se.

A diferença de idade para alguns é grande. Ceni, por exemplo, está prestes a completar 40 anos. Mesmo assim, Wellington não é visto como menos importante para o time. Ao contrário. O próprio goleiro gosta muito do futebol do volante, que passou a primeira metade de 2012 em recuperação de cirurgia no joelho e, no segundo semestre, foi tido por muitos como a explicação para a arrancada no Campeonato Brasileiro e a estabilidade na conquista da Copa Sul-Americana.

As seguidas boas atuações foram enaltecidas por outras figuras importantes do futebol sul-americano, como Jorge Sampaoli, que assumiu a seleção chilena depois de, no comando da Universidad de Chile, ser eliminado pelo São Paulo nas quartas de final do torneio continental. Antes da decisão contra o Tigre, foi a vez de o argentino Riquelme citá-lo como destaque do futuro campeão. Na festa do título, os elogios saíram da boca do presidente Juvenal Juvêncio, certo de que precisava renovar o contrato do jogador.

Confira a entrevista na íntegra com o volante Wellington:

Você é o mais novo entre os titulares. Dizem que caçula geralmente é perseguido pelo irmão mais velho. É assim aqui também? Você é alvo das brincadeiras dos mais velhos?
Wellington:
É tranquilo. Até porque a gente não tem muito tempo para brincar. Apesar da pouca idade - vou completar 22 anos em 28 de janeiro -, aqui dentro um respeita o outro.

Como é o Ney Franco? No ano passado, você e alguns jogadores usaram o termo família para definir o ambiente de trabalho com ele.
Wellington:
É um treinador que abre espaço para a gente chegar e conversar, falar a maneira como se sente melhor em campo. Isso, poucos treinadores têm. Essa abertura. A "Família Ney Franco" é isso, um grupo fechado, onde todos se gostam e respeitam os espaços e as diferenças.

Quem é seu ídolo nessa família?
Wellington:
Cresci vendo Rogério Ceni, Luís Fabiano, Lúcio. São ídolos não só dentro, como fora de campo também. É uma satisfação enorme estar neste grupo. São excelentes pessoas, pais de família, e eu procuro me espelhar neles.

Vocês trocam conselhos?
Wellington:
Sim. Não é porque sou novo que não tenho algo para ensinar. Todos estamos abertos a aprender a cada dia que passa. Não só os jogadores novos, como os de 30 ou 40 anos, estão sempre aprendendo. A gente troca informações, aprende um com o outro.

Como você recebe elogios de pessoas como Ceni, Sampaoli, Riquelme?
Wellington:
Fico feliz. Nos treinamentos, eu corro como corro nos jogos. Não tem essa comigo. Procuro fazer meu melhor todos os dias. Então isso é fruto desse trabalho. Ser reconhecido por pessoas de alto nível do futebol mundial me dá satisfação. Mas procuro ter os pés no chão.

Qual sua relação com o Juvenal Juvêncio? Na comemoração da Sul-americana, ele fez discurso exaltando sua importância para a equipe.
Wellington:
O presidente sabe o quanto eu gosto desse clube, o quanto admiro cada profissional que tem aqui. Brinco que tudo aqui é perfeito. Cada flor no seu devido lugar, grama bem cortada, lixo sempre vazio. Não me imagino como deva ser outro clube. Acho até que vou me assustar se um dia for para outro clube, porque aqui é muito bom. Vindo do presidente, o elogio é sempre gratificante.

Como anda sua renovação de contrato?
Wellington:
Estamos negociando salários, tempo de contrato, luvas e multa. Espero que neste mês ainda, a gente possa fechar.
(Nota da redação: o vínculo do volante vence em 19 de outubro de 2015 e deve ser ampliado por mais dois anos)

Muitos garotos de Cotia já se espelham em você e no Lucas, ainda que você seja novo...
Wellington:
Procuro fazer meu melhor fora de campo também, porque tenho que prezar pela imagem. Represento amigos, familiares e um clube muito grande. Eu e o Lucas sempre tivemos essa postura mais tranquila, cabeça boa. Fico feliz.

Tem falado com o Lucas desde que ele saiu?
Wellington:
Falei ontem (quinta-feira passada, um dia antes da estreia de Lucas no Paris Saint-Germain) com ele. Disse que estou orando por ele e a família dele e que tenho certeza de que, um dia, ele é quem vai receber a Bola de Ouro como melhor jogador do mundo, porque tem qualidade para isso. Ele não é só amigo, mas irmão. Eu o conheço muito antes de vir para o São Paulo. Estamos sempre nos falando.

Dizem que você não dispensa um videogame no tempo livre da pré-temporada e das concentrações, que é o mais "viciado" nos jogos de futebol.
Wellington:
Não digo viciado, mas é que a gente treina de manhã e de tarde. O que tem para fazer à noite além de jantar e dormir? A gente procura passar o tempo fazendo o que gosta. Eu brinco um pouquinho lá com o Jadson, Cortez, Douglas...

Com qual time você joga?
Wellington:
Você já quer fazer uma polêmica, né? (risos)

Não (risos), mas tudo bem. E como foram suas férias?
Wellington:
Passei em Punta Cana (no Caribe) e Orlando (Estados Unidos). Eu não falo inglês, mas, conforme você vai viajando, aprende um pouco de portunhol no dia a dia e consegue se virar. Foram férias curtas, mas é gostoso estar de volta ao trabalho. Já temos jogo no dia 19, contra o Mirassol.

O que você pensa para 2013?
Wellington:
Penso em ganhar a Libertadores. Sei que temos o Paulista antes, mas espero conquistar a Libertadores. Meu objetivo é ganhar todos os torneios que vamos disputar.

O ponto negativo da pré-temporada foi a lesão do Negueba (no ligamento cruzado anterior do joelho direito). Você teve duas lesões desse tipo e foi quem mais deu apoio a ele. O que dá para falar nessa hora?
Wellington:
Eu tive duas lesões de cruzado. Uma quando estava começando a entrar no time e outra quando já estava sendo reconhecido pelo trabalho. Falei que ele vai superar, como eu superei. Falei para ter muita garra, força de vontade, porque muitos fatores fazem você querer largar, desistir, mas isso não pode acontecer. Tem que ser mais forte do que isso. Em dois meses e meio, ele já vai estar dirigindo, quase andando. Passa muito rápido. Sou um dos mais velhos do grupo, conheço o clube muito bem, todos os funcionários, e ele pode contar comigo para o que precisar.

Essas duas cirurgias te atrapalharam um pouco principalmente com relação às seleções brasileiras de base. Imagino que você agora pense na Seleção Brasileira principal.
Wellington:
Nem digo que atrapalhou. As lesões vieram porque tinham que vir. Deus me fez aprender outras coisas. E Seleção é consequência do trabalho no seu clube. Se estiver trabalhando bem, automaticamente você terá oportunidade. É isso que vou procurar fazer. Fazer meu trabalho bem feito para aparecer uma oportunidade.

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