A diretoria do São Paulo prefere negar a existência de qualquer negociação com o técnico Carlos Bianchi. Não poderia ser diferente. Afinal, Paulo César Carpegiani, ainda que a duras penas, continua à frente do Tricolor. Entretanto, na Argentina, a imprensa local expõe o interesse do clube brasileiro na contratação do treinador.

"A proposta é muito boa, mas ainda não sabemos o que o Carlos Bianchi responderá. De concreto há o fato de ele desejar voltar a treinar. A oferta está feita. Veremos o que vai acontecer nos próximos dias", disse uma pessoa próxima do treinador, em entrevista à agência argentina de notícias "Telám".

Considerado um dos melhores técnicos da história do futebol argentino, Carlos Bianchi já conquistou quatro vezes a Taça Libertadores e três títulos do Mundial de Clubes. Em 2006, por causa de um problema de saúde de sua filha, Bianchi abandonou a profissão.



Apesar de estar afastado do futebol há quase seis anos, ele reconheceu ontem que recebeu propostas de times brasileiros e não descartou a possibilidade de trabalhar novamente como treinador.

"É verdade que as ofertas existiram. Nunca disse que jamais voltaria a treinar uma equipe. Talvez chegue uma proposta e eu responda sim", afirmou Bianchi ao site "ESPNDeportes.com", no qual mantém uma coluna.

No Morumbi/ Caso seja contratado pelo Tricolor, o treinador argentino não deve ter muitos problemas de adaptação à equipe do Morumbi.

Bianchi ganhou projeção em 1994. No comando do Vélez Sarsfield, conquistou sua primeira Taça Libertadores justamente contra o São Paulo, nos pênaltis, em pleno Estádio do Morumbi.

Em 2000, mais uma vez no Cícero Pompeu de Toledo, o Boca Juniors, de Bianchi, derrotou o Palmeiras, de Luiz Felipe Scolari, e faturou a Libertadores.

Três anos depois, também pelo Boca, ele venceu a competição outra vez ao bater o Santos, de Robinho, na final. E de novo no Morumbi.

Análise
Jorge Nicola, colunista do DIÁRIO

Bianchi tem a cara do São Paulo
O São Paulo acertaria na mosca caso contratasse Carlos Bianchi. O treinador argentino tem a cara do clube, pois é especialista no principal sonho de consumo da torcida tricolor: a Taça Libertadores. No Estádio do Morumbi, aliás, Bianchi faturou o torneio em três oportunidades. Após apostar em nomes contestados, como os de Ricardo Gomes e Paulo César Carpegiani, Juvenal Juvêncio marcaria um golaço. Não enfrentaria resistência de conselheiros, tampouco de torcedores. Os últimos dois anos foram conturbados para o clube. Ainda assim, o argentino teria dificuldades nos primeiros meses de trabalho. Aposentado, ele deve conhecer pouca coisa sobre os jogadores do São Paulo e sobre o Campeonato Brasileiro, torneio fundamental nas pretensões do time para voltar à Libertadores. É bem verdade que o Tricolor ainda pode garantir passaporte para a competição continental por meio da Copa Sul-Americana, diante de adversários mais familiares para o argentino.