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Em entrevista, candidatos à presidência do São Paulo apresentam seus planos; Confira!

Na primeira quinzena de dezembro, o São Paulo irá eleger seu novo presidente para um mandato de três anos. Julio Casares e Roberto Natel estão na disputa para ocupar o lugar que será deixado por Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, após cinco anos.

O ge entrevistou os dois candidatos, listados abaixo em ordem alfabética, para entender os planos de gestão de cada um, conhecer as ideias para o futebol do São Paulo e esclarecer polêmicas em que os dois já se envolveram durante suas trajetórias no clube.

Julio Casares

– Tudo é gestão. Se você tem um orçamento que te permite gastar 100, você gasta 100.
– Se esse 100 dá para acomodar duas ou três grandes estrelas, e as demais posições com perfil cascudo e garotos da base, vamos fazer. O que você não pode é estourar o orçamento, trazendo cinco, seis jogadores, alguns com salários muito altos, que disputam posição, aquele jogador que é reserva de luxo, salário incompatível – afirmou Casares.



Leia abaixo a entrevista na íntegra com Julio Casares.

ge – Há cerca de 10 anos o São Paulo era considerado "Soberano" pelo seu exemplo de gestão e conquistas em campo. O que aconteceu nos últimos anos para que essa identidade fosse perdida?
Julio Casares –
(Soberano) Foi o nome de um DVD, porque naquele momento o São Paulo realmente estava com boa performance. Ganhamos tudo em 2005: o Paulista, a Libertadores e o Mundial. Depois a sequencia do tri: 2006, 2007 e 2008, e depois a Sul-Americana em 2012. O que eu acho é que todos os clubes, e esse é um grande problema que eu vou tentar conduzir, é a falta de continuidade do planejamento. Se você tem um planejamento, você no mínimo tem que ter uma recomendação para que os grandes projetos possam ter encaminhamento e uma continuidade de análise. E o São Paulo, que teve um bom período e não dá para ganhar sempre, poderia ficar em uma estiagem de um ou dois anos e depois voltar a ganhar. Ele deixou de cumprir uma continuidade, que é diferente de continuísmo, de um planejamento que estava dando certo.


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– Portanto o que eu imagino que é o grande problema é você quando ganha muito ficar no conforto da vitória. E quando perde muito ficar no desespero para ganhar a qualquer custo. São duas contas, dois extremos. Nós precisamos de um equilíbrio, um equilíbrio que chama-se planejamento. E planejamento tem que ter continuidade de gestão para gestão. É essa a nossa expectativa e essa é umas das questões não só do São Paulo. Na história, muitos clubes deixam de compor essa continuidade de um planejamento. Claro, com seus ajustes, mudanças, com seus aditivos, com a supressão de algumas coisas que não deram certo, mas que isso falta dentro da estrutura do futebol brasileiro.

A crise financeira do São Paulo no ano passado foi grande, com um déficit de R$ 156 milhões. Com a pandemia esse quadro se agravou ainda mais. Como você espera encontrar o clube caso eleito?
– O cenário é preocupante, mas não é assustador. Por que não é assustador? Porque eu estou fazendo uma campanha propositiva que precedeu um plano de gestão. A campanha você não pode chegar e dizer: "Olha, eu vou chegar em janeiro, vou sentar, vou ver, discutir...". Não. Janeiro você tem que ter um plano de ação e é por isso que nossos nomes vieram depois. O que veio antes foi o plano de gestão altamente técnico. E aí, respondendo a pergunta, as primeiras questões são mudar o foco e nomear um comitê financeiro que vai mudar o perfil dessa dívida. A dívida existe, o São Paulo vai honrar contratos. Entretanto, nós queremos saber uma radiografia de cada dívida, de cada contrato, de cada credor. E aí nós vamos fazer um alongamento desse perfil. Isso é uma coisa muito técnica, que requer experiência de gestão.

– O que é mudar o perfil? Você pegar o curto prazo, jogar para um médio prazo. E sentar com os parceiros que estão no meio do futebol e dizer: "Para eu conseguir te pagar com uma saúde financeira equilibrada eu tenho que garantir meu custeio financeiro do dia a dia. Eu tenho que garantir uma folha de pagamento". Agora, no paralelo nós vamos trabalhar fortemente a austeridade financeira, responsabilidade financeira, principalmente na área em que o investimento é maior. Onde resulta 85% desse custo, dessa despesa, que é o futebol. Então são ações técnicas. Mas tem que começar agora. Não adianta eu responder: "Olha, vou esperar, vou conversar com as pessoas, vou montar uma comissão..." Não. No dia 1º de janeiro eu tenho meu comitê financeiro que já está trabalhando. Essa é a grande verdade.


Umas das dívidas é referente a repasse de comissão para empresários. O São Paulo gastou R$ 25 milhões em comissões a agentes e empresas para a contratação de atletas em 2019. Só Corinthians e Palmeiras pagaram mais. Por que paga-se tanto a intermediários no clube?
– A questão do agente é uma questão da lei do mercado. Tem a Lei Pelé, ela existe, o mercado coloca essa dinâmica, nós os reconhecemos como agentes do futebol. O que precisamos estabelecer é que se paga muito ou se paga pouco e estabelecer um limite dentro de cada transação.

– De repente uma comissão pequena para um jogador que não dá resultado nenhum ela é um quadro. Uma comissão maior para um jogador que resolve, não só resolve esportivamente falando, mas que traga legado esportivo é uma outra realidade. Mas de qualquer forma temos que ter muito critério nessa questão de percentual. É uma questão que existe, é de mercado, vamos respeitar, mas vamos estabelecer um critério, um exame e um pente fino em cada negociação. Se é de venda, se é de compra, se é de prorrogação de contrato...

– Eu me lembro há pouco tempo que foi estabelecido uma multa contratual com o grande Rogério Ceni, mas que ao meu ver aquela multa era incabível. Ele era um treinador "entrante", que a gente chama, estava entrando no mercado. Uma multa alta daquele jeito era inconcebível para qualquer treinador e principalmente para ele que estava chegando no mercado. Então essa falta de critério é que nós vamos estabelecer como meritocracia dos executivos. O executivo do futebol que vier do mercado - e eu deixo bem claro que virá do mercado - vai ter um ganho do variável que vai torná-lo competitivo e fixo, aí sim ele pode ganhar um bom salário, que passa por tudo isso também. Passa pela condição da revelação de jogadores, pela compra bem feita, pela venda bem feita, pela performance, estatística do jogador comprado e também pelo critério de diminuir percentualmente o comparativo de pagamento de comissões.


O São Paulo comprometeu 63% com salário em 2019. Isso é sustentável atualmente? E qual será a prioridade do próximo presidente: sanar a dívida ou buscar um título?
– Isso é uma questão de orçamento. O futebol do São Paulo em 2019 não cumpriu o orçamento, em 2020 não vai cumprir o orçamento e nós vemos isso com preocupação. Porque se você compromete um "x" percentual que você colocou , se estiver dentro do orçamento você fez a lição de casa. Se você gastou mais com um e menos com outro, mas está dentro do composto do orçamento, você faz a lição de casa. Então a primeira coisa: o presidente tem que se envolver sim. Na nossa gestão o sistema é presidencialista/participativo. A participação e a autonomia delegada pelo presidente ela vai acontecer. Mas é a minha caneta, a minha atuação que vai estar na área financeira, na área de futebol e principalmente na área da gestão como um todo. Você não pode delegar e dizer assim: "Eu fico no institucional, vou discutir as questões com as entidades". Isso também, mas o presidente tem que ter dedicação exclusiva e um conhecimento amplo. Não é porque o futebol terá autonomia do diretor executivo que o presidente vai aceitar tudo que venha de lá.

– É uma gestão que nós vamos ouvir o diretor executivo, a equipe de futebol, comissão técnica, mas o presidente vai estar muito presente. Você não espere, e nenhum torcedor vai esperar, um presidente que fique em uma posição de Rainha da Inglaterra. Ele vai entrar nas divididas que tiver que entrar, porque senão você não faz a gestão que precisa ser feita. Nós precisamos, dentro do orçamento, equilibrar um time competitivo, onde você tenha valores da base, promovendo esses garotos um pouquinho antes, mas lançando na hora certa. Você promove antes para treinamentos, mas lança na hora certa. Jogadores mais cascudos e duas ou três estrelas que poderão compor se o orçamento permitir. Então dá para competir, dá para ganhar título, mas não a qualquer custo.

O Raí então não continua com você?
– Eu já disse várias vezes, eu tenho pelo Raí um respeito muito grande. A figura do Raí hoje é uma figura importante como ídolo, como uma pessoa séria e eu não estou dizendo se ele vai continuar ou não, só estou dizendo na área executiva, o diretor executivo vem do mercado. Hoje o Raí é um homem do mercado. Talvez tenha se formado no São Paulo, é uma pessoa que eu respeito, claro que vamos avaliar isso em dezembro, nem pensamos em nome, pelo contrário. Nós respeitamos o Raí, o Pássaro, o Lugano. Não existe a possibilidade de um diretor executivo de futebol não vir do mercado. Ele tem que estar no mercado, tem que ser reconhecido pelo mercado com muita experiência. Mais do que isso, a gestão nas áreas fundamentais: futebol, finanças, administração e estádio serão todas do mercado. Nós não podemos imaginar outra coisa a não ser isso.

O seu diretor de futebol já está definido?
– Não está. Eu seria leviano... Claro que a gente olha o mercado e nós precisamos primeiro ganhar a eleição, precisamos esperar a avaliação do time que vem muito bem, o time está oscilando, mas é um time que está lá em cima na tabela e tudo será avaliado em dezembro. Se eu tivesse um nome agora eu estaria até desrespeitando quem está lá. Precisamos avaliar isso com muita calma. É claro que também eu não posso chegar: "Lá nós vamos ver". Por isso que eu estou dormindo quatro horas por dia. Eu faço a campanha com responsabilidade de quem senta na cadeira e vai ter que virar uma chave importante e começar a trabalhar.

Qual analise você faz da gestão do Leco? E por que a tentativa de se desvincular sempre do nome dele?
– Primeiro a gestão é analisada por números. Eu sempre digo para esperar a obra feita, mas hoje os números estão aí e, infelizmente, a gestão de forma administrativa, financeira, e esportiva não foi boa. Os números estão ai, mas também eu respeito muito a figura do presidente. Acredito que uma boa gestão é aquela que traz um legado patrimonial, financeiro, uma saúde financeira, uma visão da instituição para o mercado e também o legado esportivo. Infelizmente nós não conseguimos atingir isso. O Leco não conseguiu com a gestão e com a diretoria dele.

–A questão da imagem do Leco, de querer se afastar, eu respondo com a maior tranquilidade. Eu nunca fui diretor da gestão, nunca fui diretor do Leco nesses cinco anos que ele vai completar. Eu faço parte do Conselho de Administração assim como o meu adversário faz e meu adversário é vice-presidente dele. Quando eu falo que não tem oposição ou situação não é para que fuja não. Eu fico muito tranquilo, porque não existe mais. O meu adversário tem lá apoiando ele oito ou nove diretores, oito pessoas que dirigiram o futebol com o Leco. O atual diretor da base de Cotia está apoiando ele. O diretor de estádio que saiu há 15 dias está apoiando ele. Ele tem mais o DNA da gestão do Leco do que o nosso. Eu tenho do meu lado o Olten Ayres na chapa da presidência do Conselho Deliberativo, que vem da oposição, e o coordenador da minha campanha José Eduardo Mesquita Pimenta concorreu contra o Leco. É só comparar. Eu não tenho e nunca tive cargo executivo. O conselho de administração que estou ele também está, ele é vice-presidente. É só olhar quem está do lado dele.


Você esteve na gestão do Carlos Miguel Aidar, que renunciou ao cargo após escândalos de corrupção. Avalie a sua participação na gestão do Aidar e comente como vê os escândalos.
– Eu participei das gestões, como eu disse, Fernando Casal Del Rey, Paulo Amaral... tudo como voluntário, abnegado, ajudando. Mais incisivamente com Marcelo Portugal – até aí eu estou dizendo momentos bons, momentos ruins, Marcelo Portugal muito bom. Das gestões do Juvenal, duas exitosas, e da gestão do Aidar, onde todos apoiaram ele, inclusive meu adversário. Todos apoiaram o Carlos Miguel Aidar. Carlos Miguel tinha feito uma gestão em 1986 maravilhosa e fundou o Clube dos 13. Era considerado uma das grandes lideranças. A gestão dele foi turbulenta por várias razões. Eu não sou juiz para julgar ninguém, eu só poderia esperar o que nós pudemos esperar. Tenho dentro de mim uma coisa que é da minha essência. Eu não julgo ninguém, não procuro ser leviano, não acuso ninguém antes que se prove o contrário e de forma muito clara. Eu vejo algumas pessoas que comentam algo, eu não farei nenhuma... Mesmo sabendo que o São Paulo tem denúncias contra A ou B, questões que estão na polícia, eu não faço essa ilação a ninguém porque eu sou responsável.

– Quando você analisa uma gestão que é turbulenta e que você não tem condição de continuar pelo bem da instituição, você deixa de apoiar. Mas, no primeiro momento, como eu vi alguns movimentos a esse atual presidente, o "Fora, Leco", nós temos que ter alguns cuidados com a questão institucional, que é o que pode abalar o São Paulo como um todo. Agora, é claro que no âmbito da questão eleitoral isso tudo às vezes vem à tona, mas eu sigo no meu rumo com tranquilidade. Contra "fake news" e falando de proposta. A cada dia nós mostramos uma proposta diferente, e o torcedor está vendo, o conselheiro já viu e o sócio está vendo. Isso é o que importa. Mas a vida é feita de uma análise de experiências positivas e negativas, por isso estou preparado.


Você se arrepende de ter participado da gestão do Aidar?
– Não, não, não me arrependo. Sabe por quê? Porque naquele momento foi um movimento importante que todos depositaram (confiança), ele foi eleito com grande maioria, e eu não me arrependo não. Acho que tudo na vida é uma forma de trabalhar, de enxergar. E hoje, claro, isso tudo me dá certeza... Eu vindo do mercado, e eu gosto de falar isso, por que eu venho do mercado como vocês, vocês estão em uma empresa em que são cobrados por audiência, por clique, por visibilidade e por faturamento comercial. E eu vou fazer isso no são Paulo. A primeira norma que eu vou assinar, até para que a gente nunca mais tenha episódios como esse, são normas de compliance. Vai acabar aquelas interferências de pessoas ou conselheiros ou sócios que queiram misturar a sua ajuda ao São Paulo a negócios dentro do São Paulo. Normas de compliance, o que tem em toda empresa, serão assinadas no primeiro dia de gestão. E assim que vai ser. Vamos mostrar um São Paulo para o mercado. Um São Paulo revigorado, novo e com credibilidade.

Você e o Leco são do mesmo partido político, certo? Como explicar isso?
– Somos. É engraçado. Nós somos de grupos, são vários grupos. Ele, até então, nunca vibrou com minha candidatura, o que eu respeito, é um processo democrático, ele até tentou trabalhar para outro nome. O que é profundamente natural. Eu não tenho mágoa disso. Nós temos uma relação institucional muito boa, de respeito pessoal, mas nunca tivemos um seguimento político de seguir caminhos, até porque senão ele estaria me apoiando. Ele não preferia meu nome e eu não vejo problema. Meu nome não tem que ter o beneplácito de ninguém, a não ser da minha consciência. Das pessoas que me apoiam. De um norte, do plano que eu sigo. E principalmente dos torcedores. Essa é minha preocupação. Então somos de um grupo, e hoje misturou tudo. Pessoas que eram ligadas mais ao Juvenal e estão com meu adversário, outras estão comigo. Hoje é uma nova geografia. Existe a chapa grafite e a chapa branca.


O que você planeja para o Morumbi, um estádio que recebe poucos shows hoje e já foi referência antigamente?
– Nós temos que trabalhar com plano. E qual nosso plano para ter um dinheiro de mercado diferente para shows e eventos? Primeiro: vamos contratar um diretor de estádio com visão de que um shopping center ou de entretenimento e shows. Que vai ganhar também bônus por resultado. Nos dias comuns ele vai fazer com que o Morumbi seja um palco para lançamentos de produtos, automóveis, cartão de crédito, seminário. Também mini shows, mais intimistas. E, nos mega shows, o que temos de diferente dessas arenas que são mais novas, com melhores acústicas? Natural, foram construídas para a Copa de 2014. O nosso estádio está pago, está quitado, ele é grande, ele pode abrigar mais pessoas.

– E como vou concorrer com isso? Enquanto as outras arenas têm que pagar o seu investimento para quem fez, uma foi o governo, outra uma construtora. Nós não, nós temos um estádio pago, quitado, particular. Eu posso fazer o preço que eu quiser. Se eu quiser fazer metade do preço dos shows das outras arenas, eu faço. Eu estou brigando pela concorrência. Só que isso está no plano, não vou esperar janeiro. Eu posso reduzir meu preço a 70% dos que eles cobram lá e dar mais condições. Eu não preciso pagar o meu investimento. Isso é plano técnico, é gestão. Vamos revigorar o Concept Hall com ações no dia normal, e para shows entrar forte na concorrência.

Essa busca de receitas no Morumbi passa por uma modernização do estádio? Você planeja algum tipo de reforma?
– O candidato tem que ser verdadeiro. Se eu tenho uma dívida de 500 e poucos milhões, se eu tenho um plano para pagar essa dívida, eu não posso assumir compromisso de modernizar. Entretanto, ressalva-se, se nós tivermos na área de marketing uma parceria para fazer essa reforma com uma empresa, faremos. Agora, claro que a modernização e a manutenção ela pode vir naturalmente dentro do orçamento. Grandes reformas vão depender de plano de marketing. Eu não vou chegar aqui com irresponsabilidade de falar assim: "Eu vou quitar, vou pagar a dívida". Não existe isso, a dívida é enorme, o mandato é de três anos. Você vai realinhar, atenuar, diminuir gradativamente, mudar o perfil de curto prazo para médio e longo. Isso temos que fazer para garantir o custeio. Isso é gestão, e gestão é experiência, é capacitação técnica e principalmente plano.


– Eu vou abrir um curso para novos gestores, dentro do São Paulo, em parceria com uma grande faculdade, estou vendo qual será, já está no nosso plano. Vamos formar novos gestores, gestores são-paulinos, que vão nos suceder no futuro. É isso que o São Paulo tem que olhar. Olhar para frente, para o futuro e com planejamento.

Você diz que não quer conselheiros em cargos remunerados, mas fala em criar câmaras setoriais. Isso não é apenas uma maneira de acomodar conselheiros que te apoiam na eleição? É possível ganhar eleição no São Paulo sem negociar cargo com conselheiros?
– Seria acomodar conselheiro se eles tivessem um cargo de diretor estatutário. As câmaras setoriais são para ajudar o São Paulo. Vou dar um exemplo de quando chega um diretor executivo de fora, do mercado, até ele entender a dinâmica do São Paulo... São vários conselhos: o Deliberativo, o Fiscal, o de Administração e o Consultivo. Até ele entender essa mecânica, ele fica muito exposto. A câmara setorial, você vai estar lá, três ou quatro pessoas, e não necessariamente só conselheiros. Eu posso trazer uma pessoa muito importante, e eu farei isso, no mercado. Eu posso trazer da área financeira, outra de estádio, outra de marketing, e com essa câmara setorial trabalhar por assuntos, ela não vai trabalhar por área.

– Então, por exemplo, sócio-torcedor é um tema. A câmara setorial vai estar lá ajudando o diretor executivo e blindando ele para que não cometa alguns erros, o que é normal quando ele não tem cultura. Me lembro que quando assumiu um diretor de marketing que veio do mercado, ele nas primeiras ações ele lançou camisas com problemas. Eram problemas que eram fáceis de arrumar, de entender se tivesse algum do lado ajudando. As câmaras setoriais serão trabalhadas por demanda. Temos três anos, inúmeras ações para realizar, não dá pra montar comissões, que vão elaborar projetos. As câmaras vão assumir o projeto sócio-torcedor, onde vou ter um cronograma e vou dividir com o torcedor através de live o começo, meio e fim. Brinco que tenho 30 bolas para chutar, todas ao mesmo tempo, e todas têm que entrar no gol. Vou ter a câmara da governança, do sócio torcedor, das embaixadas, que vai ajudar no comitê financeiro para alongar o perfil dessa dívida. É um trabalho muito grande.


– É possível sim você ganhar a eleição sem repartir. Qual entrevista que mencionei algum conselheiro para alguma posição? Eu não fiz isso. Infelizmente, estão fazendo. Não vou fazer. Tenho compromisso com oito grupos que me apoiam, mas compromisso com um plano de gestão. Eles me ajudaram muito e estão me ajudando a compor esse plano de gestão. Eles sabem o que penso a respeito. As câmaras setoriais vão ser uma inovação, e não estarão fixas ao marketing. Ela vai estar trabalhando para implantar programas e entregar programas.

Leco fez contratações de alto valor, como Nenê, Diego, Souza, Everton, Pato, Daniel Alves... Como você planeja fazer contratações?
– Tudo é gestão. Se você tem um orçamento que te permite gastar 100, você gasta 100. Se esse 100 dá para acomodar duas ou três grandes estrelas, e as demais posições, com perfil cascudo e garotos da base, vamos fazer. O que você não pode é estourar o orçamento, trazendo cinco, seis jogadores, alguns com salários muito altos, que disputam posição, aquele jogador que é reserva de luxo, salário incompatível.

– Nós contamos com Daniel Alves, achamos o Daniel Alves uma grande referência dentro e fora de campo. O que aconteceu com ele no lançamento, nos disseram que ele tinha uma contrapartida de marketing, foi em agosto, bem antes da pandemia, não veio. E vamos tentar, dentro do possível, restabelecer essa ligação do atleta, da figura, da imagem, da rede social que ele tem, que também é importante, junto de negócios que poderão atenuar esse investimento maior. Mas digo que o orçamento é tudo. Se você tem um lar que te permite um carro zero de luxo e outro carro pro dia do rodízio, você pode fazer. Se o seu orçamento só permite ter dois carros usados pro rodízio, você pode fazer. Se o seu orçamento permite a não ter carro, você pode fazer. É isso que temos que avaliar. Não pode tentar um título a qualquer custo, isso estoura geralmente no pé de instituição e no do mandatário.

Torcedores reclamam que jogadores de Cotia não têm tempo de se tornarem ídolos no clube. Cotia é para formar jogadores ou para gerar receitas ao São Paulo?
– Fazer receita é consequência do formar. Ele é formar e fazer jogadores campeões. Aqueles que não conseguirem ser jogadores, serão bons cidadãos. Os que conseguirem ser jogadores que fiquem no São Paulo, esse é o ideal dos mundos. Três temporadas pelo menos, dê um título e depois vai embora, e aí assim entra o legado o financeiro. O legado financeiro não é prioridade, é consequência de uma performance que ele pode dar vestindo esse manto sagrado. Mas para que isso aconteça, temos que acertar a questão financeira, aí o ciclo vai mudar.

– Hoje o São Paulo vende o almoço para pagar a janta e consegue comer só uma refeição. É uma situação difícil. Temos que tentar equilibrar financeiramente para que o jogador possa ter uma condição. Isso vai ser logo, quando virar chave? Não sei. Mas nossos princípio é que o garoto que venha da base tenha condição de ficar duas ou três temporadas, entregar legado esportivo e a venda é consequência. Hoje a venda é por necessidade, isso é muito ruim. Isso é na grande maioria dos clubes.

São Paulo tem modelo correto para eleição, ou é possível democratizar a escolha para presidente?
– Tudo tem que ser colocado e discutido no foro adequado, que é o Conselho. Acredito sim que a representatividade vindo de um sócio-torcedor, ela pode ocorrer, mas dentro de regras. Imagine um sócio-torcedor, ele não tem o tempo de permanência, tem que ter regra. Vamos supor que a gente tenha um campeão do passado, com todo o respeito, que se torne sócio e ele é muito popular. Nunca fez a administração nem de um açougue, de um boteco, de uma padaria. Ele vai lá e ganha pela popularidade. O São Paulo está bem representado? Precisamos discutir que tem que ter procedimento.

– O sócio-torcedor, desde que com regras, se ele ficar no programa durante cinco anos, pagando ininterruptamente, com várias restrições e disciplina, ele pode ter representatividade. Não estou dizendo que ele vai eleger o presidente, mas ele pode eleger uma representatividade “x” que pode influir no resultado. Aí sim. Agora, temos que tomar cuidado. Eu vejo situações, e na política nós vimos isso, na política partidária humoristas populares ganham eleições e o resultado a gente sabe qual é. No clube pode acontecer. Precisa ter discussão e projeto que blinde a instituição de aventuras maiores, que às vezes, em nome da democracia, acontecem. Mas, em suma, eu sou a favor da democracia e quero discutir no meu mandato o que puder para que a gente amplie a representatividade do torcedor.

Roberto Natel

– Primeiro é você olhar as contas do São Paulo. Nós vamos ter um time forte, coerente com as necessidades que o São Paulo terá naquele momento. O São Paulo será muito responsável.
– Usaremos a base, usaremos os jogadores experientes que nós já temos hoje, que têm contrato com o São Paulo. Vai ter uma equipe forte, sim. Mas o principal de tudo é olhar as contas. Ser responsável, transparente, ético, para tirar o São Paulo desse buraco. Nós só vamos conseguir tirar o São Paulo desse buraco gastando menos do que arrecada. Aí sim nós vamos tirar o São Paulo do buraco – afirmou Natel.

Leia abaixo a entrevista na íntegra com Roberto Natel.

ge - Há cerca de 10 anos o São Paulo era considerado "Soberano" pelo seu exemplo de gestão e conquistas em campo. O que aconteceu nos últimos anos para que essa identidade fosse perdida?
Roberto Natel –
O São Paulo parou no tempo, achou que era o dono da verdade e esqueceu de olhar para os seus concorrentes. A partir desse momento você começa a achar que sabe de tudo e para de procurar novas tecnologias, novos métodos para você pode continuar cada vez mais atualizado. Então o São Paulo nesse momento acabou esquecendo da sua história.

A crise financeira do São Paulo no ano passado foi grande, com um déficit de R$ 156 milhões. Com a pandemia esse quadro se agravou ainda mais. Como você espera encontrar o clube caso eleito?
– A situação do São Paulo não vai ser muito agradável, não. Acredito que em dezembro a nossa dívida chega em quase R$ 800 milhões. Acredito que você tem que ter muita coragem, determinação, focar no seu objetivo, que é cumprir o orçamento, não deixar passar o orçamento, ser coerente com o recurso que você vai ter. Você tem que gastar menos, não vai ter como ficar contratando jogador, vai ter que usar a base. A partir desse momento você vai ter que ter responsabilidade, o que a gestão passada não teve. Não teve coerência nas contratações nem nas suas despesas. O São Paulo vai focar fortemente para conseguir novos recursos. Não será fácil, não será fácil para todos os times, não só para o São Paulo. Mas eu acredito muito no São Paulo, porque os gastos que você vê na maioria foram do futebol: 80%. A partir do momento que você vai colocar um profissional no futebol, que vai ser o Marco Aurélio Cunha, e que a gente vai dar uma diretriz do que o São Paulo vai fazer, que é usar a base, aí acho que não vai ter problema, não. Nós vamos tirar o São Paulo desse inferno astral.


Mesmo como vice-presidente do clube, você rachou com o presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco. Com o cargo que você ocupava não poderia fazer algo para melhorar a situação?
– Eu fiz bastante como vice-presidente. O que tem que entender é o seguinte. Fui vice-presidente do Carlos Miguel Aidar também. Na época do Aidar, quando eu percebi que ele não veio para fazer o bem para o São Paulo, eu pedi demissão. Fui lá, agradeci e pedi a demissão do cargo, porque ali eu era indicado pelo presidente. Então minha obrigação era sair e combatê-lo lá de fora. Já com o Leco, eu fui eleito junto com o Leco. Eu e o Leco tivemos os votos, então eu tenho que honrar os votos que eu obtive. E onde eu teria mais força para combater a gestão do Leco? Como vice-presidente, porque como vice-presidente eu sou membro do Conselho de Administração. Um membro do Conselho de Administração, as coisas que eu tive que recuar e falar "não" eu falei "não". É ali que eu tinha que combater. E eu comecei a combater a gestão do Leco desde o primeiro momento que ele começou a colocar conselheiros remunerados. A partir daquele momento eu vi que o Leco também não veio para cumprir o que falou nas eleições. Aí você vê o que aconteceu com o São Paulo, a situação do São Paulo é caótica.

Qual deve ser a prioridade do próximo presidente: sanar as dívidas ou montar um time para ser campeão?
– Primeiro é você olhar as contas do São Paulo. Nós vamos ter um time forte, coerente com as necessidades que o São Paulo terá naquele momento. O São Paulo será muito responsável. Usaremos a base, usaremos os jogadores experientes que nós já temos hoje, que têm contrato com o São Paulo. Vai ter uma equipe forte, sim. Mas o principal de tudo é olhar as contas. Ser responsável, transparente, ético, para tirar o São Paulo desse buraco. Nós só vamos conseguir tirar o São Paulo desse buraco gastando menos do que arrecada. Aí sim nós vamos tirar o São Paulo do buraco.

Onde você viu que o São Paulo errou em relação às finanças? Contratações caras foram um problema?
– Sem dúvida nenhuma. O São Paulo contratou demais, pagou comissões demais. Ali foi o grande erro. Contratou jogadores que você olhava, tinha o mesmo nível do jogador da base, então contratou sem nenhuma coerência, e muitos jogadores. Em 2017, se não me engano, o São Paulo contratou 22 jogadores e no ano seguinte só tinham dois. Como pode um negócio desse? Alguém teve coerência nessas contratações? De maneira alguma. Então o São Paulo pecou muito. Infelizmente o presidente não soube administrar o São Paulo. Ele foi um torcedor, e não um gestor.

Onde o novo presidente deve buscar novas receitas?
– No marketing. O nosso marketing está devendo demais também. Tem que colocar um profissional de marketing, uma pessoa referente no mercado, que a hora que você fala o nome dele, você conhece, todo o mercado conhece. O nosso marketing está devendo demais, demais. Hoje nós temos o diretor que não é diretor de marketing, então você tem que buscar novos recursos, tem novas tecnologias, inovação da tecnologia que você usa no marketing. O São Paulo vai atrás dessas tecnologias e vai reverter a situação. O São Paulo vai sim buscar recurso. Se você olhar bem, o São Paulo está com gasto de time grande e com uma receita de time médio. O São Paulo tem como tirar muito mais do que ele está tirando hoje.

O que houve para o São Paulo perder tanto espaço em marketing e publicidade nos últimos anos?
– Falta de responsabilidade, falta de transparência, falta de profissionalismo. A partir do momento em que o São Paulo está sem ética, sem transparência, sem profissionalismo, qual empresa que quer colocar sua marca no São Paulo? É difícil para o diretor de marketing também. A partir do momento que assumirmos e colocarmos pessoas adequadas em cada diretoria... O diretor de futebol vai cuidar do futebol, diretor de marketing vai cuidar do marketing, diretor financeiro vai cuidar das despesas. Então você vai fazer com que o São Paulo comece a ter transparência. O São Paulo nos últimos anos não mostrou nenhuma transparência, nenhuma ética. Pelo contrário. Então quem vai querer colocar alguma marca em um time que só aparece em páginas que não são do futebol?

– Acredito que a partir do momento que o São Paulo voltar a ter a sua credibilidade, que foi a sua história. São Paulo cresceu com credibilidade, com pessoas sérias, pessoas que queriam trabalhar para o São Paulo. E nos últimos anos a gente não vê isso, vê o contrário. Então eu não tenho nenhuma dúvida de que a partir do momento que colocarmos pessoas sérias e que o São Paulo vai ter transparência... O São Paulo está lá embaixo em tudo. O São Paulo é muito grande para ter um número tão pequeno no marketing. Então eu sinto confortável de dizer para vocês que o São Paulo vai melhorar muito. É tranquilo. O São Paulo é um Boeing, o São Paulo é muito grande. Então eu tenho essa tranquilidade que o marketing vai render muito mais na minha mão, porque teremos profissionais.

Vamos voltar a insistir na pergunta sobre o seu cargo como vice-presidente da atual gestão. Não havia nada mais que você pudesse fazer na função que você tinha?
– Como eu poderia? Um belo dia eu estava incomodando tanto que eu não tinha mais minha sala. Se você olhar qual é o papel do vice-presidente do São Paulo, é substituir o presidente assim que ele peça. Então a única função do vice-presidente é essa. Onde eu tinha força como vice-presidente era no Conselho de Administração. Eu bati, eu votei não, eu reclamei, eu fiz o que pude no Conselho de Administração e no Conselho Deliberativo. O resto não tinha como eu fazer meu papel de vice-presidente, porque lá é bem claro, a vice-presidência é para substituir o presidente assim que ele peça. Se ele não pode viajar, ele pede para o vice ir no lugar dele, pede para representá-lo em uma Federação. Eu batalhei até demais, fiquei até sozinho. Imagina você, em um belo dia como vice-presidente, vai entrar no Morumbi e não tem sua sala. É um absurdo, porque ele não está agindo contra o Roberto, ele está fazendo contra a instituição, contra a vice-presidência do São Paulo. O que eu pude fazer, eu fiz. Seria muito fácil da minha parte falar tchau. Não, eu fui eleito. A partir daquele momento eleito era muito mais difícil eu continuar e combater, fazer o que eu estava fazendo, porque ali era minha obrigação, de resguardar essa função como vice-presidente, e de resguardar a instituição como conselheiro, e foi o que eu fiz.


Ajude-nos a explicar uma coisa ao torcedor: como o vice-presidente do Leco é oposição ao Leco? E por que esse racha começou, e quando?
– Na verdade foi o seguinte: no começo da gestão do Leco, ele começou a contratar conselheiros. Ele contratou um conselheiro, tudo bem, foi aprovado no Conselho de Administração, eu também aprovei. Ele escolheu outro conselheiro, eu também aprovei. Quando ele começou a trazer três, quatro, cinco eu fui na sala dele e falei: "Presidente, você não precisa fazer isso. Você está fazendo uma política de Brasília. Você está pegando pessoas de partidos aqui, de grupos e colocando como remunerado, e na função do novo estatuto é trazer pessoas com meritocracias, pessoas da área. E você não está fazendo isso". A partir daquele momento ele falou: "Eu vou fazer, eu quero". Foi quando ele também foi contratar o Maicosuel. Eu entrei no Conselho de Administração e falei para ele: "Presidente, você já olhou na internet? É tão fácil. Entra na internet e você vai ver que ele não joga. Joga uma partida e depois fica fora". Ele disse: "Eu gosto, eu vou contratar".

– A partir daquele momento eu vi que ele não vinha para fazer o bem, não veio para ser o gestor. Ele veio para administrar o ego dele. E aí ele começou a prejudicar o São Paulo. Tanto que você vê a dívida do São Paulo hoje, é de R$570 milhões. Quem que estava certo, o Leco ou o Roberto? Então eu sou sim oposição desde aquele momento. É muito fácil as pessoas quererem me colocar como situacionista. Não. Eu fui lá, votei contra tudo que foi, votei contra o balanço nessa última votação. Então eu estou lá para resguardar a instituição, mostrar para os conselheiros que nossa obrigação é dizer não, sim. Quando tiver que dizer não, não ter medo. Mostra que você está lá defendendo a instituição. Foi o que eu fiz.


Você teve um posto de gasolina que prestou serviços ao São Paulo, e isso gerou uma grande polêmica em 2015. Como presidente, você assinaria acordo com uma empresa de um conselheiro?
– Primeiro tem que entender o processo. Um belo dia eu cheguei no São Paulo, o diretor administrativo Manoel Lauro me chamou na sala dele. Eu fui na sala dele e ele falou: "Roberto, eu quero que os carros do São Paulo abasteçam no seu posto". Eu falei: "Manoel, eu não quero". Ele falou "Mas você tem a obrigação". Eu comecei a rir e falei que eu não tinha a obrigação. Ele me falou que eu era diretor e ele tinha um problema: "Eu estando com problema, você tem que ajudar o São Paulo". O que aconteceu? Naquele momento o São Paulo tinha nove carros e gastava R$ 70 mil por ano. Então você pega 70 e divide por 12 meses, dava em torno de R$ 6 mil por mês. E ai o que acontece? Foi para o meu posto. Quando foi para o meu posto foi com 11 carros, subiu 20%, gastava R$ 70 mil, teoricamente você tinha que gastar R$ 84 mil. Quando foi para o meu posto o São Paulo gastou R$ 40 mil. De R$ 70 mil por ano passou a gastar R$ 40 mil.

– Naquele momento eu me senti confortável, mas também você também tem que entender o seguinte. Quando fizeram essa denúncia, que foi política para cima de mim, eu peguei todas as notas, todos os documentos, fui no Conselho de Administração, entreguei esses documentos todos, pedi para o presidente do Conselho criar uma comissão, essa comissão analisar toda a documentação e se houvesse alguma coisa errada eles tinham a obrigação de me expulsar. O São Paulo gastava R$ 70 mil em um ano, veio para o meu posto e gastou R$ 40 mil. Ali eu me senti confortável. Fui no jornal que também me colocou como se eu tivesse ganho um absurdo, que não era verdade. Veja, quando foi para o meu posto passou a gastar R$ 3 mil por mês, quando eu não queria atender o São Paulo. Eu tenho o posto desde 1983 e nunca atendi o São Paulo, naquele momento me pediram. Eu também peguei a documentação, levei no jornal, notas e tudo e pedi para o jornal analisar. Se houvesse alguma coisa errada que ele não desse retratação, não desse direito de resposta, e o jornal me deu esse direito de resposta. Então meu papel de conselheiro foi levar para que as pessoas tivessem essa tranquilidade de que não havia nada errado.


– Hoje eu não atenderia jamais. Hoje tem um compliance, então hoje o certo é não poder, nenhum conselheiro, fazer nenhum serviço para o São Paulo.

Como você vê a possibilidade de contar com conselheiros na sua administração?
– Eu já convidei o Marco Aurélio Cunha, mas ele não vem como executivo remunerado. Ele vem que nem hoje tem o Chapecó, que é diretor adjunto do futebol e que não é remunerado. O São Paulo é grande, o São Paulo cresceu do jeito que cresceu com conselheiros também. Nós não podemos ser hipócritas, falar que o conselheiro é problema, também não é assim. O problema é que nos últimos anos, as pessoas que entraram no São Paulo, ao invés de trabalharem para o São Paulo, começaram a trabalhar para elas próprias, e aí que aconteceu o problema. Se tiver o conselheiro que vai trabalhar na minha gestão, vai trabalhar como colaborador. É saudável isso também, não é problema. Mas eu terei profissionais no financeiro, no marketing, eu terei um profissional no futebol junto com o Marco Aurélio. Então eu tenho a tranquilidade que a minha administração vai vir para tirar o São Paulo do buraco.

Seu modelo de gestão do futebol seria um executivo profissional (como acontece com o Raí) e um colaborador, que seria o Marco Aurélio, como conselheiro/diretor adjunto (como é com o Chapecó). Teria também um gerente?
– Quem vai determinar isso vai ser o diretor de futebol. O que eu tenho falado para todos: eu vim para ser presidente do São Paulo. Eu vim para administrar o São Paulo. Eu vim para representar o São Paulo na Federação Paulista, na CBF, na Conmebol, vim para representar o São Paulo frente aos bancos, representar de frente aos nossos parceiros, e vou colocar pessoas que são do ramo em seus cargos. Então eu vou dar todo o suporte para o Marco Aurélio Cunha para desenvolver aquilo que a gente quer do futebol. Um time forte, com capacidade e coerência que a gente vai ter no momento financeiro. Isso que vai ser feito. Quem vai ter a caneta sou eu em todas as áreas, na diretoria de futebol, na diretoria financeira, no marketing... Mas eu vou colocar as pessoas e vou traçar as diretrizes junto com eles para chegar no objetivo que todos nós queremos: títulos e o São Paulo sem dívidas. E eu venho para fazer isso no São Paulo.


O Marco Aurélio Cunha, então, não será remunerado...
– Ele já falou isso, que não vai abrir mão do Conselho. Ele tem todo direito, e eu tenho a tranquilidade de que ele vai fazer um grande trabalho.

Tem algum outro nome em pauta para a diretoria?
– Eu fiz o convite para o Sylvio de Barros, que é o diretor financeiro da FIESP, mas ele não me deu resposta.

Como você pretende direcionar os gastos nas contratações?
– O São Paulo vai olhar um pouquinho para o Flamengo. O que o Flamengo fez para sair do buraco? Ele (Eduardo Bandeira de Mello, ex-presidente do clube) era um gestor, uma pessoa que não entendia de futebol, mas um grande gestor, e foi lá e tirou o Flamengo do buraco. Claro, nós vamos dar patamar de salário, vamos contratar só se o jogador for muito melhor que jogador da base. Aquilo que eu venho falando. A base vai ser o futuro do São Paulo e vai ser a fábrica que vai tirar o São Paulo desse buraco, dessa dívida, vai ser a base.

– O que o São Paulo errou nesses últimos anos? Vou dar o exemplo com o Daniel Alves. Quando o São Paulo contratou o Daniel Alves, eu fui no Conselho e elogiei. Por que elogiei? Porque a partir do momento que contrataram o Daniel Alves, disseram que já tinha um marketing do Daniel Alves, já ia pagar a conta do Daniel Alves. Aí sim, o Daniel Alves foi vitorioso em todos os times que ele passou. Então ele veio para trazer resultados positivos dentro e fora de campo. Mas a partir do momento que foi descoberto que não havia essa matemática, aí o São Paulo fez uma irresponsabilidade, porque o São Paulo chegou na dívida que está hoje por conta dessa irresponsabilidade. Minha gestão não vai ter irresponsabilidade. Nós só vamos usar aquilo que a gente tem no momento, usando exatamente aquilo que temos falado para todos. Vamos seguir rigorosamente nosso orçamento. Gastar sempre menos do que arrecada.


Você participou de algum vazamento de documentos no São Paulo? Qual sua relação com o suposto hacker?
(Nota da redação: Natel é suspeito de vazar informações e documentos para um suposto hacker, que se identificava como "Edward Lorenz" e chantageou o clube por meio de e-mails nos quais pedia o pagamento de R$ 1 milhão para não divulgar conteúdos sigilosos. O clube usou um documento como isca para descobrir a fonte dos vazamentos e adulterou detalhes antes de enviar a funcionários e dirigentes. A versão vazada para Natel foi usada pelo suposto hacker. O caso é investigado pela Polícia).
– Quem estava incomodando a gestão? Quem era a única pessoa que estava incomodando a gestão? Era o vice-presidente, o Roberto Natel. E acho muito estranho. Fizeram uma pegadinha, pegaram oito ou nove diretores mais membros do Conselho de Administração, e eu junto, e por acaso o documento que foi para o meu computador, que foi para mim, é que caiu na mão do hacker. Quem era o único que estava combatendo? Olha o absurdo. Se você tem diretores remunerados você faz uma pegadinha? Como fica o diretor remunerado nesse caso? Como fica a situação dele perante ao mercado? Mas vamos lá... É um absurdo. Ao invés de o São Paulo realmente pegar o hacker. Vocês são uma prova de que eu nunca procurei um jornalista para passar absolutamente nada para ninguém. Se eu tivesse algum documento que pudesse tirar o Leco que ele estava fazendo um mal muito grande para o São Paulo, eu teria tirado. Eu jamais fiz isso.

– Em nenhum momento meu computador foi preso pela polícia, pelo contrário. A polícia foi no São Paulo, pegou um computador lá, sendo que eu já não tenho mais a sala há mais de ano. Eu não sei que computador foi pego lá, e mais uma vez o São Paulo, as pessoas lá de dentro tentaram prejudicar a minha imagem. Eu estive há 20 dias no DEIC (Departamento Estadual de Investigações Criminais), eu fiquei duas horas depondo no DEIC. O delegado perguntou se eu teria algum problema de levar meu computador para analisar. Falei que pelo contrário. Saí do DEIC, peguei meu computador pessoal, levei pessoalmente, porque eu tenho interesse absoluto para descobrir quem fez isso. É uma sacanagem muito grande o que fizeram comigo e com o São Paulo. As grandes vítimas nesse caso são o São Paulo e o vice-presidente. Não tem nenhuma possibilidade de eu ter feito algo. E também não acredito jamais que tenha saído do meu computador qualquer outra coisa. Acredito que lá dentro do São Paulo alguém tenha fabricado isso. E eu faço questão que a Polícia vá até o final, descubra quem é, porque eu quero sim que, mais uma vez, eu mostre para toda nação são-paulina que só porque alguém defende a instituição, quer o bem do São Paulo, quer tirar as pessoas que fazem mal para o São Paulo, eles tentam prejudicar a imagem. Não vão conseguir também. Eu não tive nenhum computador preso. Pelo contrário, foram lá e tiraram o computador do São Paulo. Se eu não tenho sala há mais de um ano, eu também não tenho computador. Como pode alguém soltar que prenderam os computadores do vice-presidente? É mais uma história mentirosa. Agora, eu faço questão.


Como você pensa na separação do futebol do social?
– O São Paulo tem quatro filhos: Cotia, Barra Funda, Morumbi e tem o social. Eu não acho que você tem que dividir o social, não. De maneira alguma. O que você tem que fazer é sim dar condições de os sócios votarem diretamente para presidente. Isso tem que fazer, sim. A parte social, ela é positiva. Eu, na época que fui presidente social, na gestão minha o clube sempre se pagou. Por que agora dizem que associar o clube é o problema? Não é o problema. O que eu vou fazer, o que eu quero fazer sim. É que o sócio vote direto para presidente, e fazer também um sócio-torcedor que tenha possibilidade de também votar para presidente do São Paulo. Vamos mudar um pouco essa história de apenas de 260 conselheiros votarem para a presidência. Eu não vejo nada contra isso, mas acho que precisa modernizar, e eu vou fazer isso sim. A parte social não é problema para o São Paulo. Não precisa separar o social do futebol.

Sua ideia é tornar o sócio do clube e sócio do futebol votantes para presidente?
– Isso. Não depende da minha gestão, mas é um interesse meu de mudar o estatuto, de fazer com que eu tenha força para que isso aconteça. Fazer o sócio votar diretamente para o presidente e fazer uma categoria de sócio-torcedor votar para presidente também. Aí sim você vai atender a grande maioria dos são-paulinos. Então você cria uma categoria com valor X, X anos pagando ininterruptamente, a partir do momento que ele chegar naqueles anos ele pegar e ter o direito de voto também para presidente.



Se tivesse o poder de mexer no marketing do Daniel Alves, o que você faria? E o que pretende fazer no marketing do Daniel Alves?
– Vou ter que sentar e analisar o contrato do Daniel Alves, ver a possibilidade do que a gente pode fazer. Com um diretor de marketing que é do setor. Sentar com ele e tentar viabilizar o Daniel Alves. O contrato está aí, o São Paulo vai cumprir o contrato, sempre cumpriu todos os seus contratos. É sentar, analisar e ver a melhor forma possível para reverter essa situação. Único jeito de tirar o São Paulo desse buraco é reverter a situação. Olhar caso a caso e ver exatamente onde você pode buscar mais recurso e onde você pode fazer a diferença. E a diferença começa na ética, na transparência, com a responsabilidade, com o compliance. Quando você colocar isso e o mercado perceber que você está com tudo isso, não tenha dúvidas de que os recursos vão começar a vir.


O senhor não tem ou teve acesso aos documentos de contrato do Daniel Alves?
– Não tenho acesso. Eu não tive nenhum acesso à reunião da diretoria. Eu ficava sabendo depois que já tinha acontecido. Eu não fui chamado para uma única reunião da diretoria do Leco. É um absurdo o que ele fez. Agora, a minha briga foi interna. Talvez vocês achem que eu não tive briga, mas eu briguei todos esses anos, mas não foi fácil, não. Chegou um momento em que eu me senti muito sozinho, mas no Conselho de Administração pedimos o contrato. Mostram o contrato, mas você não tem ele em mãos. Você pede e eles colocam na tela, vê alguma coisa, mas não consegue ter esse contrato para analisar com cuidado. É um absurdo você ser do Conselho de Administração, se você tem transparência e quer mostrar que você veio para ser transparente, correto e ético, por que esconder? Não tem porque esconder. Ainda mais para os membros do Conselho de Administração.

Quais são os pilares do seu plano de gestão como presidente do São Paulo?
– É responsabilidade, transparência, ética, compliance. Isso que você vai fazer a diferença do São Paulo. Aquilo que falei outro dia. O São Paulo cresceu da forma que cresceu pelas pessoas que estavam administrando o São Paulo. O São Paulo sempre cresceu com credibilidade.

Qual a sua ideia para a modernização do Morumbi e o que fará para ele ser uma atração novamente em São Paulo?
– Quem fechou todos os shows do Morumbi fui eu na época do Juvenal (Juvêncio, presidente no período de 2006 a 2014), a melhor época. Ele me passou os shows do Morumbi e peguei a R$ 300 mil. O primeiro show que fechei foi para R$ 500 mil, segundo show foi para R$600 mil. Chegou uma hora que o Juvenal entrou na minha sala e ele falou que não teria mais shows no Morumbi. Não viria mais shows para a cidade São Paulo. Eu falei para ele ficar tranquilo que eu iria aumentar o valor. Cheguei a R$ 1,2 milhão. Nesse meio tempo eu fiz R$ 51 milhões em shows para o São Paulo. Eu tenho conhecimento do que é necessário, porque em todos os shows que eu fiz, eu participei olhando a montagem, a desmontagem, o contrato, o recebimento, eu participei de tudo. E depois que o Allianz (Parque, estádio do Palmeiras) veio ser um concorrente direto, eu fui no Allianz em vários shows para entender qual era a dificuldade de voltar para o Morumbi.


– Vou fazer o Morumbi inteligente. Quando você entrar no Morumbi, o seu celular já vai estar comunicando com o estádio. O São Paulo vai conhecer o seu torcedor, porque não adianta você ter 18 milhões de são-paulinos e não conhecer, não ter o dado. Se ele vem com o filho, com a esposa, se quando ele vem no Morumbi ele compra uma Coca Cola, um cachorro-quente. Você precisa conhecer. Quando você tem esse banco de dados, eu tenho certeza de que as empresas vão querer patrocinar o São Paulo. Elas vão ter os dados que aquele torcedor vai trazer benefício, porque a gente vai conhecer. O Morumbi vai ter algumas modificações pequenas, é lógico, mas serão modificações para termos eventos diários e shows de volta. Não tenho dúvida de que o Morumbi terá shows na minha administração.

Torcedores reclamam que jogadores de Cotia não têm tempo de se tornarem ídolos no clube. Cotia é para formar jogadores ou gerar receitas ao São Paulo?
– Na minha gestão é aquilo que falei. O diretor de futebol vai cuidar do time principal e do time de base. Porque o time principal e o de base já são profissionais, todos já recebem. Então nós vamos fazer essa junção do profissional com a base. O diretor de futebol que vai cuidar dessa cadeia. A gente vai aproximar o principal da base. O jogador de base tem que se tornar uma referência aqui dentro. Tem que ter a história. Quando ele sair, o torcedor lembrar que ele jogou pelo São Paulo, teve anos aqui. Vou segurar o máximo possível para vender bem esse jogador. Claro que quando você começa a receber uma proposta que não dá para segurar, até porque o jogador quer ir embora, você não tem o que fazer, tem que vender. Mas nosso objetivo é fazer com que o jogador tenha um pouco de história, seja conhecido. Não apenas entre, jogue duas ou três partidas e seja vendido. É um erro muito grande. Você vende jovens talentos por um preço barato, traz jogadores mais velhos, depois não tem como vendê-los. É um erro tremendo de administração.


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Comentários (17)
26/09/2020 17:12:18 Fabricio Atadani

Nenhum dos 2 falou de tirar esses bandos de conselhiros de outros times... Tem q acabar com isso.... Onde ja se viu um clube igual o SP tento caras que torce pra outro times votando... E a torcida mesmo nao pode.... Vê se em outros times isso acontece.... Essa diretoria é uma piada

26/09/2020 01:22:22 Gilvan Miliano

Sr.leandro oliveira, to com tigo vc falou o q eu penso.

25/09/2020 22:07:10 Fabricio Atadani

Leco = Casares = Natel... Nada vai mudar

25/09/2020 16:18:31 Leandro Oliveira

Não tem oposição são os dois da situação ate agora não intendo como Marco Aurélio Cunha não está na disputa será que não é para o pessoal não perder a mamata.

25/09/2020 14:42:29 genivaldo silva

Nada melhor do que ter um sã saopaulino na presidência ja que o Leco parece ser corintiano

25/09/2020 14:39:54 genivaldo silva

O Natel é o melhor nome parece ser o mais saopaulino de todos

25/09/2020 14:32:57 Valter Passos

Julio e Natel peçam a antecipação das eleições para o vem dp São Paulo.

25/09/2020 14:30:43 Francisco Marcelino Dos

Cara preferia o Marc Aurélio Cunha mais não dar infelizmente então e reza para o czares aruma está bagunça tomare meu Deus

25/09/2020 13:51:53 Yoichiro Ichijo

ate eu consigo montar planos melhores q eles

25/09/2020 13:51:31 Yoichiro Ichijo

Vou botar meu plano caso seja presidente!!! 1-Salario so por produtividade. 2- teto salarial para titulares e reservas. Caso um titular vire reserva mais da metade do mes ele passa a ganhar menos! 3-Tecnico somente consagrado com titulos e em alta! Nos ultimos campeonatos foi provado que aposta tem q ser aposta em time pqno. E quem ganha titulos e quem tem elenco bom e tecnico espetacular. 4- jogador que for contratado como titular absoluto a partir do quarto mes sendo reserva passa a nao receber salario, ja que o investimento feito pelo time o proprio jogador sabe q nao foi baixo. 5- jogador da base que ganhar a vaga de titular passa a ganhar salario do jogador q ocupava a posicao! 6- conselhoeiros todos demitidos e so socio torcedor participa da eleicao!! Nao precisamos de conselheiros! 7- diretores precisam ter formacao de gestao com especializacao na area esportiva!

25/09/2020 13:38:55 Paulo Monteiro de Mello

Casares = Leco.

25/09/2020 13:37:55 Paulo Monteiro de Mello

O menos imbecil é o Natel. O Casares já provou que é um filho de uma P quando foi diretor de Marketing do SP.

25/09/2020 13:27:58 Antônio Lima

A SITUAÇÃO DE MOMENTO É TÃO VERGONHOSA QUE ME FURTA E DIREITO E O PRAZER DE SECAR OS ADVERSÁRIOS. PATÉTICA A SITUAÇÃO.????

25/09/2020 12:23:39 QUEMTEMMAISEHTRI

Julio entra em contradicao forte qdo fala que ja tem uma equipe de trabalho pronta, de planejamento, mas a diretoria de futebol vai deixar pra decidir no fim do ano.
Bastante em cima do muro qto a participacao do socio torcedor no pleito.
E este papinho de gestao profissional, meritocracia ja escuto ha decadas
Natel por sua vez bastante enrolado pra responder sobre os rolos em q esta envolvido.
Ponto positivo q diz apoiar a participacao do ST no pleito.
Discursos bem parecidos que tem em comum a tentativa desesperada de se desvincilhar do Leco.
Resumo: tamu fudido, mas acho q com o Natel eh menos.

25/09/2020 13:01:51 Joao Filho Campos

Sou Júlio

25/09/2020 12:59:34 Cristiano Magalhaes

Não conheço quase nada dos dois, porém o J. Casares parece ser mais lúcido nos projetos para o São Paulo. E tem o fato dEle ser São paulino. Coisa que o Leco não é !

bronze
25/09/2020 11:57:20 johnbonham

O plano é ter um plano...

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