Após ser eleito o melhor jogador do Mundial Sub-20, o atacante Henrique ficou sem rumo. No último domingo, no desembarque da seleção no Brasil, ele reclamou de não ter sido valorizado pela diretoria do São Paulo e ameaçou deixar o clube. Nesta segunda, no entanto, voltou atrás e manifestou o desejo de permanecer no Morumbi.
"Quero acertar com o São Paulo. Estou esperando o meu agente (Giuliano Bertolucci) e o clube resolverem a minha situação", disse o artilheiro.
Poucas horas depois, ele voltou atrás e afirmou que seu contrato com o São Paulo é ilegal. Em julho de 2008, Henrique assinou o seu primeiro vínculo profissional. Para isso, na época com 17 anos, era necessário que ele se emancipasse judicialmente dos pais afim de acertar o contrato de cinco anos com o clube.
No entanto, diferentemente da legislação brasileira, o regulamento da Fifa não permite que jogadores menores de 18 anos assinem vínculos maiores de três anos, mesmo sendo legalmente antecipados.
"O jogador poderia tentar se desligar do São Paulo, mas somente para defender um clube do exterior", explica Aldo Giovani Kurle, advogado especializado em direito desportivo.
"É um conflito entre uma norma nacional e outra internacional. Tudo dependeria da interpretação da Fifa. O processo costuma demorar anos, mas, para sair, ele só precisaria de um certificado provisório de transferência, que pode ser obtido em dez dias", acrescentou.
Procurado pelo DIÁRIO, Kalil Rocha Abdalla, advogado do São Paulo, garantiu que o clube está seguro. "O contrato está em vigor. Se o jogador achar que está errado, ele deve entrar com uma ação", disparou.
Apesar da polêmica, Henrique não deve brigar judicialmente ? sua principal reivindicação é um aumento de salário. Para resolver o impasse, o São Paulo ofereceu nesta segunda um reajuste considerável, mas o martelo ainda não foi batido.
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