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Acasos da vida

Com passagens pela base do São Paulo e do Santos, o zagueiro Philipe Sampaio conta como uma lesão no braço na véspera de uma Copa São Paulo fez com que se tornasse ídolo em Portugal, ser chamado de “novo Pepe” e hoje integrar a seleção do primeiro turno do Campeonato Russo.



Nem tudo na vida pode ser planejado. O jogador Philipe Sampaio sabe muito bem disso. Nascido na capital paulista, o atleta que atua como zagueiro viu uma lesão no braço mudar tudo o que já havia programado para a sua carreira. Com apenas 23 anos, o defensor já possui em seu currículo passagens nas categorias de base do São Paulo e do Santos, além de três temporadas de grande sucesso em Portugal até chegar na seleção do primeiro turno do Campeonato Russo, onde atua no Akhmat Grozny desde o início da temporada.

Após três anos atuando com a camisa do Tricolor nas categorias de base, o defensor foi atraído pelo projeto das categorias de base do Peixe, que convidou Philipe logo após uma decisão da Copa do Brasil sub-17, decidida justamente contra o São Paulo, torneio em que foi premiado como o melhor zagueiro da competição.

A opção de vestir a camisa do clube da baixada teve muito a ver com a chance de atuar numa equipe que valoriza muito a categoria de bases. No entanto, em 2014, quando teria a oportunidade de demonstrar seu futebol na Copa São Paulo de Futebol Júnior, o acaso acabou pregando uma peça em Philipe. Um dia antes da estreia da principal competição da categoria de base, o zagueiro acabou fraturando o braço após um carrinho e perdeu a sua chance de participar da campanha que terminaria com o título santista.

“Era a minha vez. No ano anterior eu esperei a geração 93, que jogava o Gustavo Henrique e o Jubal. Na equipe profissional, o Claudinei assumiu e logo de cara subiu os dois e falou para mim que eu deveria jogar a Copa São Paulo, para ganhar mais visibilidade. Um dia antes do torneio começar, eu sofro um carrinho e quebro o braço. O time acaba campeão da Copinha com um volante improvisado na defesa. Logo em seguida eu renovo com o Santos e assume o Oswaldo de Oliveira. Ele acabou me dizendo que era difícil eu receber uma chance na equipe profissional naquele momento, mas como tinha boas recomendações minhas, ele me pediu para procurar um empréstimo”, cita o jogador, relembrando do momento mais difícil de sua carreira.

Philipe então foi buscar um novo clube para receber as oportunidades de jogar profissionalmente. Acabou encontrando essa chance no Paulista de Jundiaí. Após três jogos com a equipe, que quando chegou já estava rebaixada no Campeonato Paulista, o jogador recebeu o convite de vestir a camisa do Boavista de Portugal.

“Foi tudo consequência. A infelicidade de ter quebrado o braço me proporcionou a minha ida para Portugal. Naquele momento eu olhei para a tabela, e o Paulista era o último colocado, já estava rebaixado, mas era a minha oportunidade de jogar profissionalmente. Eu não pensei muito e aceitei jogar pela equipe. Logo depois dos jogos recebi um convite para jogar no Boavista. Foi onde eu pude jogar, onde eu pude ter estabilidade e apostou em mim”.

Sua passagem pelo clube português deu mostras de ser positiva logo em sua estreia. Com o grande apoio recebido pelo seu técnico na época, o ex-jogador da seleção portuguesa, Petit, o zagueiro brasileiro teve sua trajetória na Liga Portuguesa iniciada num confronto contra o Benfica, um dos maiores clubes do país.

Com uma adaptação rápida no futebol português, visto como muito tático na sua opinião, o jogador teve três temporadas de muito destaque e acabou tendo seu nome ligado aos Encarnados, além de ter cogitado se naturalizar português, sendo chamado de “novo Pepe” pela mídia local.



Buscando novos desafios para a carreira, o defensor decidiu atuar no Akhmat Grozny, clube da Chechênia que disputa o Campeonato Russo. Apesar das dificuldades iniciais, o jogador se adaptou rápido ao futebol russo e hoje já é um dos destaques da competição, sendo escalado como titular na seleção do primeiro turno da Liga Russa.

“Na Rússia, o jogo é muito disputado fisicamente. As jogadas aéreas são usadas a todo momento, e isso é uma das minhas características fortes. O campeonato também possui uma disputa franca. O último clube pode vencer o primeiro sem grandes surpresas. É tudo muito imprevisível. Diferente de Portugal, que você sabe que será uma partida quase impossível contra um dos gigantes”,

Adaptação no país da Copa

Desde o dia 13 de julho de 2014, dia em que se encerrou a última Copa do Mundo no Brasil, o mundo do futebol busca entender a Rússia, país que será sede do mundial do ano que vem. Dois pontos parecem unanimidade entre as preocupações dos países que irão ao país disputar o título de melhor seleção do planeta: o clima e a extensão territorial.

Vistos como problemas para alguns, estas características não devem ser problemas durante a disputa do torneio. Quem garante isso é Philipe Sampaio, que em apenas seis meses jogando no FC Akhmat Grozny, clube da Chechênia que disputa a Liga Russa, mostrou uma adaptação impressionante ao país com maior extensão territorial do planeta. O defensor afirma que o clima foi a sua principal dificuldade no seu início de vida no país.

“Treinar e jogar lá em determinadas épocas é bem complicado. Você sente uma grande dificuldade para conseguir se sentir livre para realizar os seus movimentos. Parece que até que seu corpo congelou. As divididas e as boladas doem muito mais do que o normal”, avaliou.

Porém, este problema não deve dificultar muito a vida de quem atuará na Rússia em junho do ano que vem. Isso porque a competição acontece durante o verão local. Neste período, o país fica com uma temperatura média de 17 graus, bem diferente dos 40 graus negativos que podem acontecer durante o inverno. A cidade de Rostov por exemplo, que será sede da estreia brasileira na competição, tem média de 21 graus durante o mês de junho.

Outra questão vista como problemática na disputa da Copa do Mundo é a logística. No entanto, as longas viagens são um problema para quem atua no Campeonato Russo, mas não devem ser uma dificuldade para Copa devido ao planejamento prévio que pode ser realizado pelas seleções.

“Outra dificuldade para quem joga na Rússia são as distâncias percorridas dentro do país. Já cheguei a fazer viagens de 12 horas para jogar partidas pela Liga. Mas as seleções devem escolher a sede já pensando nisso, o que minimiza o problema”, cita o jogador.

Além das questões geográficas, outro quesito que poderia simbolizar um transtorno para algumas equipes é o racismo. Apesar de ser recorrente estes casos no país, Sampaio conta que nunca sofreu ou presenciou algo do tipo desde que chegou a Rússia.

“Eu nunca vi nada nesse sentido lá. Se eles falarem também eu não conheço russo e nem percebo. Mas no geral o povo russo é formado de pessoas com cabeças para frente. São diferentes das pessoas sul-americanas, são um pouco mais sérias”, analisou.

O brasileiro que faz parte da seleção do Campeonato Russo deste primeiro turno afirma ainda que a sociedade russa tem visto o Brasil como um dos principais favoritos da competição e possuem uma enorme expectativa na seleção comandada por Tite.

“Na Rússia a expectativa do povo russo é muito grande com o Brasil. O bom trabalho feito pelo Tite, nomes como o de Neymar e Coutinho fazem com que o povo russo tenha uma expectativa gigantesca em nós”, completou.

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