Não é o River Plate, nem o Vélez Sarsfield, muito menos o poderoso e temido Boca Juniors. Mas é a equipe argentina que, após ótima campanha, conseguiu chegar à final da Copa Sul-Americana deste ano. A classificação do Tigre veio com um empate por 1 a 1 contra o Millonarios, no El Campín lotado, na noite desta quinta-feira. Como no primeiro jogo houve empate sem gols, o tento fora de casa garantiu os hermanos na decisão diante do São Paulo. Echeverría, para o Tigre, e Perlaza, para os donos da casa, marcaram.

E os são-paulinos, de certa forma, já têm o que comemorar. Afinal, diante dos argentinos, o Tricolor jogará a segunda partida no Morumbi, dia 12 de dezembro. Caso os colombianos tivessem avançado, a finalíssima seria em Bogotá, o que desagradava à comissão técnica.

– Seria melhor passar o Tigre. Vou torcer para isso – disse Lucas logo depois de carimbar a vaga contra a Católica, já pensando em uma festa completa em caso de título e despedida dentro de casa.

Porém, apesar de decidir o título no Morumbi e contra um time de menor expressão da Argentina, o São Paulo não deve ter vida fácil. No Clausura deste ano, a equipe do na época técnico Rodolfo Arruabarrena ficou muito próxima de conquistar o torneio (e também de ser rebaixada - entenda abaixo), brigando pelo título até a última rodada. Contudo, após empatarem com o Independiente, permitiram que o Arsenal ficasse com a taça.

Além do bom desempenho na primeira metade da temporada, os “Azules del Norte” - apelido do time - têm feito uma campanha irrepreensível jogando sob seus domínios nesta edição da Sul-Americana.

Nas quatro partidas que disputou no Estádio Monumental de Victoria, venceu três, empatou apenas uma e anotou dez gols.
Números que, tanto no Clausura como na Sul-Americana, não foram repetidos no Torneio Inicial - antigamente chamado de Apertura - disputado a partir do segundo semestre de 2012. Atualmente, o Tigre ocupa a penúltima colocação no campeonato local, com o retrospecto de apenas uma vitória, oito empates e sete derrotas.

COM A PALAVRA

Carlos Rodriguez Duval - Colunista do Olé

Se ganhar o título será uma surpresa
A campanha do Tigre é surpreendente, porque no torneio Clausura foi bem, mas nesse (Inicial) não. No Clausura foi vice-campeão, motivado principalmente porque necessitava de pontos para fugir do descenso. O Arruabarrena, técnico à época, fez um ótimo trabalho.

Já no começo desse novo torneio, se foram alguns jogadores-chave. Foi-se um 10, Diego Morales (para o Al-Ahli, da Arábia Saudita), e venderam também Román Martínez, jogador cerebral, que foi ao Estudiantes. A equipe enfim se encaixou há algumas rodadas, mas não tem ganhado. E essa melhora pode ser vista nas partidas da Sul-Americana.

O Tigre é um time que busca jogar bom futebol e fora de casa acaba dando contra-ataques. Tem um “enganche”, (Rubén) Botta, que é bem interessante. Jogador jovem, ótima novidade quando virou titular. Também chegou um treinador que deu gás novo, o (Néstor) Gorosito.

A lógica sinaliza para que o Tigre não ganhe do São Paulo. O São Paulo ainda é muito forte, mesmo que não como o dos tempos de Telê Santana. Não creio no Tigre. O título seria uma surpresa.