Pode-se dizer que o empate em 2 a 2 do São Paulo com a Chapecoense, na noite desta quinta-feira, no Pacaembu, pela 33ª rodada do Brasileiro, foi o "jogo do quase" para os tricolores e teve Marcos Guilherme e a arbitragem como protagonistas.


Essa história começa no primeiro tempo, em dois lances que poderiam ter dado continuidade a uma receita de sucesso da equipe nas três partidas anteriores: fazer gol primeiro do que o adversário e, de preferência, antes dos 25 minutos – o que funcionou contra Flamengo, Santos e Atlético-GO.
No primeiro "quase", Hernanes deu um passe magistral em cobrança de falta ensaiada.

No segundo, Araruna cruzou, a bola passou por Pratto e caiu nos pés de Marcos Guilherme. O atacante se enrola todo antes do chute...

Ah, Petros também participou dessa, digamos, falta de sorte tricolor na etapa inicial. Olha só o lance dele com o goleiro Jandrei. Já pensou se a bola entra? E detalhe: eram apenas cinco minutos corridos de jogo.

Pois é, mas não foi apenas esse suposto azar que interferiu no resultado da primeira metade do confronto. A Chape teve muito mérito em ir para o intervalo com o 1 a 0 favorável. Apertou a saída de bola, o que forçou passes errados do Tricolor, foi rápida para contra-atacar e viu Reinaldo, que deve voltar para o Morumbi em 2018, acertar um cruzamento perfeito para Wellington Paulista.

Reparou por onde a Chape construiu a jogada do gol? Pois é, o lado direito do São Paulo foi outro problema. Sem Militão, machucado, Dorival Júnior apostou mais uma vez em Araruna, e o garoto não jogou nada bem. Nervoso, era vaiado a cada toque para trás (nítido sinal da sua falta de confiança).

Acabou substituído ainda no intervalo por Lucas Fernanes – Petros foi deslocado para desempenhar o papel de lateral direito.

Por outro lado, quem continua funcionando – e muito bem – no Tricolor é Hernanes. Tudo, absolutamente tudo, que a equipe cria de bom passa pelos pés (os dois, por sinal) do Profeta, que arriscou até chute do meio-campo.

O problema foi que, no segundo tempo, Marcos Guilherme voltou a ser personagem do jogo, mas no mau sentido para os tricolores. Primeiro, desperdiçou outra oportunidade...

Depois, cometeu pênalti em Apodi.

Sobre esse lance, porém, é bom destacar: a culpa final é do atacante, mas lembra do lado direito? Pois é, veja no vídeo abaixo como nasce o contragolpe fatal dos catarinenses.

Shaylon, por sinal, merece um parágrafo à parte. Escolhido por Dorival para substituir Cueva, que está com a seleção peruana, ele deixou muito a desejar e, a exemplo de Araruna, acabou vaiado ao ser substituído por Gilberto. Além do erro no lance do segundo gol da Chape, não fez o que dele mais se esperava: auxiliar Hernanes na armação ofensiva.

Polêmica e reação

Para falar da reação são-paulina com o 2 a 0 contra no placar, é preciso ver e rever o lance do primeiro gol, marcado por Gilberto – que substituiu justamente Shaylon. Foi polêmico. A arbitragem não viu nem falta de Hernanes no goleiro Jandrei nem posição de impedimento de Gilberto. Aparentemente, a bola só chega até o centroavante porque desvia na cabeça do Profeta. A Chape reclamou bastante.

Com muitos jogadores altos, Dorival, que ainda trocou Petros por Maicosuel, mandou o time apostar nos cruzamentos. Foram 35 ao longo da partida, contra nove dos catarinenses. O gol do empate nasce de um deles. Lucas Fernandes cobrou o escanteio na cabeça de Arboleda.

Se não foi o resultado dos sonhos para quem começava a almejar vaga na Libertadores – a distância para o G-7 é de cinco pontos –, ao menos deixa o time a uma vitória da meta de 47 pontos para se garantir na Série A.