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O antecessor, o protegido e o fã: os amigos de Ceni no São Paulo

Rogério Ceni não faz o estilo boleiro. O capitão são-paulino prefere o violão e a companhia da esposa e das filhas ao cavaquinho e às baladas. A tranquilidade do goleiro faz com que poucos dos colegas de clube se tornem seus amigos a ponto de frequentarem sua casa e saírem em sua companhia, mas alguns dos 311 companheiros de time conseguiram se aproximar do ídolo.


Três deles são emblemáticos: Zetti, Ricardinho e Aloísio. O arqueiro bicampeão da América e do Mundo foi o antecessor de Ceni no gol tricolor e "passou o bastão" ao atual titular. Já o meio-campista tem perfil semelhante ao do camisa 01 e foi apoiado por ele durante sua frustrada passagem pelo Morumbi. Já o centroavante realizava um sonho cada vez que entrava em campo ao lado do "patrão".

A reportagem da Gazeta Esportiva.Net conversou com os três personagens sobre a amizade entre eles e o goleiro-artilheiro do São Paulo e a importante marca de mil jogos que será completada nesta quarta-feira, contra o Atlético-MG, no Morumbi.

Acervo/Gazeta Press

Rogério Ceni era reserva do Zetti e se tornou amigo do arqueiro durante os treinos no CCT da Barra Funda

Passando o bastão para 'o maior de todos'

Zetti é um dos jogadores mais vencedores da história do Tricolor. Conquistou dois títulos da Libertadores, dois Mundiais e um Campeonato Brasileiro. Mesmo assim, ele não se compara a Rogério Ceni. "É o mito do São Paulo", define.

Ceni passou no teste para jogar no clube no dia 7 de setembro de 1990. Uma semana depois, Zetti fazia sua estreia. Ou seja: durante todo o tempo antes de emplacar 15 anos consecutivos como titular, Rogério enxergava em Zetti um espelho.

"Na época de São Paulo, a gente percebia que o Rogério era um cara muito determinado nos treinamentos, sempre tentando aperfeiçoar. Ele é o maior atleta que já passou pelo São Paulo, não só pelos gols que ele faz ou pelas defesas, mas por tudo que representa", opina Zetti, que guiava os passos do colega até fora das quatro linhas.

Em 1992, Rogério ganhou um par de ingressos para um show do cantor Raimundo Fagner, de quem é fã e amigo. Ao lado da mulher, o então goleiro reserva do São Paulo se policiava para não gastar muito dinheiro quando encontrou Ronaldão, Raí e Zetti. Foi justamente o titular quem pediu a ele para não se preocupar, pois a conta já estava paga.

Amigo do rival



Marcelo Ferrelli/Gazeta Press
Rogério Ceni e Ricardinho: entrosamento dentro e fora das quatro linhas


Ricardinho e Rogério Ceni eram amigos antes mesmo da transferência do meia do Corinthians para o São Paulo. Colegas na Seleção Brasileira na Copa de 2002, os dois se aproximaram muito enquanto foram companheiros de clube. Tanto que Ceni era uma espécie de defensor do apoiador na disputa interna causada pelo ciúme de alguns jogadores por causa do alto salário recebido.

"(A amizade) se afirmou com minha ida ao São Paulo. A gente já tinha contatos por jogar contra e por irmos juntos à Seleção várias vezes, inclusive para a Copa. Isso tudo já existia", conta Ricardinho, que recebia aval do técnico Oswaldo de Oliveira para voltar à concentração mais tarde do que os outros jogadores, regalia concedida também ao goleiro e parceiro de truco.

Outro caso curioso aconteceu antes da última partida de Ricardinho pelo Tricolor. O técnico Roberto Rojas pretendia deixá-lo no banco no duelo contra o São Caetano, no Anacleto Campanella, pelo Campeonato Brasileiro. Ceni não concordou com a decisão e conversou com o chileno, que mudou de ideia e escalou o camisa 10 na vitória por 1 a 0.

"Eu estava havia seis, sete rodadas jogando com lesão no menisco. Incomodava e, quando acabavam os jogos, o joelho ficava inchado. Fazia fisioterapia. Estava conseguindo trabalhar mesmo com esse problema e faltavam poucas rodadas para encerrar a temporada. O Rojas ia mudar, não sei o que queria. O Rogério perguntou se eu estava bem, mas não sei (se houve interferência). Tive que fazer artroscopia depois. Não sei se o Rojas tinha dúvidas em relação à minha situação", lembra Ricardinho, que não conseguiu se sustentar no clube nem com o aval de Ceni.

Homenagem inusitada ao patrão

Djalma Vassão/Gazeta Press
Aloísio encontrou o ídolo no time do coração


Rogério Ceni costuma agradecer ao centroavante Aloísio Chulapa pelas inúmeras faltas sofridas, dentro e fora da área. Na cobrança de algumas delas, entre 2006 e 2008, o goleiro-artilheiro ampliou sua lista de gols e transformou o camisa 14 em parte importante da trajetória até o centésimo tento, anotado neste ano, contra o Corinthians.

Por causa disso, Aloísio foi homenageado por Rogério e recebeu duas camisas: uma em alusão aos 100 gols e outra de linha com o nome do arqueiro às costas. Para retribuir os presentes da "pessoa mais legal do mundo", o atacante faz planos curiosos.

"Se vier o próximo filho eu vou colocar o nome de Rogério Ceni, o patrão. Ele já liberou, já assinou embaixo. É a pessoa mais especial do mundo, a pessoa mais legal que eu vi. Sempre terei carinho por ele".

Um dos momentos mais marcantes para Aloísio aconteceu antes de uma partida entre São Paulo e Internacional, pelo Brasileirão de 2008. Horas após a saída de Chulapa para o Al-Rayaan (Catar) ser confirmada, Rogério subiu ao gramado do Morumbi vestindo a camisa 14 do ex-companheiro. O Tricolor venceu por 3 a 0, assumiu a liderança do torneio e embalou rumo ao tri. Aloísio acompanhou de longe e chorou. "Não estive no jogo porque precisava viajar urgente, mas vi na televisão e fiquei muito feliz. Patrão é patrão".

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