publicidade

Ceni diz que foi prejudicado no São Paulo por excesso de negociações, e sonha com retorno

Rogério Ceni fez sua estreia como treinador em jogos oficiais pelo Fortaleza nessa quarta-feira, diante do Uniclinic, e não poderia ser melhor. Pelo Cearense, o Tricolor bateu o rival por 4 a 0. Mas logo após a partida, o técnico deu entrevista, onde mesclou seu passado no São Paulo com seu atual momento no time tricolor do Ceará.



Ceni também fez questão de frisar que não errou ao escolher o time profissional do São Paulo como primeira experiência, e que caso tivesse a equipe que fez a pré-temporada até o fim do ano, poderia ter brigado por algum objetivo.

Durante a entrevista o ídolo são-paulino não deixou de se declarar ao clube no qual trabalhou por quase três décadas, onde reforçou o desejo de um dia retornar ao clube do coração.

CONFIRA OS PRINCIPAIS TRECHOS DA ENTREVISTA DE CENI:

– DESABAFO SOBRE EXCESSO DE NEGOCIAÇÕES QUE O ATRAPALHARAM NO SÃO PAULO

“Não, eu não esperava um início fácil. Toda carreira que você começa vai trazer suas dificuldades. O que eu só lamento no São Paulo… que foi o clube que me acolheu, que me deu oportunidade, e é um clube que carrego no coração sempre, tenho o maior respeito e admiração por tudo que esse clube representa no futebol mundial, os atletas com quem trabalhei, o torcedor de maneira geral, sempre o carinho que tiveram comigo, até dentro do São Paulo mesmo…”, se declarou, antes de ponderar.

“Eu só não esperava tanta mudança em poucos meses de trabalho. Esse, talvez, tenha sido a principal dificuldade. Quando você perde peças muito importantes no início… você tem entre idas e vindas, entre vendas, empréstimos e chegadas de jogadores, se eu não me engano, houve 34 trocas em menos de seis meses. Não há metodologia de trabalho que resista a isso”, afirmou Ceni.

“Então é sempre importante você montar uma equipe e conseguir ao menos segurar 90% dessa equipe durante uma temporada. Isso serve aqui para o Fortaleza, para o São Paulo para qualquer treinador. Onde você tem muitas trocas dificilmente as pessoas conseguem entender seu sistema de jogo, porque chegam depois, já perderam 20 dias de treino da parte mais importante, que é onde você define o que quer. Então essas trocas foi a coisa mais difícil que eu tive que administrar no começo da minha carreira”, completou.

“Dar treinos, jogos, sistema de jogo, isso eu estudei muito e vivi muito (…) Eu pude aprender bastante, e executar é muito diferente de você como atleta e treinador. Mas eu me cerquei de pessoas capacitadas. Fui para fora, estudei sistema de jogo de Inglaterra, Espanha, países que tenho admiração. Mas é muito difícil para um treinador que começa a carreira, a resistir a tantas mudanças como foi no São Paulo”, continuou.

“Mas mesmo assim continuo agradecendo a oportunidade que me foi dada. E o mundo dá voltas, quem sabe um dia possa voltar aonde eu trabalhei por 27 anos”, finalizou.

– CENI NEGA QUE O MELHOR CAMINHO ERA TER ASSUMIDO O TIME DE BASE
“Vou ser sincero. Eu acho que escolhi o desafio que já tinha mentalizado e preparado para fazer. Sobre ser um para-raio, dificilmente alguém que criou uma história, como eu criei no São Paulo, deixaria de ter essa função. Claro, nas vitórias as glórias viriam e nas derrotas também chegariam”.

“Então eu estou ciente de tudo isso, sabia que seria uma grande tarefa ser treinador do clube. Mas eu repito: um clube como o São Paulo, se mantivesse um elenco formado em janeiro e levasse 90% desse elenco consigo até dezembro, não só eu, mas muitos treinadores teriam chances de ter sucesso. Isso você pode ter certeza“.

“Você pode ver, as equipes que se mantém na ponta, que chegam as finais, que ganham títulos, são equipes que mantém o mesmo elenco, que não precisa da venda do jogador para fazer caixa, que é completamente compreensível dentro do futebol brasileiro, mas no momento em que o São Paulo tiver um elenco, e 90% dele terminar em dezembro do mesmo ano, pode ter certeza que o sucesso está muito próximo”.

“Porque o São Paulo é um clube tão grande, mas tão grande, que seja eu, seja o Dorival Júnior, ou qualquer outro técnico que esteja lá, com um grupo definido, com boas contratações, com pessoas como Raí e Ricardo Rocha no comando, a chance é muito grande de sucesso. Eu acho que precisa ser feito é montar um elenco e manter”.

– O QUE MUDOU NO CENI DE 2017 PARA 2018
“Exceto pelos cabelos, que tenho menos que em 2017 (risos), pelo nervoso que você passa. É natural que você já crescendo, amadurecendo, eu trabalharei no São Paulo, me sentia totalmente preparado, bem e eu acho que a cada trabalho que você vai tendo, você adquire mais experiência. É assim a cada treinamento, a cada jogo, a cada situação nova que você descobre é um acumulo de experiência natural que daqui a um ano, provavelmente, eu tenha mais maturidade, que aprenda cada dia mais”.

“Mas me sentia extremamente preparado, uma comissão técnica bem montada no São Paulo. E eu espero que no Fortaleza, com esse grupo que montamos, que a gente já veio desde a pré-temporada com esse grupo, há 20 dias mais ou menos, que possamos levar esse grupo até o final do ano, esse é o principal, porque você passa sua metodologia de trabalho.

“Se você tem muitas trocas, é natural que você perca, principalmente a pré-temporada, que é o período que você mais tem (para trabalhar), porque temos agora nove jogos em 31 dias. É muito jogo e já diminui a carga de treinos. Então a pré-temporada se faz muito importante para que você mantenha o elenco e isso vai gerar muito mais entendimento nos atletas”.

– CONFIANÇA QUE O SÃO PAULO VAI RETOMAR OS TÍTULOS
“Acho que é um conjunto de fatores (falta de títulos), realmente, qualquer decisão passa pelo homem máximo que tem o poder, que é o presidente. Mas tem uma sucessão de erros e que entra desde os atletas, treinadores, comissão técnica, diretoria… O São Paulo tem que se encontrar e vai se encontrar em breve. Até 2009, o São Paulo disputou títulos brasileiros consecutivamente. Teve Mundial, Libertadores, Paulistão, e até 2009 lutamos até a última rodada pelo Brasileirão”.

“2010 com a saída do Ricardo Gomes deu uma caída e aí coincidiu com o terceiro mandato do presidente Juvenal (Juvêncio) e não conseguiu entrar nos trilhos. Mas é um ciclo de baixa, é natural no futebol brasileiro que um clube ganhe muito, atravesse um momento de baixa e volte com força“.

“Eu digo a você, o São Paulo desde 2008 só ganhou a Sul-Americana e agora… eu acho que está no momento do São Paulo subir e vai subir. O período de títulos virá para o São Paulo. Espero que vá para o Fortaleza e também para o São Paulo“, finalizou.

VEJA TAMBÉM
- Jornalista afirma que Muricy vai "ter que engolir" Zubeldía
- Luis Zubeldía é o novo técnico do São Paulo
- Direção faz reunião com treinador e fica próximo de acordo


Receba em primeira mão as notícias do Tricolor, entre no nosso canal do Whatsapp


Avalie esta notícia: 37 5

Comentários (36)

Enviar Comentário

Para enviar comentários, você precisa estar cadastrado e logado no nosso site. Para se cadastrar, clique Aqui. Para fazer login, clique Aqui.