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Neto no São Paulo e Peñarol na final alegram Pedro Rocha

O Peñarol tentava voltar a uma final de Libertadores pela primeira vez desde 1987. Sem TV a cabo em casa, ele apenas escutava o jogo. Na internet, não dava para ver bem. A vaga na decisão veio, assim como as lágrimas chegaram, cena que o neto de 12 anos já se acostumou a ver.

O pequeno Lucas, grande xodó do avô e ídolo, defende agora em campo e fora dele as camisas de Pedro Rocha.


O meia Lucas Rocha,12, bate bola em centro de treinamento do São Paulo

"Ele foi um grande jogador, vi vários vídeos dele na internet, e ele é meu ídolo. Todo jogo que passa do Peñarol eu assisto ao lado dele. Toda vez ele fica emocionado. Aos domingos, também assisto aos jogos do São Paulo com ele", conta Lucas.

O garoto treina há cerca de um mês em Cotia, no CT em que o São Paulo atualmente forma seus talentos. Tenta a sorte no clube que Pedro Rocha defendeu nos anos 70 e pelo qual marcou 113 gols.

"Estou lutando para ter um belo futuro pela frente. Falaram que eu jogo muito, chuto forte. Gosto de fazer gols, jogar na frente, mas acho que não tenho nada a ver com meu vô", diz Lucas.

Pedro Rocha vive com extrema dificuldade por conta de atrofia no mesencéfalo, tem sérios problemas de locomoção e perdeu a fala. Algumas das poucas alegrias vêm dos jogos de seus ex-clubes e, agora, de seu neto.

"O Lucas é muito apegado ao avô. E é o xodó do avô pelo fato de ele jogar bola. Pego o Lucas todo fim de semana para ver o vô, de quem ele se orgulha, fala dele na escola. O Lucas joga no meio-campo, e a comparação é inevitável", conta Gonzalo, o pai.

A luta da família Rocha para confortar ao máximo o ex-craque tem o apoio do São Paulo, que banca profissionais de fisioterapia e fonoaudiologia, porém Lucas e Peñarol têm sido ótimos remédios nas últimas semanas.

"Essa doença afeta muito os neurônios, ele ficou uma pessoa muito emotiva. Qualquer coisinha ele se emociona. Ele está supercontente. Vai ver a final em casa, mas estou combinando de levar os dois netos [Lucas e Mateus, 10] ao Pacaembu", conta Gonzalo, que é uruguaio.

GRUPO SELETO

Em 1965, nesse mesmo Pacaembu, Pedro Rocha se destacou pelo Peñarol contra o Santos num dos melhores jogos da história da Libertadores, tanto que Pelé o colocou numa seleta lista de melhores jogadores do mundo.

"Eu cheguei a jogar um tempo no São Paulo, mas tive que mudar de posição porque era meio-campista como o meu pai. Ninguém entende que são épocas diferentes e que não dá para fazer comparações com um cara que foi um dos cinco melhores do mundo, de acordo com o Pelé", afirma Gonzalo.

O filho de Pedro Rocha se preocupa com as comparações que seu filho também terá que enfrentar. "Digo para ele ter os pés no chão, ser ele mesmo. Ele tem muito jeito, porte e vontade."

Lucas parece entender, mas faz questão de ser Rocha como jogador. "Tem muitos Lucas no São Paulo. Agora tem um diferente, um Lucas Rocha. Algumas pessoas me perguntam de quem sou neto, mas eu prefiro não misturar as coisas", diz o garoto.

Lucas não tem contrato ainda com o São Paulo e teve facilidades no clube por conta da boa relação da família com o clube e por morar com a mãe em Cotia. O time tricolor só não facilitou para ele quando o assunto foi posar com uma camisa do Peñarol.

O São Paulo entendeu que uma foto de Lucas com o uniforme "aurinegro" soaria como provocação ao Santos.

Fora do CT, no entanto, Lucas está unido com a família na torcida pelo clube uruguaio, campeão da Libertadores de 1966 com o avô Pedro brilhando em campo.

"Acho que vai dar Peñarol, está jogando muito bem esse campeonato", aposta Lucas.

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