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Ganso e Sheik: quem entra primeiro?

Dois jogos dessa antepenúltima rodada do Brasileiro têm uma característica insólita e comum. Os olhos da torcida estarão mais no banco de reservas do que no campo, a expectativa pela primeira substituição será tão grande quanto a do primeiro gol. Corintianos e são-paulinos não terão paciência para ver os jogos contra Inter e Náutico, respectivamente, definidos, para gritar pelas entradas de Sheik e de Ganso.

Os gritos serão maiores no Morumbi, é lógico. O São Paulo é mandante e baterá o recorde de público do campeonato, que pertence a ele mesmo, com 54.118 pessoas contra o Fluminense. Os corintianos, grande minoria em Porto Alegre, gritarão também pelo seu ídolo.

Ganso é craque. Sheik é certeza. O são-paulino sonha com aquilo que o caro ex-santista poderá fazer a partir de 2013. Esses três últimos jogos – Náutico, Ponte e Corinthians – são apenas um aperitivo para o banquete técnico com que o torcedor deseja se empanturrar no próximo ano.

O homem da penúltima bola, o meia centralizado que pode encher Luís Fabiano de bolas açucaradas, o jogador manhoso e de personalidade que, com sua cara de bonzinho, já mostrou saber apimentar um jogo, desobedecendo treinador em final de campeonato e cobrando aquele escanteio em que a bola mal saiu do lugar, ganhando segundos preciosos no título conra o Santo André, que se mostrou muito mais difícil do que se anunciava.

Ganso tem aquele jeitão que o são-paulino gosta de dizer que é só seu. O tal perfil, elogio que a diretoria distribui a poucos, como Raí, Rocha, Ceni e Kaká. A torcida pode amar e idolatrar Luís Fabiano, Chulapa e Lugano, mas o tal perfil serve mesmo é para aqueles que mal conhecem a cor do campo. Sabem que e verde apenas quando levam uma pancada mais forte e caem. Não fosse isso, o olhar altivo, nunca para baixo, a pose elegante e o passe certeiro impediriam que a simples pergunta sobre qual é a cor da grama fosse respondida.

O novo 8 do São Paulo já chegou a ser unanimidade nacional antes da contusão contra o Grêmio em 2010. Hoje, não. Corre atrás do tempo perdido. Oscar é titular da seleção e está na Europa. Tudo o que se previa para Ganso foi concretizado por ele. No domingo, o craque dá os primeiros passos em busca do lugar em que foi colocado e que ão alançou ainda.

Sheik é da outra banda. Não é do tipo amado por todos. Quem o tem o ama. Quem não tem, o odeia. É do tipo briguento, ranheta, adora uma contusão, passa longe do politicamente correto. Adora ser campeão. Nos últimos anos, deu a volta olímpica com Fla, com Flu e com Corinthians. Não é craque. Mas pergunte a algum corintiano se o trocaria por Ganso…

Emerson Sheik já foi Márcio Carioca. Foi com esse nome que chegou ao São Paulo em 1998, com 17 anos. Foi trazido por Claudio Guadagno, que trocava a carreira de jogador pela de empresário. Eu era setorista do São Paulo e Cláudio me falou maravilhas do jogador. Jogou uma Copa São Paulo e foi bem, apesar da eliminação precoce. Fez 11 jogos no time titular – um deles como ala – e fez dois gols. Depois, foi vendido para o Japão.

Difícil entender sua saída. Fácil de explicar. Um exame de densidade óssea mostrou que ele tinha mais idade do que dizia. Era gato. Na realidade, havia nascido em 1981. Não era Márcio Emerson Passos. Era Márcio Passos de Albuquerque.

Virou cidadão do Catar e voltou ao Brasil com o apelid de Sheik. Foi fundamental na conquista da Libertadores e, se uma pesquisa for feita sobre a maneira como os corintianos sonham com a conquista do Mundial, o nome de Sheik aparecerá muito bem cotado.

Ele volta após cinco jogos. Ganso volta depois de três meses. Um, para confirmar que é ídolo e imprescindível. Outro, para começar sua carreira no novo clube, em busca do futuro que as contusões negaram. Ou adiaram?

Quando os 15 minutos do segundo tempo chegarem, vai ser difícil segurar a pressão. Quem entra primeiro?


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