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Raí ou Autuori? Com Leco, São Paulo vai para 9º homem forte do futebol em pouco mais de 2 anos, e nenhum título

Uma das marcas do São Paulo de Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, é a alta rotatividade de gestores no departamento de futebol profissional. O cargo, que tradicionalmente é visto como de confiança do presidente, já teve oito funcionários diferentes em 786 dias corridos de gestão. Um período em que o time lutou contra o rebaixamento duas vezes no Campeonato Brasileiro, enfrentou crises e não conseguiu conquistar taças



A baixa atual é de Vinícius Pinotti, então diretor executivo de futebol do São Paulo. Ele pediu demissão na última segunda-feira. O motivo da saída não foi divulgado, mas internamente aliados de Leco afirmaram para a reportagem que o relacionamento com o presidente não era dos melhores.

Mas mesmo que Pinotti não pedisse demissão já estava prevista uma reestruturação no departamento de futebol. Leco já havia manifestado em reuniões do conselho de administração do clube do Morumbi que tinha a intenção de colocar alguém com perfil "mais boleiro".

O favorito para assumir o cargo é o ex-jogador Raí, conforme publicou o Blog do Ohata. O ídolo tricolor, inclusive, já foi sondado. Agora deve receber um convite formal e a tendência é que ele aceite, iniciando o trabalho ainda neste mês - a temporada começará a partir de 17 de janeiro.

Caso não aceite, a tendência é Leco convidar Paulo Autuori. O cartola tem muita afinidade com o ex-treinador do Atlético-PR, que está livre no mercado. No final do primeiro semestre o presidente já havia tratado entre seus pares sobre a possibilidade de contratá-lo, mas não obteve apoio e a ideia foi congelada. O técnico Dorival Júnior estava chegando para substituir o demitido Rogério Ceni e o ex-jogador Pintado ainda era parte do departamento de futebol como coordenador.



Com a saída de Pinotti, a questão agora é: quanto tempo o novo executivo de futebol terá para trabalhar?

Talvez o histórico dos antecessores possa trazer algumas lições. Você lembra quem foram? Veja abaixo:

Vices de futebol

O cargo não existe mais. Deixou de existir com a mudança no estatuto social do São Paulo neste ano. Antes, sempre era ocupado por um membro do conselho deliberativo, que não tinha qualquer remuneração e dividia seu tempo no departamento paralelamente com a carreira profissional.

Na gestão Leco, dois conselheiros ocuparam o cargo.

- Ataíde Gil Guerreiro, de 13/10/2015 até 18/03/2016

Pivô do caso que resultou na saída de Carlos Miguel Aidar da presidência e possibilitou que Leco assumisse a presidência interinamente (depois o mandatário foi eleito para um mandato tampão e neste ano para um mandato definitivo), Ataíde Gil Guerreiro foi desde o início um aliado do presidente.

A prova maior é que no primeiro dia de comando de Leco, em 13 de outubro de 2015, Ataíde (que fora afastado nos últimos dias da gestão Aidar) foi chamado para retomar o cargo na vice-presidência de futebol. Ficou até 18 de março de 2016, quando renunciou diante de uma investigação no comitê de ética do São Paulo, que acabou levando a sua expulsão do quadro de conselheiros. O motivo? Ter agredido Aidar durante uma reunião em um hotel em São Paulo.

De todos que já passaram pelo futebol, Ataíde foi o que melhor se relacionou com Leco. A pressão era grande para que o dirigente fosse desligado. Após ele ser expulso do conselho, Leco não o abandonou. O nomeado para ser diretor de relações institucionais. Assim ele continuou frequentando o centro de treinamento e indo aos jogos no ônibus com a delegação mesmo sem ter vínculo formal com o futebol.

- José Alexandre Médicis, de 15/06/2016 até 18/04/2017

Foram dois meses em que o cargo da vice-presidência de futebol ficou vazio. Até Leco nomear José Alexandre Médicis para ocupá-lo. O escolhido vinha com a bagagem de ter trabalhado como diretor de futebol de base entre novembro de 2014 e agosto de 2015, período que antecedeu os títulos da Copa do Brasil sub-20 e a Copa Libertadores sub-20. Apesar disso, ele recebeu os créditos pela montagem da equipe vencedora.

Médicis tinha perfil completamente diferente de Ataíde. Era mais reservado, nada explosivo e aparecia apenas diplomaticamente. Foram poucas entrevistas dadas por ele. Em momentos em que teve de se pronunciar, deixou a missão com o próprio Leco ou com Gustavo Vieira de Oliveira (o executivo de futebol).

Deixou o cargo formalmente no dia em que houve a última eleição presidencial. O motivo é que após o pleito passou a vigorar no São Paulo o novo estatuto, extinguindo a vice-presidência de futebol e exigindo a profissionalização dos departamentos. Na prática, ficou mais alguns dias no comando para ajudar na transição.

Diretores de futebol
- Rubens Moreno, de 13/10/2015 até 18/03/2016


Ele trabalhou com os três últimos presidentes do São Paulo: Juvenal Juvêncio, Carlos Miguel Aidar e Leco. No entanto, por preferir distância dos holofotes, é possível que muitos torcedores nem sequer saibam quem foi Rubens Moreno. Ele era o terceiro no comando no futebol. mas o trabalho dele era menos voltado para contratações e mais para a administração do departamento, controle do orçamento, logística, funcionários etc.

Foi desligado do São Paulo pouco antes de Aidar deixar o poder. O então presidente do São Paulo vislumbrava uma revolução no departamento. Assim que Leco assumiu, mesmo que interinamente, convidou Moreno para retornar junto com Ataíde. Ficou no futebol até o final da era Ataíde.



- Luiz Cunha, de 18/03/2016 até 07/06/2016

Foram apenas 81 dias no cargo. Então aos 63 anos, o industrial aposentado, ex-diretor das categorias de base, foi escolhido por Leco para "oxigenar" o departamento de futebol. O início foi marcante. Demitiu Milton Cruz, que estava há 22 anos trabalhando no time do Morumbi. Depois tentou praticar uma política de austeridade financeira, diminuindo os gastos, buscando dar mais chances para jogadores da base e evitando novas contratações.

Também tinha o plano de isolar o futebol do clube, evitando assim influências políticas.

Mas ele se desgastou. Foi um defensor da contratação de Maicon, que estava emprestado pelo Porto, e se irritou ao ver que Gustavo Vieira de Oliveira e Leco investiram R$ 8,8 milhões em Cueva antes de resolver a situação do zagueiro. Como o dinheiro estava escasso, achou que faltou direcionamento. Em suas palavras, sentiu-se "figurativo" no departamento de futebol. Por isso pediu o desligamento em 7 de junho de 2016 e virou um opositor.

- José Jacobson Neto, de 15/06/2016 até 18/04/2017
Assumiu a função juntamente com Médicis. Diferentemente de Cunha, quase não dava entrevistas. Tinha pouco contato com os repórteres e concentrava tudo relacionado ao departamento de futebol em Médicis e Leco. Ficou no cargo até o pleito que teve vitória de Leco.

Executivos de futebol
O nome dos cargos nem sempre foi o mesmo, mas em comum todos os ocupantes eram remunerados. Durante a gestão Leco, foram três:

- Gustavo Vieira de Oliveira, de 15/10/2015 até 07/09/2016

Ele chegou ao futebol do São Paulo pelas mãos de Juvenal Juvêncio. Na época, o filho de Sócrates atuava como advogado para um escritório que prestava serviços ao clube. Ele ajudava a confeccionar os contratos, estudava clausulas etc. Foi ganhando confiança e acabou sendo contratado. Foi demitido no final da trajetória de Aidar, mas acabou recontratado por Leco e com um salário bem maior - o que acabou gerando contestações internas e desgaste.

Ao longo de 2016, a relação com a diretoria se deteriorou. As críticas eram muito fortes (sempre atreladas à remuneração dele). Conselheiros pediam a saída dele e, na época, relacionavam o mau momento do futebol ao trabalho de Gustavo, criticando as contratações. Saiu em setembro.



- Marco Aurélio Cunha, de 09/09/2016 até 11/01/2017

Com o São Paulo correndo risco de entrar na zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro de 2016, Leco buscou a solução em um velho aliado. Trouxe Marco Aurélio Cunha, que é funcionário do departamento de futebol feminino da CBF. Apesar de ser conselheiro do clube tricolor, ele foi remunerado. A missão era clara: recuperar a confiança dos jogadores, ajudar o trabalho da comissão técnica e colocar ordem no departamento.

O São Paulo não brigou pelo título nem pela vaga na Copa Libertadores. Mas também não esteve na zona de rebaixamento e livrou-se do risco matemático de queda algumas rodadas antes do término da competição. Saiu em janeiro, conforme já havia combinado com Leco, com o sentimento de dever cumprido.

- Vinícius Pinotti, de 05/05/2017 até 06/12/2017

Primeiro dono do cargo após a mudança de estatuto, Pinotti veio do departamento de marketing. As críticas principais ao trabalho dele estavam relacionadas à falta de experiência no futebol. Mas o dirigente conseguiu trazer Hernanes, sem custo de transferência pelo empréstimo, ao São Paulo. O meia foi importante para que o time conseguisse se acertar, deixar a zona de rebaixamento e assegurar a permanência na elite do futebol nacional.

Pinotti sempre lembrava aos torcedores que trabalhou com um planejamento que não tinha sido feito por ele, dividindo a responsabilidade pelo momento difícil com Leco. Dizia também que em 2018 poderia ser cobrado porque teria a oportunidade de planejar a temporada do início ao fim. Queria tornar o departamento independente, livre da política do clube. Mas saiu antes. Se demitiu na última segunda-feira após divergências com o presidente.

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