O CT da Barra Funda estava lotado. O carro da reportagem teve problemas para parar nas dependências do São Paulo, tamanho era o número e a movimentação de automóveis dos veículos de imprensa. O motivo? Ney Franco comandaria o último treino do Tricolor antes da final da Copa Sul-Americana.

Porém, mais marcante do que a preparação para a decisão do torneio, a manhã desta terça-feira nos reservava também o último dia de Lucas no clube. E prestes a se despedir, o camisa 7 participou do treino, arriscou alguns chutes de longa distância, cobranças de falta. Mas o que chamou a atenção foi a sua caminhada ao fim da atividade. Pensativo, andou em direção ao portão como se não quisesse ir embora. Sabia que, ao sair do campo principal do CT, a despedida ficaria ainda mais próxima.

E na coletiva, o que já era esperado. Se emocionou, citou todos aqueles que, de alguma forma, o ajudaram nessa caminhada e agradeceu ao São Paulo pela oportunidade de ser hoje quem ele é. Mas como jogador. Pois como pessoa, Lucas sempre foi o mesmo. Com sua humildade, conquistou o coração não só de são-paulinos como o de torcedores de outros clubes também, encantados com a simplicidade e o carisma sempre mostrados pelo garoto.

Prova da adoração de todos a ele foi o banho de isotônico dado pelos companheiros Osvaldo, Wellington, Lucas Farias, Douglas, Leo e Leonardo. Assim que foi pego de surpresa pelos jogadores, começou a chorar, reconhecendo provavelmente o carinho – recíproco – dos atletas para com a sua pessoa.

Amanhã, diante do Tigre (ARG), Lucas encerrará sua trajetória de pouco mais de dois anos no São Paulo. Independentemente do título ou não, sairá com seu nome gritado pelos 67 mil torcedores que irão ao Morumbi. E cada grito de cada são-paulino será mais do que merecido.

Os únicos que não sentirão sua falta por aqui serão seus adversários, especialmente os laterais-esquerdos. Porém torcida, funcionários, o São Paulo como instituição e a imprensa, esses sim, sentirão cada vez mais saudades de caras como ele, menino de bem. Mas um dia ele volta, já disse que quer voltar. Enquanto isso não acontece, aguardaremos ansiosamente e torceremos à distância. Que a Europa tenha por ele o mesmo carinho que os brasileiros. Pois ele merece. E muito. Au revoir Lucas!