Com uma passagem vitoriosa pelo São Paulo de 2003 a 2006, o uruguaio Diego Lugano se tornou ídolo da torcida tricolor, que ainda sonha em vê-lo de volta no Morumbi. E é verdade que o clube paulista já até manteve contato com ele para tentar viabilizar um possível retorno no futuro, mas as dificuldades financeiras para fechar o negócio acabaram fazendo a diretoria são-paulina mudar de ideia e fazer uma aposta em outro nome promissor que pode até ocupar o posto de ‘ídolo’ do uruguaio.

Pentacampeão mundial com a seleção brasileira, campeão da Champions League e do Mundial de Clubes com a Internazionale de Milão, campeão alemão com o Bayern de Munique: essa é apenas uma parte do currículo mais do que vitorioso de Lúcio, o mais novo reforço do São Paulo para 2013.

O novo ‘xerife’ da zaga tricolor exigiu um alto investimento do clube do Morumbi e fez a diretoria abdicar de vez da repatriação de Lugano, pelo menos por enquanto. Mas a decisão por Lúcio não foi motivada apenas pela questão financeira e, na verdade, envolveu uma análise da comissão técnica que aconteceu ainda no meio deste ano.

Na visão do São Paulo, a volta de Lugano não seria possível agora por conta do contrato milionário que ele tem com o Paris Saint-Germain e que dificulta muito qualquer negociação para um time da realidade brasileira. Enquanto isso, Lúcio se encontrava em uma situação um pouco mais palpável e, mais do que isso, reunia características técnicas mais próximas daquelas que o São Paulo estava procurando.
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“O sonho em repatriar [Lugano] sempre existe, agora o contrato que o Lugano tem com o PSG é algo que torna as coisas muito difíceis. Ele tem um contrato que nenhum zagueiro no mundo, talvez só o Thiago Silva tenha. Por ele ter feito esse contrato, não tem como negociar, os valores são fora da nossa realidade”, explicou o diretor de futebol do clube do Morumbi, Adalberto Baptista.

“E também desde junho a gente vinha conversando com a comissão técnica e a gente acredita que, tecnicamente, o Lúcio é uma pessoa que poderia trazer a liderança que o Lugano traz, a raça, como um xerife na zaga, mas tecnicamente com mais velocidade, mais volume de jogo”, complementou.

E o forte de Lugano realmente nunca foi a técnica. O zagueiro chegou ao São Paulo em 2003 ainda muito contestado e considerado um jogador ‘grosso’, demorando um tempo para conquistar seu espaço no clube. E isso só veio a acontecer porque o defensor sempre carregou a tradicional raça uruguaia dentro do campo, brigando por todas as bolas e nunca desistindo delas. Foi assim que Lugano conseguiu ser campeão paulista, campeão da Libertadores e campeão do Mundial de Clubes pelo São Paulo em 2005, e campeão brasileiro em 2006, conquistando de vez a torcida tricolor.

Mas se Lugano deixava a desejar na técnica, Lúcio, o novo contratado para a zaga são-paulina, é conhecido justamente pela sua qualidade na defesa firme e pouco faltosa, que o rendeu até mesmo o recorde de zagueiro com mais minutos sem cometer infrações dentro de campo em uma Copa do Mundo (em 2006). Por tudo isso e também pela postura do veterano dentro de campo, Lúcio foi o escolhido para comandar a zaga tricolor em 2013 e, se em sua curta passagem pela Juventus, o zagueiro não conseguiu se firmar, no São Paulo a aposta é de que ele se torne até mesmo um ídolo do clube.

“O Lúcio é um zagueiro muito bom tecnicamente, que é líder em campo, e talvez quem sabe ele também vá se tornar um ídolo aqui, como o próprio Lugano é um ídolo pelo histórico que tem no São Paulo”, comentou Adalberto.
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As expectativas do clube do Morumbi em cima de Lúcio são mesmo muito grandes. Voltando a disputar a Libertadores no ano que vem, o São Paulo quer montar um time experiente para tentar voltar ao topo da competição sul-americana e o zagueiro é um dos que pode ajudar nisso.

“Ele, junto com Rogério Ceni, serão importantes pelas competições que disputaremos, teremos pelo menos quatro competições internacionais, então um jogador com experiência e de comportamento louvável é algo que estávamos buscando”, disse o vice de futebol João Paulo de Jesus Lopes ao apresentar Lúcio na última quarta-feira.

E se a Libertadores é o principal objetivo do São Paulo no ano que vem, Lúcio já entrou no clima da competição e não vê a hora de entrar em campo para fazer sua estreia neste torneio – ele até já prometeu encarar cada partida como uma ‘guerra’ para ajudar seu novo clube a ser campeão novamente.

“Eu encaro toda partida como uma guerra, toda partida e importante, mas a gente sabe que essa competição [Libertadores] é diferenciada, a vibração e a emoção têm que ser muito grandes e a gente tem que passar isso para a equipe. Hoje eu pertenço ao São Paulo e vou defender o clube com muito orgulho”, concluiu.