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Deu match: São Paulo usa aplicativo que cria novo jeito de fazer negociações

Idade: 20 anos. Altura: 1,85m. Futuro promissor. Disponível. Você dá o match? Não, isso não é sobre um aplicativo de namoro. Mas tem o mesmo princípio. As negociações de futebol, muitas vezes cercadas de reuniões, horas ao telefone e jantares em restaurantes luxuosos se incorporaram ao mundo digital. Sem intermediários.



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Lançado em 2017, o TransferRoom, plataforma britânica, reúne mais de 550 clubes de 78 ligas e 44 países diferentes. Dentre os usuários estão três brasileiros: Flamengo, Internacional e São Paulo. Em tempos de isolamento social, o uso do app se intensifica e mostra um novo caminho no mercado de transferências.

Quer contratar? Pelo celular, um dirigente de clube consegue pesquisar opções no mercado e filtrá-las nos mínimos detalhes: posição, idade, altura, faixa de preço e por país ou região. Alguém chamou atenção? Basta clicar no botão “declarar interesse”. Dar o match. E um canal é aberto para as conversas.

Quer vender? O mesmo diretor pode colocar um atleta à disposição, determinar sua faixa de preço para o negócio e direcionar a informação para clubes de um local específico. Se um interessado aparecer, a negociação começa ali no aplicativo. Mas, claro, não espere ver ali Neymar disponível pelo PSG por 222 milhões de euros.

Tudo isso tem um preço: a assinatura anual custa por volta de 12 mil libras (RS 78 mil, na cotação atual).

O app surgiu a partir de uma ampla pesquisa de mercado liderada por Jonas Ankersen, um dinamarquês de 34 anos. Sua equipe é formada basicamente por engenheiros de softwares e analistas de dados sem conexão com a indústria do futebol. Mas que garante ter imposto um novo rumo no bilionário negócio das transferências.

– Por anos, o acesso ao mercado dos clubes de futebol foi restrito. Ao vender um jogador, você deseja atrair o maior número possível de compradores em potencial e, ao comprar, deseja ser exposto ao maior número possível de opções relevantes. Em essência, trata-se do TransferRoom: mais acesso ao mercado e mais transparência.

A impossibilidade de um encontro para selar um acordo intensificou o uso da plataforma, que registrou recorde de atividade em maio. A queda nas receitas e a revisão de orçamentos alterou o plano dos clubes. Mas isso não quer dizer que a janela de transferências de verão na Europa não seja movimentada.

– Vimos um grande número de solicitações de preços e clubes declarando interesse nos jogadores para entender onde estarão os níveis de valores. Devido às difíceis circunstâncias financeiras de muitos clubes, haverá muitas oportunidades para encontrar jogadores muito bons abaixo do seu valor normal de mercado – observa Ankersen, CEO do app.

O fim da negociação tradicional?

Lá no Tinder, depois que você dá o match, e o papo flui, qual o próximo passo? Marcar um encontro. O TransferRoom tenta estimular a mesma dinâmica. Tanto que organiza seminários frequentes para que seus clientes ampliem a rede de contato entre eles e, com isso, usem mais o app. Com a pandemia, os encontros são online.

Diretor esportivo do Newell's Old Boys, o ex-goleiro Sebastián Peratta é usuário do aplicativo e ressalta: a teia de relações é um trunfo. E algo impossível de obter fora do ambiente virtual.

– Sempre será melhor ver olho no olho. Mas isso é impossível de fazer com outros mercados e menos ainda ao mesmo tempo. A ferramenta dá a chance de reunirmos com México, Brasil, Estados Unidos e Europa. Ao mesmo tempo – reforça Peratta.

Diretor esportivo do Deportivo Cali, Karim Gorayeb usa o app há quatro meses e, por enquanto, com um objetivo principal: vender jogadores. Afirma que fez contato com quase 50 clubes. Com os recursos disponíveis na plataforma digital, ele acredita que tem mais chances de concluir um negócio.

– Toda negociação, seja virtual ou em um método tradicional, é muito difícil de concluir. Creio que o que o aplicativo faz é a combinação de fazer uma negociação preliminar pelo lado virtual e utilizando os métodos tradicionais. Com a combinação das duas coisas, creio que dobramos as chances de concluir uma negociação – avalia o colombiano.

Vai pegar no Brasil?

Imagine o cenário no qual os principais clubes brasileiros utilizem uma plataforma única para transferências de futebol. O que adversários poderiam fazer diante de informações preciosas, como a de que o seu rival está à procura de um atacante? E que estaria disposto a pagar uma grande quantidade por ele? Essa situação preocupa.

O TransferRoom é popular nas principais ligas da Europa, usado por 13 clubes da Premier League, os grandes da Itália, Alemanha, Portugal e quase toda a MLS. No entanto, para Alexandre Pássaro, ver os demais brasileiros no app poderia causar desconforto.

– Por exemplo: alguém vê que o São Paulo quer contratar um atacante por até 5 milhões de euros. Pode vazar na imprensa. Na hora de contratar, se eu quiser pagar 3 milhões de euros, o clube vai saber que tenho 5 para gastar. Informação demais no nosso mercado pode ser prejudicial – analisa o gerente do São Paulo.

O app ganha espaço na América do Sul, e a tendência é de aumento nas relações entre os clubes dos diferentes países do continente que utilizam a plataforma. CEO do aplicativo, Jonas Ankersen vê uma tendência sem caminho de volta.



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São Paulo, aplicativo, transferências, dirigentes

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Comentários (3)
24/07/2020 22:00:03 Batz10

Aqui isso não funciona, pois a linha de transação, de uma negociação, seja venda ou compra, tem diversos remendos... Imaginem o exemplo dado na matéria de um atacante no valor de 5 milhões de euros, com o aplicativo o correto seria clube comprador e clube vendedor, sem intermediários, ou seja, o gasto ficaria por conta da anuidade do app e do valor de compra ou venda, mas na realidade é que o atacante custa 5 milhões de euros, mas o clube que quer pagar quer por 3 milhões, mas terá que acrescentar x% para o intermediário que está vendendo + x% para o intermediário que está ajudando a compra + x% para o intermediário que apresentou os dois + x% para o papagaio do intermediário que sei lá e por aí vai, finalizando a compra pelos 5 milhões de euros... Isso deveria acabar com a mamata de muitos, mas aqui é IMPOSSÍVEL!!!

24/07/2020 18:47:19 Paulo Roberto Miranda

Aplicativo dos sonhos para o Leco e sua corja... São Paulo vai se tornar delivery de jogadores, só clicar e o jogador sai direto de Cotia para qualquer clube no mundo e por qualquer valor sem expressão. Oremos!

24/07/2020 18:28:46 Sergio Gomes

Pra quê time não contrata ninguém, só vai servir pra vender mesmo as nossas promessa

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