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Quando a América foi, pela primeira vez, Tricolor!

Há 19 anos, o São Paulo FC conquistava a Copa Libertadores da América pela primeira vez


Por Arquivo Histórico SPFC - Formação campeã da América: Em pé: Ivan, Adilson, Zetti, Cafu, Ronaldão e Antônio Carlos. Abaixados: Müller, Palhinha, Pintado, Raí e Elivélton.

Se você, são-paulino, tem menos de 25 anos, talvez os detalhes lhe escapem à memória. Contudo, certamente jamais esqueceu ou esquecerá a emoção vivida. Se por acaso tem mais de 25 anos, sem dúvida alguma tem em mente um jogo divisor de águas. De sua própria vida, como da vida de seu clube. Um jogo ocorrido há exatos 19 anos.

Em 17 de junho de 1992, o Estádio Cícero Pompeu de Toledo presenciou a maior explosão de alegria da história do local. Mais de 115 mil pessoas assistiram ao épico festejo da conquista da Taça Libertadores da América de 1992. Milhares das quais, inclusive, proporcionaram a lendária invasão (ordeira e civilizada - bom ressaltar) que se viu por esse gramado.

Carregando os ídolos nos ombros, do campo à pista olímpica, despindo-os de problemas superados e percalços ultrapassados durante toda a competição (e claro, também de suas camisas, grandes relíquias), os torcedores celebravam aquele feito que, se não inédito, ressuscitou o interesse e o futebol brasileiro à conquista da América.

Caminhos da América

O sonho, que se iniciou ano antes com o tricampeonato nacional, quase se tornou pesadelo com a inusitada derrota por 3 a 0 para o Criciúma, na primeira rodada. O comandante Telê Santana não estimava o torneio, por décadas regido por violência e doping, e escalou um "misto".

Porém, após muita pressão, a Conmebol adotou o controle de dopagem, ao menos em jogos do São Paulo FC (mesmo que o Tricolor tivesse que pagar os custos do procedimento). Após esses desafios políticos e internos, a altura dos Andes seria o próximo empecilho, superado graças ao desenvolvimento técnico e científico da comissão técnica, chefiada nesse departamento por Moracy Sant'Anna.

Os adversários foram caindo um a um. San José, Bolivar, Criciúma (o troco), Nacional de Montevidéu, Criciúma novamente (quem mandou provocar) e, depois do Barcelona de Guayaquil, a grande final contra o time argentino comandado por 'El Loco' Bielsa, o Newell's Old Boys.

Um dia para sempre

Na primeira partida da decisão, derrota pelo placar mínimo. Confiança plena no jogo de volta, em um Morumbi fervilhante. Impiedosa, a equipe Tricolor, capitaneada por Raí, não perdoou os argentinos que, todavia resistiram, salvando até mesmo um lance em cima da linha.

Mesmo com todo o sufoco imposto, a equipe portenha somente vacilou aos 22 minutos do segundo tempo, quando Gamboa cometeu pênalti em Macedo. Raí converteu a cobrança. Mesmo placar do jogo de ida, 1x0. Decisão por pênaltis, dramática claro, mas já bem conhecida por todo são-paulino.

A série de cobranças foi desigual. Os argentinos contaram somente com seus jogadores na disputa, já os são-paulinos com mais duas pessoas. Valdir de Moraes, preparador de goleiros, havia estudado o modo de cobrar dos adversários, e Alexandre, o goleiro reserva, repassou as informações à Zetti durante as penalidades.

Berizzo perdeu. Raí marcou novamente. Zamora venceu Zetti, mas Ivan também guardou. Llop empatou, e o placar permaneceu assim, pois Ronaldão errou. Então Mendoza retribuiu o favor e bateu por cima. Cafu pôs o São Paulo na frente, 3x2.

A última cobrança da série normal seria de Gamboa. Zetti foi magistral. Saltou para a esquerda e, de mão trocada, espalmou a bola para fora. Estava decidido. O São Paulo era, pela primeira vez, Campeão da Copa Libertadores da América!

O resto da história todos conhecem, o gramado do Morumbi nunca foi tão vermelho, branco e preto!

Ficha da partida

17.06.1992 São Paulo (Brasil) Estádio Cícero Pompeu de Toledo, Morumbi
SÃO PAULO Futebol Clube 1 x 0 Club Atlético NEWELL'S OLD BOYS
Nos pênaltis: 3 x 2 para o São Paulo

SPFC: Zetti, Cafu, Antônio Carlos, Ronaldão e Ivan; Adílson, Pintado e Raí (capitão); Muller (Macedo), Palhinha e Elivélton. Técnico: Telê Santana.
Gol: Raí (pênalti), 22'/2

CANOB: Scoponi, Saldaña, Gamboa (capitão), Pocchettino e Berizzo; Llop, Berti e Martino (Domizzi); Zamora, Lunari e Mendoza. Técnico: Marcelo Bielsa.

Árbitro: José Joaquín Torres Cadenas (Colômbia)
Assistente 1: Jorge Zuluaga (Colômbia)
Assistente 2: John Redón (Colômbia)
Renda: Cr$ 1.072.490.000,00
Público: 105.185 pagantes, mais de 115 presentes

Pênaltis:
Berizzo - perdeu (trave) / Raí - gol
Zamora - gol / Ivan - gol
Llop - gol / Ronaldão - perdeu
Mendoza - perdeu (por cima) / Cafu - gol
Gamboa - perdeu (Zetti) / Pintado (não precisou cobrar)

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