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Cueva é parte de um fenômeno recorrente no São Paulo

Por Ricardo Flaitt

O São Paulo, nos últimos cinco anos, passou a conviver – de forma mais aguda – com problemas financeiros, turbulências políticas, impeachment de presidente, salários atrasados, rompimento de contrato de material esportivo, redução significativa dos valores de patrocínios e, idas e vindas de jogadores e técnicos.



Se antes o São Paulo era o clube-modelo a ser seguido, ambicionado por todos, esse turbilhão tricolor vem provocando um fenômeno recorrente no São Paulo: jogadores e técnicos recusando ou pulando fora do clube, como nos emblemáticos casos de Kieza, que preferiu disputar a Libertadores pelo São Paulo para jogar no Vitória; Osório, que assumiu a seleção mexicana, depois de ver que grande parte do fora prometido, principalmente a permanência de atletas importantes, diluíram-se em vendas; e, recentemente, Pratto, em que pesou muito o fato de ir para o River, um time fortíssimo e com chances na Libertadores.

Agora parece se materializar com força a vez de Cueva.

Dentre os fatores citados no início, há que se acrescentar que a carência da torcida por ídolos também faz girar essa engrenagem, elevando jogadores a condições além das que de fato são. Isso porque grande partes dos jovens torcedores não carregam no imaginário as jogadas de meias como Pedro Rocha, Pita e Raí, pois, nesse caso, os parâmetros seriam outros e a afirmação não é peça de saudosismo, mas de simples constatação.

Cueva, antes do São Paulo, nunca se firmara em clubes. Transitou no Universidad San Martin (Peru), César Vallejo (Peru), Unión Española (Chile), foi emprestado ao Rayo Vallecano, pequeno clube da Espanha, onde não fora aproveitado, e acabara retornando à América, para atuar no Allianza Lima e depois partira ao Toluca, do México.

O peruano, que chegou em 2016, por R$ 8,8 milhões, do mexicano Toluca nunca fora um craque. É, no máximo, um bom jogador. No entanto, frente ao desespero do torcedor, bastam poucas ou até mesmo uma única partida para transformar o jogador na solução de todos os problemas.

No caso de Cueva, bastaram duas situações: quando marcou um pênalti de “cavadinha” sobre Cássio, do Timão, e, também contra o arquirrival paulista, fizera quatro gols contra um fragilizado Corinthians comandado por Oswaldo Oliveira.

Esse surto coletivo provocado pela escassez de títulos e ídolos também foram preponderantes para que o São Paulo cometesse loucuras financeiras e futebolísticas, quando contratou o zagueiro Maicon, encostado no Porto, mas que no Brasil se transformou em “Godo of Zaga”, por valores inacreditáveis (ainda mais para um clube com problemas de caixa), que oscilam de R$ 40 a R$ 54 milhões.

A ausência de jogadores acima da média no São Paulo, o pouco recurso financeiro para contratações e a falta de bons meias no mercado, desencadeiam um processo de aflição frente a qualquer possível perda no elenco, que apresenta setores bem frágeis.

Tratando especificamente do setor de meio campo criativo do São Paulo, com Hernanes de volta à China, vale lembrar que além de Cueva, até dias atrás, o time contava com os fraquíssimos Thomaz e Jonathan Gomez. Sob esse contexto, sem dúvida, ainda que o peruano seja supervalorizado, a preocupação não se estabelece em vão.

Em contrapartida, a pergunta que deve ser feita, neste momento, é: qual o tamanho do sacrifício para o São Paulo segurar Cueva?

O caso do peruano coloca diante de Raí e Ricardo Rocha que, neste momento, além de lutarem para formar um elenco minimamente competitivo, ainda têm de conviver com situações que não nasceram agora, mas são consequências de um processo gradativo que veio acontecendo ao longo dos últimos anos.

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