O goleiro Rogério Ceni é apontado por pessoas de dentro do próprio São Paulo como um futuro presidente do clube. Mas o capitão não quer a responsabilidade neste momento. Em meio à procura do Tricolor por um novo treinador, o ídolo são-paulino avisa que sabe seu lugar como um jogador, sem interferir na escolha da direção.

"Não tenho nada contra ninguém, absolutamente nada", afirmou, negando problemas com Cuca, um dos cotados para o cargo. O atleta explica que sua função é dar o máximo com a camisa tricolor.

"Cada um exerce sua função, eu sou atleta. Eles sabem quem contratar, não sei nem os nomes que cogitam. Só estou aqui para fazer meu melhor e às vezes erro. Se todo mundo cuidasse do lugar em que trabalha como se fosse o dono, talvez a empresa estivesse melhor. Sou funcionário do clube e tenho interesse que isso vá bem", comentou.

Na vitória por 2 a 1 do São Paulo sobre o Cruzeiro, na noite de sábado, Ceni deu sua contribuição ao técnico interino Milton Cruz, inclusive passando orientações aos reservas que aqueciam atrás de seu gol e que depois entraram em campo.

De acordo com o comandante temporário, o goleiro já tinha uma ideia das mudanças que seriam feitas no decorrer da partida contra os mineiros, no Morumbi.

"Não falei só com o Rogério, mas também com Rivaldo, Souto e Dagoberto (sobre a escalação). Estudei bastante o Cruzeiro e achei que, se acontecesse alguma coisa com Dagoberto ou Marlos, quem entraria seria o Fernandinho. Como o Casemiro também poderia sentir, eu tinha outro jogador (Zé Vitor) para entrar. E o Dener é da função do Rivaldo. As substituições estavam programadas", explicou o interino.

Milton Cruz ainda reconheceu que tem opinião semelhante ao goleiro em relação ao futebol. "Nós pensamos igual em termos de jogadores e esquema tático. Ele confia muito em mim, é um grande incentivador que tenho no clube. Claro que às vezes temos divergências, mas é normal. Hoje (sábado), ele teve participação muito grande em tudo que foi pensado", finalizou.