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Aos 19 anos, o volante Casemiro é um dos representantes da nova cara do São Paulo. Aproveitando a estratégia tricolor de valorizar as pratas da casa e deixar medalhões de lado, ele desbancou veteranos como Cléber Santana e Rodrigo Souto e virou referência no time de Paulo César Carpegiani. Essa história começou em 2003, quando Casemiro deixou a escolinha de futebol em São José dos Campos, sua cidade natal, aos 11 anos de idade e se mudou para o CT de Cotia. A passagem pelo São Paulo poderia até já ter se encerrado, se Casemiro não tivesse comprado briga com seu ex-empresário Giuliano Bertolucci, no ano passado, para continuar no clube. O esforço e a espera valeram a pena e hoje, ao lado de Lucas e de outros jovens, Casemiro luta para que os garotos tricolores façam tanto sucesso quanto os “Menudos do Morumbi” fizeram na década de 80.

Como é ser titular do São Paulo aos 19 anos?
É uma responsabilidade imensa porque a gente sabe que milhares de jogadores gostariam de estar no seu lugar. O diferencial é dar o máximo em todos os treinos, em todas as partidas. Sem dúvida tenho o maior orgulho do mundo de vestir essa camisa do São Paulo.

Imaginava ser titular tão cedo?
Sempre imaginava. Eu ficava vendo na base os jogadores treinando. O São Paulo nunca foi muito de jogar com molecada, mas graças a Deus está dando oportunidade para os meninos também. Isso é muito importante para a garotada, que hoje em dia já está representando o país na Seleção principal.

Quais outros jovens podem se destacar em breve?
Nossa base tem grandes jogadores. Até aqui mesmo entre os profissionais já temos grandes jogadores como o (zagueiro) Bruno Uvini, o (volante) Zé Vitor, o (lateral-esquerdo) Henrique Miranda, o Léo, goleiro da base que acabou de subir.

Dá para brigar pelo Brasileirão com um time jovem?
Sem dúvida. No ano passado a garotada do Santos ganhou o Paulista e a Copa do Brasil. Mas também não podemos descartar a experiência de jogadores que são importantes e que têm muito a nos ensinar.

Como é o convívio com veteranos como Ceni e Rivaldo?
É bem engraçado, eles passam a experiência para nós e a gente passa a juventude. É brincadeira o tempo todo. Quando eu era moleque, achava que ia ser diferente, mas eles são brincalhões, sabem como lidar nessa vida, já foram moleques de 19 anos também. Temos um respeito imenso por eles.

Quais são seus sonhos como jogador de futebol?
Você tem várias metas na sua vida. A primeira é subir para o time principal, depois se firmar de titular, ir para a Seleção Sub-20, depois para a Seleção principal. Fazer o seu nome no São Paulo, depois na Europa, ser o melhor do mundo.

Já pensa em Europa aos 19?
Isso é consequência do seu trabalho. Se você tem alguma chance lá fora na Europa, é fruto do seu trabalho. Se você fizer um bom trabalho, vai ser reconhecido. Mas não posso pensar em outra coisa por enquanto.

Qual país na Europa você gostaria de defender?
Com certeza, se sair do São Paulo, tem que ir para um clube de ponta na Europa. Um clube que seja comparado ao São Paulo, como na Espanha, que tem Barcelona e Real Madrid ou na Itália, que tem Inter e Milan. São dois países que estão no auge e onde qualquer jogador quer jogar.

Pensa em jogar a Copa de 2014?
Sem dúvida um dos meus objetivos é esse. Jogar a Copa no seu pais é o maior orgulho do mundo. Mas o primeiro pensamento é jogar na principal e depois pensar em Copa.

Como o São Paulo está para a disputa do Brasileirão?
Está fazendo uma mescla muito boa. No último jogo já mesclou cinco, seis da base com os mais experientes. E não é por estar com jogadores da base que estamos jogando por jogar. Ao contrário, a molecada quer mostrar trabalho. Com certeza o São Paulo sempre vai entrar pra ser campeão e é o nosso pensamento.

Valeu a pena brigar com o eu ex-empresário para ficar no São Paulo?
Isso foi uma coisa que eu sentei e conversei com a minha mãe. O São Paulo não representa só o São Paulo para mim, representa muita coisa.

O grupo já se recuperou das eliminações?
A gente fica triste. Ninguém imaginava sair de um campeonato tão importante desse, a gente queria o título, houve várias brigas entre nós, mas já está tudo tranquilo. Demos o nosso máximo, mas infelizmente não foi desta vez. Agora é pensar no Brasileiro, um campeonato que o São Paulo sempre gosta de chegar bem. Não adianta ficar pensando em Copa do Brasil porque já passou.

O clima tenso pelas discussões entre Carpegiani e Rivaldo também já passou?
Com certeza. Eles vieram ao grupo conversar com a gente, pediram desculpa um para o outro. A tendência agora é a gente pensar alto. Com a derrota, a gente amadurece. Quem errou sabe que errou.

Pensa em brigar pelos prêmios de melhor volante do Brasileirão?
A gente fica sempre pensando nessas coisas, querendo ser o melhor volante, revelação, bola de ouro da sua posição. Sem dúvida você está jogando para ser o melhor do seu país e o melhor do mundo, um jogador sempre pensa isso.

Com a experiência de conviver com o Neymar na Sub-20, você já sabe como pará-lo?
O Neymar é um jogador sensacional. Já que temos que enfrentá-lo mais duas vezes esse ano vamos pedir para dar uma acalmada (risos). Ele é um jogador fora de série, o melhor no Brasil para mim, mas não é nada diferente de marcar os outros jogadores, sempre chegando firme, sem dar espaço.

Quem são os principais candidatos ao título do Brasileirão?
O São Paulo é, sem dúvida, ainda mais em um campeonato de pontos corridos. O Santos também, desde que não ganhe a Libertadores, porque, ganhando, dá uma acalmada. Tem também outros grandes times como Internacional, Fluminense e Corinthians.