Lucas teve a despedida perfeita do São Paulo. Campeão da Copa Sul-Americana, conquistou o primeiro título pelo Tricolor e ainda foi surpreendido por Rogério Ceni: presenteado com a faixa de capitão no pódio, o camisa 7 ergueu a taça diante de 67 mil são-paulinos no Morumbi. Eternizado na história do clube, Lucas admite que a emoção foi grande e elege os minutos em posse da taça como dos mais marcantes na passagem de sete anos pelo São Paulo.

– Aquela cena, eu levantando a taça, o Rogério me passando a faixa... Foi um dos momentos mais emocionantes desde que virei profissional. Fiquei muito eufórico, não sabia com reagir. Abracei-o, beijei a taça, levantei. Foi especial, nunca vou esquecer.

Lucas elegeu cinco momentos especiais desde a chegada ao Tricolor, em 2005, na base, até a ascensão meteórica entre os profissionais, de agosto de 2010 a dezembro de 2012. Negociado com o Paris Saint-Germain por € 45 milhões (cerca de R$ 110 milhões), nunca deixou de correr em campo e sempre deixou claro que seu grande sonho era despedir-se do Tricolor com a faixa de campeão - forma de retribuir o carinho da torcida.

Confira a lista feita pelo meia são-paulino:

A estreia no time profissional



Com poucos dias no profissional, Lucas estreou na partida contra o Atlético-PR, na Arena da Baixada, pelo Brasileiro, no dia 8 de agosto de 2010. Apesar de ter atuado somente nos últimos minutos de jogo, entrou empolgado e quase marcou no empate por 1 a 1. O Tricolor passava por momento turbulento: Ricardo Gomes havia deixado o clube recentemente, e o time foi comandado na partida pelo auxiliar e interino Milton Cruz.

– Eu tinha 17 anos, entrei faltando quatro minutos. O São Paulo nunca vencia lá, estava 1 a 1 e quase fiz um gol. Sobrou uma bola e bati forte. Foi muito especial – declarou.

O primeiro gol como profissional

Sob o comando de Sérgio Baresi, Lucas ganhou espaço no São Paulo e tornou-se titular. Logo em seu quarto jogo começando entre os 11, marcou o primeiro gol com a camisa do São Paulo entre os profissionais. Contra o Atlético-MG, no Ipatingão, no dia 5 de setembro de 2010, o meia fez o gol de empate e iniciou a jogada do gol da virada, por 3 a 2, pelo Brasileirão.

– Foi só meu quarto jogo como titular. Começamos ganhando, a equipe deles virou. Fiz o gol de empate e a jogada do gol da virada, marcado pelo Fernandão. Foi maravilhoso – disse.

Três gols na mesma partida

Em outubro deste ano, Lucas amargava jejum de dez jogos sem marcar pelo São Paulo. No entanto, encerrou a má fase em grande estilo: contra o Sport, pelo Brasileirão, no dia 27 de outubro, ele fez três gols e comandou a vitória por 4 a 2, na Ilha do Retiro. Foi a primeira e única vez na carreira do meia (até aqui) em que ele marcou três na mesma partida.

Capitão pela primeira vez



Aos 19 anos, Lucas vestiu a braçadeira de capitão do São Paulo pela primeira vez. Na primeira fase do Paulistão deste ano, no dia 18 de março, o São Paulo recebeu o Santos, no Morumbi, e os torcedores presenciaram um show do são-paulino: além da boa atuação, ele marcou o gol da vitória, por 3 a 2, aos 41 minutos do segundo tempo. Ainda assim, a partida ficou marcada na memória do camisa 7 por outro motivo. Com Rogério Ceni lesionado, Luis Fabiano foi substituído, e Lucas vestiu a braçadeira de capitão pela primeira vez no São Paulo.

– Contra o Santos, terminei como capitão porque o Rogério Ceni não estava. O Luis Fabiano saiu e deixou a faixa comigo. Fiz o gol no fim e vencemos por 3 a 2 – lembra Lucas.

O gol na final e o título da Copa Sul-Americana

O momento mais marcante de Lucas no São Paulo, claro, foi o título da Sul-Americana. Em seu último jogo antes da mudança ao PSG, a festa estava montada no Morumbi – tanto para comemorar a conquista quanto para despedir-se do craque. Apesar da confusão que encerrou o duelo contra o Tigre no intervalo, ele não decepcionou e jogou com muita vontade no primeiro tempo. O camisa 7 marcou o primeiro gol do Tricolor e comemorou emocionado, em frente à torcida – ainda deu a assistência no segundo gol da vitória por 2 a 0. Após o apito final, correu para o escudo do clube e ajoelhou-se.

O grande momento da noite, entretanto, ainda estava por vir. Chamado por Rogério Ceni no pódio, Lucas ganhou a braçadeira de capitão e, eufórico, beijou a taça e levantou o troféu diante da torcida são-paulina. Ele deixa o clube com 128 jogos e 33 gols marcados pelo Tricolor.