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Depois de "city tour" do Timão, vereadores defendem aprovação de incentivos

Ônibus do clube foi buscar parlamentares na Câmara para levá-los a Itaquera



Para convencer os vereadores da Subcomissão da Copa de que o clube realmente precisa do investimento da prefeitura, o Corinthians armou um esquema caprichado nesta sexta-feira (17). Foi tomado todo o cuidado para que as declarações no final do encontro fossem favoráveis ao projeto de R$ 420 milhões em incentivos fiscais, proposto pelo prefeito Gilberto Kassab.

O ônibus do Corinthians foi buscar vereadores e assessores às 9h na Câmara Municipal. Alguns, como Paulo Frange, preferiram ir de carro, mas a maioria dos oito parlamentares que estiveram no encontro desfrutou do conforto do veículo do clube junto de seus pares.

Quando chegaram a Itaquera, por volta das 9h30, um café da manhã já estava à espera da comitiva. Os vereadores Paulo Frange (PTB), presidente da Subcomissão, Senival Moura (PT), Jamil Murad (PC do B), Aníbal de Freitas (ex-PSDB, agora sem partido), Juscelino Gadelha (PSDB), Juliana Cardoso (PT), Antonio Goulart (PMDB) e Toninho Paiva (PR) estiveram presentes no encontro. O mestre de cerimônias foi o presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, que foi solícito quando ouviu diversos pedidos para tirar fotos com os convidados.

Durante a reunião, o dirigente se apoiou em dois vereadores, que também são conselheiros do Corinthians, para convencer os demais. Antonio Goulart e Toninho Paiva foram os maiores defensores do pacote de incentivos para o Itaquerão. Depois, foram acompanhados pelos outros.

Enquanto rolava o café da manhã, os vereadores também ouviram as palavras de Frederico Barbosa, gerente de operações da Odebrecht e responsável pela obra, que garantiu aos presentes que os dutos da Petrobras que passam pelo terreno já não são mais problema. O engenheiro afirmou que serão desviados e passarão em volta do estádio. Ele também mostrou onde será o meio de campo do futuro gramado, mas disse que não poderia falar sobre a falta de contrato entre clube e empresa porque “não era a área dele”.

No final, após um passeio pelas obras, os vereadores conversaram bastante com o presidente do Corinthians. De Toninho Paiva, ele ouviu que “tudo será resolvido em duas semanas”.

Quando a imprensa finalmente teve acesso aos presentes, ficou a impressão de que a empreitada deu certo. O vereador Paulo Frange, que disse ao R7 na quinta-feira (16) que achava difícil o projeto ser aprovado, mudou o discurso. Nesta sexta, ele afirmou que acha possível aprovar o pacote de incentivos.

- Nós não damos nada como certo até porque temos 55 vereadores e temos que entender e acolher o pensamento de cada um e de suas respectivas bancadas. Mas o apelo, a movimentação da sociedade, da própria torcida do Corinthians para que seja deles a abertura da Copa junto com o Município de São Paulo, e toda a movimentação que a gente tem visto, nós sentimos que é possível. Quando a sociedade se movimenta, o parlamento também se movimenta no sentido da opinião da população.

Já Juscelino Gadelha pediu pressa à Câmara. Disse que os vereadores têm que aprovar os incentivos antes do recesso parlamentar, daqui a quinze dias.

- Hoje, quem tem que fazer a sua parte é a Câmara Municipal. Estamos a quinze dias do recesso parlamentar, temos lá um projeto que dá um incentivo para a criação do estádio para a abertura da Copa do Mundo. Nesses quinze dias, a Câmara Municipal tem que ter a sua responsabilidade e aprovar o projeto do executivo que está lá porque senão nós não vamos ter a abertura da Copa do Mundo em São Paulo.

Trâmite

Na próxima terça-feira (21), mesmo dia em que deverá ser feita a leitura do projeto, Andrés vai à Câmara Municipal para acompanhar uma audiência pública. O dirigente conversará com alguns vereadores para discutir a aprovação do pacote de incentivos.

Depois da leitura do texto na sessão ordinária da Câmara, que deve acontecer na terça-feira da próxima semana, o pacote deve ser apreciado pela CJJ (Comissão de Constituição e Justiça). Se cinco dos nove vereadores forem favoráveis, o projeto passa a tramitar em outras comissões para depois ir para duas audiências públicas, obrigatórias por se tratar de matéria tributária.

Salvação com dinheiro público

O R7 divulgou na quarta-feira (15) que o pacote de incentivos fiscais era visto entre os organizadores da Copa em São Paulo como umas das últimas cartadas para a cidade receber a abertura do Mundial.

Como ainda não há contrato firmado entre Corinthians e Odebrecht, construtora responsável pela obra, o clube não teve acesso aos R$ 400 milhões que o BNDES liberou para cada uma das cidades-sede para construir ou reformar seus estádios para a Copa de 2014. A corrida para a aprovação do projeto é importante para os envolvidos porque a Fifa decidirá até meados de julho onde será a abertura do Mundial.

Em maio, o Ministro dos Esportes, Orlando Silva, deu um ultimato a São Paulo. Disse que a cidade tem até o dia 28 de julho para mostrar garantias de que pode receber a partida inaugural. Como o BNDES ainda não pode liberar a verba para São Paulo, o pacote de R$ 420 milhões da prefeitura servirá para mostrar à Fifa que pelo menos existe um caminho para que a construção do estádio seja viabilizada.

O atraso no início das obras já tirou o Fielzão da Copa das Confederações de 2013. Mesmo com a ajuda da prefeitura, o Corinthians ainda não consegue determinar uma data para quando a arena ficará pronta e quanto dinheiro será gasto. Especialistas envolvidos no projeto estimam que a obra pule dos R$ 350 milhões, previstos inicialmente pelo próprio clube, para mais de R$ 800 milhões como forma de adaptar o estádio às exigências da Fifa para o palco de abertura do Mundial de 2014.

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