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Goiás e Arsenal, os 'quase-vilões' dos mil jogos de Ceni

Rogério Ceni se identifica tanto com o São Paulo que poucos podem imaginar o camisa 01 defendendo outro time. Mas essa possibilidade esteve perto de acontecer ao longo dos 21 anos do goleiro pelo clube. Mais especificamente em duas oportunidades, e com dois destinos diferentes: Goiânia, em 1996, e Londres, em 2001.

Na primeira, a transferência quase se confirmou por conta do banco de reservas, fato também incomum para a carreira do arqueiro. Na metade de 1996, seu quarto como profissional no Tricolor, Rogério amargava a condição de suplente do titular Zetti e tinha apenas seis meses de contrato restantes. Nesse momento, recebeu a tentadora proposta de disputar o Brasileiro pelo Goiás, ganhando três vezes mais. Inter e Santos também o sondaram.

Acervo/Gazeta Press

Torcida apoiou o goleiro, suspenso porque a diretoria entendeu que ele inventou proposta do Arsenal em 2001

No livro "Maioridade Penal", escrito por ele em co-autoria com o jornalista André Plihal, ele conta a história sob o título 'Quase irrecusável'. O "não" aos goianos ocorreu após uma conversa com o presidente são-paulino da época, Fernando Casal de Rey, que o convenceu a permanecer.

Na ocasião, o mandatário propôs uma extensão por dois anos de seu vínculo, ainda sem ganhar o mesmo proposto pelo Esmeraldino do Centro-Oeste, mas garantindo que Zetti deixaria o Morumbi, recebendo o passe livre, no encerramento da temporada. Promessa cumprida, iniciando a era de Ceni como titular.

Cinco anos depois, diferentemente do primeiro caso que quase o fez usar outro uniforme, sua saída aproximou-se devido a algo comum na vida de jogadores de futebol: interesse de uma equipe estrangeira. Mas gerou uma grande crise que quase pôs fim ao ciclo do goleiro no Morumbi. Naquela oportunidade, o presidente Paulo Amaral, opositor a quem assumiu o poder desde 2002, entendeu que o jogador inventava uma suposta proposta do Arsenal, da Inglaterra, para ganhar aumento salarial.

As duas partes entraram em rota de colisão, e o goleiro acabou suspenso por 28 dias, sem recebeu salários no período nem treinar em dependências do clube - duas semanas mais tarde, a comissão técnica convenceu a diretoria a deixá-lo treinar separado do restante do elenco. Insatisfeito, Ceni esteve a um passo de se transferir para o Cruzeiro. Seria trocado por André e os mineiros ainda dariam uma excelente compensação financeira.

A negociação acabou não saindo. Rogério decidiu, mesmo no 'limbo', atender aos pedidos da torcida e permaneceu. Mas, até hoje, não esconde o incômodo com tudo o que ocorreu. "Nunca mais tive contato com ele [Paulo Amaral] e nem quero ter. Guardo ressentimento de como ele tratou a questão. Não tinha por que ser assim. Se eu pudesse, falava toda a verdade dessa história. Mas é melhor ficar quieto", afirma o capitão sobre o ocorrido.

Acervo/Gazeta Press

Com a advogada Gislaine Nunes, Ceni anunciou no fim da punição da diretoria, em 2001, que ficaria no clube

Técnico do clube à época, Nelsinho Baptista classifica o momento como um dos mais difíceis da trajetória do goleiro. Mas ouve agradecimentos por parte do ídolo do Tricolor, já que chegou a visitar Rogério Ceni em sua casa durante o período de reclusão para lhe dar força.

"Foi um momento difícil para ele, mas o apoiamos e procuramos dar todo o conforto. Ele já era ídolo e, logicamente, soube se comportar. Reivindicou algumas coisas que tinha que falar. Quando retornou, não tinha parado de treinar e já voltou a jogar. Ele se sentiu muito bem. Foi um profissional e, acima de tudo, nunca deixou de pensar no São Paulo", contou o treinador à Gazeta Esportiva.Net.

A sequência do goleiro e a importância que atingiu no Tricolor, por fim, acabam por minimizar o fato em meio à sua história no clube, como ele próprio diz. "Quando o Juvenal assumiu, recebi uma proposta da Grécia e levei ao conhecimento do presidente, que preferiu não me vender. O outro foi intransigente. Hoje, cada um tem sua importância no clube. Ele (Amaral) representa o clube apenas pelos dois anos em que foi presidente", concluiu, lembrando que o ex-presidente só comemorou em sua gestão o Paulistão de 2000 e o Rio-São Paulo de 2001, enquanto Juvenal, a quem apoia, foi diretor de futebol nas conquistas do Paulistão, da Libertadores e do Mundial de 2005 e presidente no tricampeonato brasileiro ente 2006 e 2008.

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