Assumidamente fã de um meio-campo recheado de volantes com dinâmica para tocar a bola e trocar de posições, Adilson Batista surpreendeu contra o Palmeiras ao optar pelo trio de zagueiros João Filipe, Rhodolfo e Xandão. Foi a solução que encontrou para suprir a falta da proteção de Denílson, machucado, na cabeça de área. E a formação pode ter sequência.
"O São Paulo ganhou três títulos brasileiros seguidos não descartando os três zagueiros e com o Borges fazendo bastante gol com o Dagoberto", argumentou o técnico, lembrando do 3-5-2 armado por Muricy Ramalho que conquistou a liga nacional entre 2006 e 2008. Adilson só não antecipa a escalação para enfrentar o Ceará nesta quarta-feira, pela Copa Sul-americana. "Tenho tempo para pensar."
O comandante, entretanto, demonstra ter gostado da experiência. Começou o clássico, que terminou empatado por 1 a 1, com João Filipe pela direita, Rhodolfo como líbero e Xandçao na esquerda. Mas as posições se inverteram à medida que os atacantes do rival trocavam de função ou algum dos três demonstrava alguma deficiência.
Adilson crê que só faltou entrosamento. "Tivemos muitas dificuldades, mas não porque o sistema mudou. O Juan jogava assim e o Piris também foi ala na seleção paraguaia. O Xandão também já foi escalado assim aqui e o Rhodolfo atuou neste sistema por 200 anos no Atlético-PR."
Apesar de ter volantes à disposição para proteger a área sem a necessidade de um zagueiro a mais para compensar o desfalque de Denilson, exaltado também por sua qualidade na saída de bola, o treinador mostra não confiar plenamente nas opções que tem no elenco. O comandante deseja alguém como Rodrigo Souto, que atuava como um defensor antes de ser liberado para atuar no futebol japonês.
"Poderia iniciar com o Rodrigo Caio, mas ele seria um zagueiro-volante. Poderia também escalar o Wellington como primeiro volante, com o Jean na função de terceiro homem no meio-campo, mas aí eu ouviria que tomamos o gol de bola parada porque o time seria baixo demais. É o futebol", declarou Adilson, que sofreu o empate em cruzamento de Marcos Assunção que Henrique desviou com a nuca nas redes.
Mais de dois na frente - Adilson aumenta o número de atletas em sua retaguarda sem ter medo de fazer o mesmo em sua linha de ataque. O comandante não descarta começar uma partida em breve com o quarteto Rivaldo, Lucas, Fernandinho e Dagoberto.
"É possível. Até Marlos, Fernandinho e Dagoberto também poderiam ser titulares sem problema nenhum. Desde que ajudem sem a bola, com consciência para recompor. Está com eles. Se não fizerem isso, não tem jeito", ponderou o treinador.
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