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Fabuloso: 'Tenho que estar 100% para calar os críticos'

Ainda em recuperação de cirurgia no joelho, Fabuloso não vê a hora de jogar para calar os críticos brasileiros

Atleta mais caro da história do futebol nacional, Luis Fabiano custou R$ 19,9 milhões (7,6 milhões de euros) aos cofres do São Paulo. Grande esperança para o time voltar a conquistar títulos, o camisa 9 ainda não jogou e, do dia de sua chegada, em 27 de março, até aqui, vem lutando para recuperar o joelho direito e, enfim, poder reestrear. Em meio a críticas e a descrença de parte da torcida quanto à sua condição física, o Fabuloso conversou, com exclusividade, com o MARCA BRASIL e abriu o jogo sobre tudo.

Garantiu que responderá a desconfiança em campo, que na Europa há mais respeito pelos jogadores e que, para alívio da torcida, a recuperação está sendo um sucesso. De quebra, enfatizou que aguentará toda a pressão, explicou os motivos para tanta idolatria da torcida e deixou claro que não toleraria novos protestos não pacíficos dos torcedores, assim como ocorrera em 2004, quando o jogador foi chamado de pipoqueiro.


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MARCA BRASILH: Como está a recuperação?

Luis Fabiano: A recuperação está excelente, a operação foi um sucesso e, dentro dessas três semanas, a avaliação que a gente faz é que, por enquanto, está indo muito bem. Se tudo correr bem, vou conseguir encurtar o prazo para voltar.

MBH: Tem ideia de quando estará pronto para jogar?

LF: Não estamos trabalhando com data, desde quando fui operado. Até os doutores não colocam uma data específica. Estou trabalhando no dia a dia para encurtar o máximo e conseguir voltar o quanto antes. Já foram três semanas e espero fazer mais esforço nas próximas semanas, com musculação.

MBH: A cirurgia no joelho demorou a ser feita?

LF: Se a cicatrização tivesse acontecido igual agora, com certeza operaríamos antes. Mas o trabalho de recuperação foi bem sucedido, foi aquilo que todo mundo teria feito. Não foi nada de anormal. Aconteceu que a cicatrização foi de uma maneira diferente e isso ocasionou a fibrose. O tendão enrolou no músculo e acabou complicando. O tempo foi passando, esperei para ver se suportaria a dor e isso não aconteceu. Assim, cheguei ao limite e tive que optar pela operação. Tinha que operar, foi muito legal ter feito, porque senão estaria sofrendo. Agora, tenho certeza que dentro de algumas semanas eu vou voltar a jogar.

MBH: Fica chateado com quem duvida de que voltará a jogar em alto nível?
LF: Fico chateado em certo ponto, de ver algumas críticas, de pessoas que não sabem o que está acontecendo. Muitos vivem de polêmicas, mas estou tranquilo. Sei das minhas condições, sei que isso poderia acontecer. Mas é uma coisa que tenho que passar. E sei que, nas próximas semanas, vou jogar em alto nível, totalmente recuperado, e mostrarei que o que falam por aí é para vender jornal e criar polêmica. Não estou bichado e estou tranquilo. Com a cabeça no lugar e isso será provado durante o ano.

MBH: Como você lida com esses comentários?

LF: O futebol é parecido em todo lugar do mundo. Mas, na Europa, há um respeito maior com o atleta, realmente coisas que acontecem aqui eu nunca vi lá. Na Europa, depois de perder uma final, nunca vi a torcida crucificar o jogador e dizer que é amarelão porque não fez gol, que é pipoqueiro. Vejo um agradecimento por ter chegado até a final. E aqui é tudo diferente, infelizmente. Não concordo com certas atitudes que existem aqui no Brasil, mas como vivo aqui e do futebol, tenho que aceitar tudo isso.

MBH: Como foi a véspera do jogo contra o Avaí, que você estava escalado e o problema veio à tona novamente?

LF: Em termos profissionais, foi um dos piores dias da minha vida, depois de perder a Copa do Mundo (2010) e perder um companheiro no Sevilla (Antonio Puerta, morto em 2007). Foi muito difícil, porque eu estava contando que iria jogar, estava muito ansioso, e aí, depois de um teste, não consegui superar a dor e fiquei de fora. Foi um momento muito difícil, mas procurei superar tudo isso. Tenho que entrar 100% no campo para não decepcionar.

MBH: Você está pronto para assumir a responsabilidade?

LF: Já sabia da minha responsabilidade e toda a pressão. Sempre vivo com isso porque sou aquele chamado homem-gol, que tem a responsabilidade de fazer o gol. Sei do que sou capaz e do que posso mostrar.

MBH: Você virou ídolo num período em que os títulos eram escassos. Por quê?

LF: Virei ídolo pelo meu estilo. Sempre me doei ao máximo em campo, sou um jogador raçudo, com gana. Talvez a torcida tenha passado a gostar de mim por este motivo. Não desisto das coisas. Vou até o fim.

MBH: Você saiu escorraçado por parte da torcida. Guarda alguma mágoa?

LF: Tudo foi superado, não guardo mágoas. Mas, hoje, mais experiente e consciente, não toleraria aquele tipo de atitude, de forma alguma.

MBH: Você deixou o clube como um bom jogador e volta com status de popstar, com planos de marketing. Por que isso aconteceu?

LF: Isso é reconhecimento. Joguei uma Copa do Mundo, fui eleito, em 2008, um dos 15 melhores jogadores de todo o mundo, ganhei títulos no Sevilla. Então, esta é a explicação para esta grande mudança.

MBH: Você foi o atleta mais caro contratado no Brasil. Se assustou com as cifras?

LF: Pô, tive uma proposta de 14 milhões de euros quando estava no Sevilla (o time que ofertou foi o Milan). Na Europa, este tipo de valor é algo comum entre os clubes nas transações. Mas é óbvio que fiquei surpreso e assustado quando fui contratado, pois sei que isso não é normal no futebol brasileiro.

MBH: O que o São Paulo representa para você?

LF: O São Paulo representa muito. Foi o time que me deu visibilidade no Brasil e no exterior. Me projetou para o mundo, me abriu as portas na Europa. Por isso, estou aqui de volta.

MBH: Tem ambição de superar o Serginho Chulapa (242 gols) como maior artilheiro da história do clube?

LF: Se analisarmos a minha média de gols (0,74 por jogo), é possível. Pelo meu tempo de contrato, se marcar 30 gols por ano, posso passá-lo (atualmente, Luis Fabiano tem 118 gols em 160 partidas). É possível, mas não é meu principal objetivo.

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